29/05/2020 às 11h54min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h32min

Dicas séries e filmes 29/05/2020

Expressa Arca de Noé da Netflix   Em meio a uma expressa guerra civil, quem se importa com a investigação de um assassinato misterioso?   Cientistas acabam congelando o núcleo da Terra ao tentar reverter o superaquecimento global. Em medida desesperada de sobrevivência, o visionário Sr. Wilford constrói um trem composto de 1001 vagões, a fim de salvar até 3 mil privilegiadas almas viventes, condenadas a vagar eternamente ao redor do planeta, concomitante ao movimento revolucionário do orbe. A exemplo do filme “2012” e “Titanic”, que afundou em 1912, a perpétua disparidade de classes marxista obriga a estagnada classe miserável, pensante do fundão, tentar invadir vagões confortáveis. Os farroupilhos estão determinados a matar, indiscriminadamente, até atingir o objetivo. Ocorre que o ex-detetive Andre Layton (Daveed Diggs), membro do time desencantado da vida, é intimado a investigar um assassinato misterioso, ocorrido bem adiante, entre os abastados, pretexto ideal para o afrodescendente bolar um plano revolucionário, porém igualitário. Os dois primeiros capítulos da série semanal, de dez, ao todo, da Netflix, mistura a obra cinematográfica homônima “Expresso do Amanhã” (disponível no Amazon Prime), do mesmo diretor de “Parasita”, Bong Joon Ho, mesclado ao clássico literário de Agatha Christie, “Assassinato no Expresso do Oriente”. No entanto, a trama investigativa morna e os discursos pedantes, forçados, não cativam, por enquanto. O ponto positivo, além da genial ideia estruturada pela HQ francesa “Le Transperceneige”, de 1982, são as ótimas cenas de ação e os belos e sinceros olhares da única personagem autêntica a bordo, a comissária (Melanie Cavill), interpretada por Jennifer Connelly, que também compôs a Arca de Noé, original, dirigida por Darren Aronofsky.   Expresso do Amanhã, Episódio 01 e 02. Criadores: Graeme Manson, Josh Friedman. Ficção Científica. (Snowpiercer, EUA - 2020, 50 min). 18 anos.   Nota: 3,0     Adorável e comovente cartilha sobre o místico comportamento dos gatos    A exemplo de A Viagem de Chihiro, O Reino dos Gatos retrata outra jornada de amadurecimento da personagem principal, Haru, uma adolescente que dorme de pijama estampado, chamativo, e acorda atrasada para ir a escola em seu fugaz cotidiano. O motivo da transformação interna, consciente, foi a presença de um gato comum, disfarçado de príncipe felino, que gentilmente convidou a garota desajeitada para conhecer seu reino celeste, após salvar sua vida. Posteriormente, essa aventura fantástica a deixou serena, vestindo roupas lisas, em movimentos lentos, leves e soltos, sobretudo organizando tarefas com antecedência e responsabilidade. O curto e simples spin off de “Sussurro do Coração”, dirigido por Hiroyuki Morita, ambos na Netflix, destaca-se na perfeição dos movimentos lentos e misteriosos, característicos dos felinos, idolatrados no Japão. Baseado em “The Cat Returns”, escrito por Aoi Hiiragi.   O Reino dos Gatos. Direção: Hiroyuki Morita. Anime. (Neko no Ongaeshi, Japão - 2002, 75 min). Livre.   Nota: 4,0   Batman alcoólico   Ben Affleck herdou o alcoolismo do avô e do pai, motivo principal de ter deixado a direção do novo longa pré-produzido, “The Batman”, a Matt Reeves, passando o manto sagrado para Robert Pattinson. Segundo a ex-atleta profissional de esqui na neve, Molly Bloom, autora da autobiografia homônima, interpretada por Jéssica Chastain, Affleck é um dos jogadores da seleta mesa de poker hollywoodiana em “A Grande Jogada”. O ator, após ficar dois anos internado, percorre “O Caminho de Volta” (já disponível nas melhores plataformas digitais) a fim de conquistar a redenção, sem olhar pra trás, ao interpretar um famoso ex-jogador de basquete profissional que bebe até debaixo do chuveiro, traumatizado, após a morte do filho e a separação da esposa, Angela (Janina Gavankar). A exemplo do intérprete, surge uma nova oportunidade de recomeço ao personagem principal, Jack Cunningham, como treinador do colégio ultracatólico Bishop Hayes. Aos poucos, o desleixado e truculento operário do dia a dia que só pensava em beber no trabalho e dar instruções levianas aos pupilos nas horas vagas, transforma-se em um técnico dedicado que volta a vencer, focado apenas no nobre desafio, ensinando jogadas criativas e inovadoras a um time escolar de amadores adolescentes. Isso será suficiente para salvá-lo definitivamente do vício maldito?   O Caminho de Volta. Direção: Gavin O'Connor. Drama Esportivo. (The Way Back, EUA - 2020, 108 min).   Nota: 3,0   A maldade refinada de Idris Elba, indicada ao Globo de Ouro de Melhor Ator Coadjuvante   Em um lugar desconhecido da África Ocidental facções revolucionárias tomam o poder após a queda do governo local. Lá, o pequeno narrador-personagem Agu (Abraham Attah), em meio à guerra civil, foge para a mata densa, posterior à morte do pai, do irmão, e a fuga do resto da família até a capital segura. Nas entranhas da selva, longe de sua aldeia natal, o desafortunado garoto passa a ser doutrinado por guerrilheiros, todos mirins, liderados pelo maduro “Comandante” excêntrico (divinamente interpretado por Idris Elba), cuja maldade refinada e cativante amparada por muito jogo de cintura, a fim de aplicar escaramuça de guerrilha aos pequeninos saídos do berço. Ao contrário dos militantes robóticos, filiados ao partido comunista cambojano, sem carisma algum, representados no longa dirigido por Angelina Jolie, Primeiro Mataram Meu Pai, também da Netflix. A obra cinematográfica multipremiada, extremamente dramática, “Beasts of No Nation”, de 2015, dirigida por Cary Joji Fukunaga (True Detective), foi a primeira produzida originalmente pela plataforma digital. As cenas chocantes e aterrorizantes são de cortar o coração, em uma linda fotografia multicolorida.   Beasts of No Nation. Direção: Cary Joji Fukunaga. Drama de Guerra. (EUA -2015, 136 min). 18 anos.   Nota: 4,0
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