20/03/2020 às 15h21min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h33min

Cinema e Séries - 20/03/2020

Exterminadora do Futuro de Westworld na Los Angeles de 2052   O primeiro episódio da terceira temporada da série da HBO mais aguardada do ano mostra a anfitriã Dolores (Evan Rachel Wood) no ano de 2052, já fora da caverna, ou melhor, fora de Westworld, na cidade de Los Angeles, determinada a aniquilar toda a raça humana. A nova abertura antagônica simboliza o desequilíbrio da criatura ao afastar-se de seu criador, na belíssima pintura de Michelangelo da Capela Sistina; análogo ao entusiasmo ilimitado de Ícaro, muito acima da condição necessária para se chegar ao Nirvana, comparado apenas a vaidade de Narciso. A dubladora da mãe de Elsa e Anna em Frozen, surge deslumbrante nesse belíssimo futuro, caracterizado pela alta tecnologia arquitetônica ao estilo Blade Runner ou Minority Report. Como em toda a sociedade avançada carente de moral ilibada, toda essa tecnologia surpreendente torna-se privilégio dos ricos e poderosos. Porém a classe trabalhadora pode pelo menos desfrutar de realidades virtuais fantásticas através de aplicativos, interessantíssimos. O astro de Breaking Bad, Aaron Paul, interpreta Caleb Nichols, retrato dessa nova classe operária ansiosa para conseguir o emprego dos sonhos de acordo com sua aptidão. A empresa meritocrática "Incite", usando uma inteligência artificial, encarrega-se de arrumar o emprego ideal de cada ser humano. Provável concorrente da Delos, muito afetada após o desastre no parque. Um ótimo episódio repleto de ação sugere novo par romântico a fim amolecer o coração de lata da exterminadora implacável.   Terceira temporada de Westworld. Direção: Jonathan Nolan, Lisa Joy. Ficção Científica. (EUA, - desde 2016, 52min).   Nota: 4,0   The Outsider - O Outro, na HBO   O diretor-personagem e produtor executivo da nova série da HBO, The Outsider (estranho, alienígena), Jason Bateman, na pele de Terry Maitland, é o principal suspeito do brutal assassinato de um garoto de 11 anos. Ocorre que o pacífico treinador de beisebol foi filmado em dois lugares ao mesmo tempo pouco antes do crime, identificado em ambos com o mesmo DNA. Fato que provoca peso na consciência do investigador e amigo do réu, Ralph Anderson (Ben Mendelsohn). Essa dúvida instigante contamina o espectador até o final da série. Situação idêntica para as outras três vítimas encarceradas em razão de provas incontestáveis de culpa, mas com um álibi incontestável, provando a sua inocência acima de qualquer suspeita. O realismo com ares de documentário bem trabalhado lentamente, iguala os ótimos personagens ao nível do ser humano comum: cheio de dúvidas, medos e inseguranças diante de um inimigo mais poderoso que suas crenças limitadas. Essa é a fronteira final para desvendar esse crime sobrenatural. Baseado na obra do paranoico escritor Stephen King, a trama consegue retratar o mundo invisível além-túmulo materializando as entidades de lá de forma única e padronizada (presente em todas as obras do autor); mantendo, contudo, os mesmos conceitos clássicos-espirituais, sem deturpá-los.   The Outsider. Direção: Richard Price. Terror. (EUA - 2020, 60 min). Nota: 3,0   Surpreendente série policial da Netflix na Terra do Gelo   A trama acompanha o policial Arnar (Björn Thors), enviado de Oslo na Noruega para Reiquiavique, na Islândia, sua terra natal, a fim de investigar o primeiro caso de serial killer do país ao lado da popular policial Kata (Nína Dögg Filippusdóttir). A Netflix acerta mais uma vez (a exemplo de La Casa de Papel e Dark) ao investir na primeira temporada da série islandesa, ambientada em um cenário lindo e fascinante e ao mesmo tempo tenebroso, rodeado de montanhas nevadas que lembram o longa Fargo e o longa Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres, cuja Investigação também se desenvolve a partir de uma foto antiga de colegas (familiares) reunidos. Aqui, o serial killer tenta se vingar dos colegas do reformatório Valhalla, de 35 anos atrás, matando um por um. O thriller de mistério e suspense ilude com algumas pistas falsas envolvendo outro caso com policiais de outra cidade, instigados com “O Assassino de Valhalla”, sem querer. Agradável confusão cativante na mente do espectador a fim de valorizar o desfecho final!   O Assassino de Valhalla. Direção: Thordur Palsson. Thriller. (The Valhalla Murders, Islândia - 2020, 50 min).   Nota: 4,0     Antissemitismo à flor da pele   Baseado no romance homônimo de Philip Roth, estreou esta semana na HBO o primeiro capítulo da nova minissérie de 6 episódios, do mesmo criador da excelente série policial The Wire, David Simon. A trama se passa em um bairro judeu de classe média baixa de Newark, New Jersey, onde acompanhamos o cotidiano de uma família judia, apreensiva com a possível eleição à presidência do piloto e herói nacional simpatizante do nazismo, Charles Lindbergh, contra o estadista e pai do controverso New Deal, que demorou 15 anos para estancar a crise financeira de 1929, Franklin Roosevelt. Clima tenso na região como se os nazistas fossem ganhar a Segunda Guerra Mundial que mal começou. Ao contrário da distópica obra de Philip K. Dick, O Homem de Castelo Alto, transformada em série pela Amazon Prime. A fotografia e o figurino em The Plot Against América são impecáveis. O elenco principal conta com Winona Ryder e John Turturro.   The Plot Against América. Direção: David Simon e Ed Burns. Drama. (EUA - 2020, 60 min).   Nota: 3,0           Mãe detetive em busca da filha desaparecida   Mari Gilbert (Amy Ryan) e as filhas Sherre (Thomasin McKenzie, de Jojo Rabbit) e Sarra (Oona Laurence) saem desesperadas na busca implacável da outra filha desaparecida, Shannan, e acabam conectando-a a possíveis assassinatos de inúmeras prostitutas. Baseado no livro de Robert Kolker “Lost Girls – An Unsolved American Mystery”, a diretora Liz Garbus trouxe à plataforma da Netflix uma grave denúncia envolvendo um serial killer impune, graças à incompetência dos investigadores policiais, liderados por Richard Dormer (Gabriel Byrne). A trama verbalizada de Lost Girls -  Os Crimes em Long Island complementa as poucas imagens documentais verídicas por atores. Atitude válida que peca pelo excesso de intensos diálogos picados com pouca produtividade. O enredo objetivo e pouco imaginativo opta por um caminho único. Para a sétima arte o ideal seria uma reconstituição lógica e didática do caso.   Lost Girls - Os Crimes em Long Island. Direção: Liz Garbus. Drama. (Lost Girls, EUA - 2020, 95 min). 14 anos.   Nota: 2,0


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