26/06/2020 às 22h04min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h28min

Dicas de Filmes e Séries - 26/06/20

O confuso “Wasp Network” perde a valiosa oportunidade de mostrar a verdade Após a queda da União Soviética, a Ilha cubana entrou numa profunda crise financeira, aumentando consideravelmente o número de refugiados anticastristas nos EUA. Baseado no livro: Os Últimos Soldados da Guerra Fria, de Fernando Morais, "Wasp Network - Rede de Espiões", do mesmo diretor de "Personal Shopper", Olivier Assayas, aborda uma equipe organizada de espiões cubanos morando clandestinamente em Miami, infiltrados em um grupo extremista que planejava o assassinato de Fidel Castro, além de executar diversos ataques à ilha. Alguns desses agentes trabalharam inclusive para o FBI como espião duplo. Para interpretá-los, estrelam os galãs latinos Gael García Bernal e Édgar Ramírez, como o marido de Penélope Cruz. A grande atriz espanhola rouba a cena ao demorar cinco anos para deixar Cuba legalmente, com a filha pequena, por causa da burocracia. O último militante da Rede Vespa é o companheiro Wagner Moura, que após encarnar “Sérgio”, O Pelé da Diplomacia, também na Netflix, volta a fazer par romântico ao lado da adorável cubana Ana de Armas, interpretando uma americana, enganada pelo vigarista comunista em um casamento de fachada, fruto de um processo milionário contra o governo ditatorial. A montagem do longa é confusa e o remendado roteiro tem muitas lacunas e cortes infantis, cujo erro foi tentar ser apolítico quando deveria retratar tecnicamente os fatos verídicos narrados no competente livro detalhista, complementado pelo ignorado julgamento polêmico da corte americana, condenando todos (à exceção dos delatores) por conspiração para espionar e assassinar membros do Brothers to the Rescue, já que o presidente americano Bill Clinton teve ciência desta vantajosa operação para os EUA desde o início. Wasp Network - Rede de Espiões. Direção: Olivier Assayas. Thriller. (Wasp Network. França, Espanha, Bélgica - 2019, 124 min). 14 anos. Nota: 2,0   A loucura que cura Em 1975, Jack Nicholson, o futuro Coringa de Tim Burton, no papel que lhe rendeu o primeiro Oscar da carreira, cujo longa está disponível no Amazon Prime Video, interpreta um criminoso que tenta se dar bem após ser transferido de uma penitenciária rural a um hospício. "Um Estranho no Ninho", consciente do que faz, altera completamente a metódica rotina sinistra de lá, dando vida e esperança àqueles deficientes intelectuais, incluindo o jovem personagem de Danny DeVito, ainda sem cabelo branco. A hiperatividade e alegria contagiante de Randall McMurphy, em oposição àquele cotidiano enlouquecedor, acabou estimulando as mentes defasadas dos pacientes a partir de atividades diversificadas. Ocorre que a cruel e sádica enfermeira Mildred Ratched (Louise Fletcher) estava determinada a manter o selvagem sistema rigoroso de adestramento à base de fortes medicações e eletrochoque lobotômicos, ao invés de curar ou apenas agradar os inocentes alienados. Ratched será uma adversária à altura do rebelde sensato que trouxe sanidade e, sobretudo, liberdade de expressão aos párias da sociedade, famosos inglórios, desde 1652, com a criação do Hospital Geral, inspirado no milenar Vale dos Leprosos, hediondo. Um Estranho no Ninho. Direção: Milos Forman. Drama. (One Flew Over the Cuckoo's Nest, EUA -1975, 133 min). 14 anos. Nota: 4,5   Verdade, não-violência, independência e morte Há 150 anos nascia Mahatma Gandhi, interpretado por Ben Kingsley no longa de 1982, do mesmo diretor de “Chaplin”, Richard Attenborough, disponível na Netflix. O altruísta e amigo de Charlie Chaplin foi um profundo admirador dos colonizadores vitorianos durante a juventude, e acabou se formando em Direito em 1888, na University College London, de Londres, para descobrir que a pátria indiana e o Paquistão mereciam se tornar independentes do Império Britânico, tanto quanto o sal da Terra pertence aos compatriotas. Através de conceitos universalistas, buscando sempre a verdade, a unidade religiosa e a fraternidade entre os povos, "Gandhi" criou o conceito da não-violência “Satyagraha”, a fim de quebrar o ciclo vicioso de vingança entre britânicos, muçulmanos e hindus, unindo toda a nação indiana para a conquista de direitos civis essenciais, através de protestos pacíficos, o que lhe custou a alma vivente, reencarnada na Terra, transmutada até a elevada morada celeste, transcendental, no panteão de mártires, ao lado de Martin Luther King, Sócrates, Jesus e muitos outros. O Grande Espírito, como era chamado, lutou para mudar e não para punir, sem desprezar ninguém, apenas a pobreza, a maior forma de violência. Gandhi. Direção: Richard Attenborough. Drama biográfico (EUA/Inglaterra/Índia -1982, 191 min). 14 anos. Nota: 4,0     “Um homem conta suas histórias tantas vezes que se torna uma delas” O  diretor Tim Burton sempre gostou de criar universos paralelos fantasiosos, mas desta vez, em “Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas”, na Netflix, desenvolveu uma utopia a partir da mente do protagonista, deixando para o espectador interpretar da forma que melhor lhe convir. São histórias aparentemente absurdas, contadas pelo pai Ed Bloom (Albert Finney) ao filho Will (Billy Crudup), ausente por 3 anos,  sobre personagens folclóricos, como o lobisomem (Danny DeVito), a mortal bruxa do olho de vidro (Helena Bonham Carter) e as irmãs siamesas do Vietnã, Ada e Arlene Tai, envoltos pela cidade preferida dele, chamada Espectro, onde não existe pecado, por isso ninguém jamais tinha se mudado de lá. Ocorre que o jovem Bloom (Ewan McGregor) resolveu sair de sua zona de conforto, a fim de buscar novos rumos, como por exemplo, alistar-se no exército e, principalmente, encontrar o grande amor de sua vida, Sandra (Alison Lohman e Jessica Lange) porque, segundo o aventureiro, “quando estamos com a pessoa amada, o tempo para”. Mesmo no leito de morte do incompreendido patriarca, o pragmático Will ainda relutava em encontrar a criança que existe dentro dele. Isso até ver com os próprios olhos, acompanhado da esposa (Marion Coutard), aqueles lendários personagens, concluindo que as metáforas e alegorias narradas, apesar de exageradas, eram verdadeiras. Como diz o ditado: “Um homem conta suas histórias tantas vezes que se torna uma delas. Elas sobrevivem a ele e dessa forma ele se torna imortal”. Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas. Direção: Tim Burton. Aventura dramática. (Big Fish, EUA - 2003. 125 min). 12 anos. Nota: 4,5      
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