14/02/2020 às 14h23min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h37min

Chuvas param a região. Governo promete acabar com enchentes no São Paulo F.C.

Em dez dias, choveu 83% da média esperada para o mês todo no Estado. A forte chuva no início da semana afetou toda a região. As Marginais tiveram problemas de circulação, os trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) pararam, a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) sofreu com alagamento. E o São Paulo F.C. naufragou. Promessas ao Morumbi O São Paulo F.C., área social, mais uma vez inundou completamente, bem como parte do Colégio Porto Seguro e residências próximas ao parcialmente canalizado Córrego Antonico. A boa notícia é que o Governo do Estado vai anunciar nos próximos dias, em parceria com a Prefeitura, o término das enchentes nesta área com provável obra de piscinões, canalização, prolongamento da avenida Perimetral e desapropriações necessárias. Esta é notícia tardia, pois há dezenas de anos o poder público promete e não realiza este trabalho na região, que também afeta o centro da comunidade de Paraisópolis e residências ribeirinhas. Pinheiros 87 e Butantã 82 milímetros de chuva As chuvas que atingiram a capital paulista na noite de domingo (9) ganharam força a partir da primeira hora madrugada de segunda (10), acumulando, em aproximadamente 3 horas, cerca de 60 milímetros de chuva, em média, na cidade. Os dados são do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Prefeitura. Em alguns bairros, houve registro de valores acima bem acima desta média. Em Pinheiros, a chuva chegou a 87 milímetros; no Butantã, em 82 milímetros; e na Lapa, 98,3 milímetros. Rio Pinheiros tem recorde O nível do rio Pinheiros chegou ao maior nos últimos 15 anos, de acordo com a Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia). Em 2019, as equipes da Emae registraram recorde de retirada de sedimentos do leito do Pinheiros, com carga equivalente à de 28 mil caminhões basculantes. Também houve a retirada de 9 mil toneladas de lixo das águas. Vereadores Natalini e Soninha criticam “Há muito tempo tenho alertado e reivindicado o preparo de São Paulo para as chuvas violentas das mudanças climáticas. Poucos dão importância! A Lei de Mudanças Climáticas está abandonada. Pararam com o Programa Córrego Limpo e a Operação Defesa das Águas.  Deixaram de fazer calçadas permeáveis;  as matas da Cidade estão sendo dizimadas por quadrilhas do crime; nossos Parques estão abandonados;  quase zeraram o plantio de árvores. Gastaram menos de 50% da verba para enchentes em 2019. O valor disponível para usar em obras e serviços de combate às enchentes era de mais de R$ 973 milhões, o valor usado de fato foi R$ 474 milhões. E digo: piscinão somente, não é solução! Precisamos pensar em soluções sustentáveis. A prevenção e o combate às enchentes têm sido precários! E as chuvas serão cada vez maiores e mais violentas”, afirmou o vereador Gilberto Natalini, Presidente do Comitê de Chuvas e Enchentes da Câmara Municipal.   “Segunda-feira é um daqueles dias... ...que entram para a história, e não como lembrança feliz. Como dizem alguns especialistas, ‘é o novo normal’ – volume de chuva descomunal em curto espaço de tempo, concentrado sobre algumas áreas. E áreas intensas e desordenadamente ocupadas, causando danos terríveis. Muita gente deu a solução para acabar de vez com esse problema histórico: ‘tem que fazer mais piscinões’, ‘precisa limpar os bueiros’, ‘dragar os córregos’. O problema é que não é a solução – são todas elas. Algumas razoavelmente simples e de baixo custo; muitas, bastante complexas e caras. Importante é ter um plano para diminuir a ocorrência de alagamentos e enchentes em 2021. E reagir da forma mais eficiente possível às que vão acontecer ainda este ano. Fomos relatoras no ano passado do ‘Comitê de Chuvas e Enchentes da Câmara Municipal’. O documento, que tem mais de 30 páginas, analisou as iniciativas de combate a enchentes e ouviu especialistas, moradores e representantes de órgãos públicos para propor soluções. Uma providência básica: planejamento interinstitucional. Vale a pena ler e saber o que está sendo feito pelo poder público (e o que ainda precisamos fazer!).” – vereadora Soninha Francine. CPTM e EMTU tiveram interrupções Os alagamentos afetaram a linha 9 – Esmeralda, impossibilitando a circulação dos trens entre as estações Osasco e Santo Amaro. A empresa acionou o Paese (ônibus gratuito) para atender os trechos citados, mas com os alagamentos os veículos circulam parcialmente. Houve interrupção total ou parcial na circulação dos ônibus da EMTU nas marginais Pinheiros e Tietê e nos municípios de Guarulhos, Taboão da Serra, Osasco, Itapevi, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Cajamar e São Vicente. O Metrô e o VLT da Baixada Santista operam normalmente, sem restrições. Bombeiros: 4 mil chamados O Corpo de Bombeiros atendeu mais de 4 mil chamados desde a noite de domingo (9), entre eles sete desabamentos, 132 pontos de inundação, 25 árvores caídas e 17 vistorias de árvores na Grande São Paulo. O policiamento foi reforçado nos principais terminais de transporte público e em pontos de alagamento – o helicóptero Águia 6 resgatou uma pessoa na Marginal Tietê e também atende chamados em Barueri e Carapicuíba. Recorde de desassoreamento do Pinheiros evitou que efeitos da chuva fossem mais graves Na capital, o rio Tietê possui 53 bombas sob responsabilidade do Daae (Departamento de Águas e Energia Elétrica) que passam por manutenção semanal. Em 2019, o Governo do Estado, por meio do Daae e da Empresa Metropolitana de Energia (Emae), anunciou a retirada de 635 mil de metros cúbicos de sedimentos dos rios Pinheiros e Tietê, correspondente a cerca de 40 mil caminhões basculantes. No ano passado, o desassoreamento retirou mais de 400 mil toneladas de sedimentos como areia e argila do rio Tietê, com investimento de R$ 45 milhões. Já o Rio Pinheiros registrou recorde de remoção de dentro do rio e das margens (170 mil m³ desassoreamento e 322 mil m³ desaterro), com carga equivalente a 500 mil m³ de sedimentos retirados, ou seja, mais de 30 mil caminhões. Também houve a remoção de 9 mil toneladas de lixo das águas. Em 2018 não houve desassoreamento no Pinheiros, o que deixou o rio mais raso. Investimento A Emae está investindo R$ 70 milhões na retirada de 1,2 milhão de m³ de sedimentos do Pinheiros. Já o Daae deverá investir R$ 55 milhões nos trechos prioritários do Tietê, além de R$ 20 milhões já aprovados junto ao Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro). Sacos de lixo A Prefeitura, por meio da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb), orientou os munícipes, por conta das fortes chuvas, a não colocarem os sacos de lixos nas calçadas para a coleta domiciliar, enquanto a água não escoar, especialmente da zona oeste e norte da cidade. A autarquia ressalta ainda, que os agentes de limpeza urbana estiveram nas ruas retirando o máximo dos resíduos, a fim de minimizar os impactos causados pela chuva.


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