10/07/2020 às 13h54min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h27min

Dicas de Filmes e Séries - 10/07/2020

Os fantasmas também amam Há trinta anos, Ghost - Do Outro Lado da Vida, disponível na Netflix, romantizou os fantasmas e glamourizou o Mundo Espiritual com sua inconfundível “Unchained Melody”, canção que encanta até hoje, numa época em que o tema era tratado com muito mais misticismo e preconceito. Na trama, o Espírito protagonizado pelo saudoso Patrick Swayze, investiga o próprio assassinato com ajuda da médium psicofônica Oda Mae Brown (Whoopi Goldberg) e sua namorada, a artista plástica Molly Jensen (Demi Moore), que reluta em acreditar que a vida continua fora do corpo físico. As mortes violentas, análogas a de Sam Wheat (Swayze), inspirada na peça regicida shakespeariana, Macbeth, assistida no teatro pelos apaixonados pombinhos, minutos antes da trágico incidente, causam pavor à vítima, dividida entre os dois mundos abruptamente, ainda inconsciente da recente imponderabilidade perispiritual de incrível imagem e semelhança com o corpo físico, antes de entrar em decomposição. A cena do trem indica que o Espírito Zombeteiro que assombrava o vagão, ainda ligado aos vícios da matéria, só pode mover objetos físicos pela força do pensamento na presença indispensável de um médium encarnado. Já na cena da incorporação, Sam não entra no corpo da cartomante trambiqueira a fim de se comunicar com a amada, ele apenas se liga em seus chakras, que por sua vez têm ligação com sua mente. O desfecho impactante do longa do mesmo diretor de Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu, Jerry Zucker, esclarece que pessoas sintonizadas com Espíritos inferiores egoístas são levadas para regiões funestas do Umbral Grosso por criaturas horrendas, dignas de filmes de terror, a exemplo do sócio ambicioso, Carl Bruner (Tony Goldwyn), que provocou a morte do fiel colega de trabalho. Em contrapartida, o amor verdadeiro entre o casal interdimensional, somado aos atos heroicos do banqueiro, Sam, elevou-o direto a dimensões superiores, leves e iluminadas, sintonizadas com Espíritos do bem. Ghost - Do Outro Lado da Vida. Direção: Jerry Zucker. Romance sobrenatural. (Ghost, EUA -1990, 127 min). 14 anos.  Nota: 5,0    A Origem - Leonardo DiCaprio vive dentro e/ou fora da Matrix? Ideias conscientes penetram fundo na alma humana como um vírus-parasita resiliente, sendo quase impossível erradicar ou forjar ("Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras jamais passarão"). Por isso, os alienados jovens estudantes de universidades públicas federais brasileiras, principalmente, são as vítimas ideais para se doutrinar marxismo cultural. Na reabertura gradativa dos cinemas brasileiros, o novo longa de Christopher Nolan “Tenet”, promete virar a mente do espectador de cabeça pra baixo, a exemplo de “A Origem” que estreou há 10 anos, inspirando as realidades invertidas de Doutor Estranho. Hans Zimmer compôs a trilha sonora usando trechos dantescos da canção "Non, je ne regrette rien" (Não me arrependo de nada), de Edith Piaf, interpretada também por Marion Cotillard no longa de 2007. Mal (Cotillard), que em francês significa doença, assombra e confunde o psicológico do marido Cobb, vivido por Leonardo DiCaprio. O título original em inglês “Inception”, pode ser interpretado de três formas distintas: a ideia de início ou ligado ao verbo “conceiving” (conceber, criar) e, por último, a noção de infiltrar, dominar. Nesse sentido, a trama pode ser dividida em realidade e sonho ou, se preferirmos, realidade ou sonho, tão somente. A terceira teoria é baseada no clássico de Fellini “Oito e Meio”, um filme dentro do filme sendo o próprio filme. Semelhante à série de David Lynch, Twin Peaks, um sonho dentro da TV que representa os sonhos do espectador que viraram realidade nos anos 90. Por essa lógica, logo na cena inicial de “A Origem”, disponível na Netflix, Cobb (sonho em sânscrito) tenta salvar o empresário Saito (Ken Watanabe) preso no Loop Infinito, a fim de rever os filhos pequenos. Essa cena que se repete no final, diferenciada pelas inúmeras rugas do magnata ambicioso, lembra a aparência medonha do velho Adão da série Dark, indicando que todas as cenas do filme de Nolan não passam de um sonho. O objetivo de Saito é destruir a empresa concorrente do recém-falecido Maurice Fischer (Pete Postlethwaite), inserindo ideias na mente vulnerável do filho Robert (Cillian Murphy) durante o sono induzido. Para essa missão, o japonês reúne uma equipe especializada disposta a invadir suas diversas camadas mentais onde o tempo funciona cada vez mais lento em relação ao tempo do mundo físico conforme eles adentrarem mais e mais. Ocorre que o subconsciente de Robert criará defesas que “matam”, aprisionando as vítimas em um Limbo interminável, análogo ao terrível Umbral de “Nosso Lar”. A arquiteta Ariadne (Ellen Page) desse labirinto mental guiará os ladrões até o cofre que contém a memória fundamental para ser alterada, guardada a sete chaves. Ariadne, da mitologia grega, guiou Teseu para fora do Labirinto da Ilha de Creta usando um novelo de linha após o amado ter matado o Minotauro. A Origem. Direção: Christopher Nolan. Ficção Científica. (Inception, EUA, Reino Unido - 2010, 148 min). 14 anos. Nota: 5,0   Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim (Chico Xavier) Anteriormente, na segunda temporada de Dark, a melhor série da Netflix (com spoilers), Martha de franjinha da Terra 2, salva Jonas do Apocalipse na Terra 1, catástrofe provocada pela pandorica radiação nuclear em 1986, (o mesmo ano da tragédia em Chernobyl), e os dois acabam gerando um filho (na última temporada), simbolizado pelo Infinito "∞", consanguíneo da maioria dos dogmáticos habitantes de Winden que, mais tarde, por atitudes personalistas impensadas, acabaram matando parentes ou a outra versão de si mesmo. Nesse sentido, Eva da Terra 2, condicionada a sustentar essa cadeia de causa e efeito “sem desatar o nó”, reúne sua tropa contra o velho Adão porque ele decidiu acabar com os dois mundos (de realidades sobrepostas, análogas ao Gato de Schrödinger), cansado de procurar a origem de todos os males. O tempo humano em Dark, permanece todo tomado, automaticamente, como no Mito de Sísifo, representando o nosso cotidiano revolucionário e sufocante que não nos deixa aprender nada de novo, nobre, evolutivo e que faz crescer todo dia, a fim de avançarmos pouco a pouco, em espiral, desperdiçando a valiosa encarnação. Ocorre que a Cláudia, idosa, obstinada em ressuscitar a filha Regina, acaba descobrindo a pecaminosa Terra originária, que criou essas duas Terras paralelas devido à gigante Máquina do Tempo do relojoeiro H.G. Tannhaus, metido a bancar o endeusado Victor Frankenstein, obcecado em reviver sua família morta em um trágico acidente. Já o precioso segundo apocalíptico que parou o tempo, acabou salvando a família do cientista e os habitantes de fora da linhagem sanguínea do “filho infinito” (o eterno retorno). Por fim, ficou sugerido, ao contrário do longa Efeito Borboleta, que o par perfeito, fruto de um erro na Matrix, Martha e Jonas, podem se reencontrar de novo, duas almas gêmeas que se buscam no infinito do tempo espiritual, a exemplo dos protagonistas em Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças, interpretados por Jim Carrey e Kate Winslet. Vamos mudar nossa rotina diária indo um pouquinho além todos os dias, a exemplo do Além-homem ou Super-Homem de Nietzsche (Jesus)? Dark. Criação: Baran bo Odar, Jantje Friese. Ficção Científica. (Alemanha – 2017- 2020, 3 temporadas de 55 min). 16 anos. Nota: 4,5   
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