16/08/2019 às 16h35min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h46min

Pinheiros envelhece, se renovando

Em 1560, à beira do Rio Grande (hoje conhecido como Rio Pinheiros), índios se estabelecem. Começava, assim, o povoamento da região que hoje chamamos Pinheiros. Hoje, dentro da Subprefeitura de Pinheiros, estima-se uma população com cerca de 300 mil pessoas. No dia 15 de agosto, comemora-se o aniversário de 459 anos do bairro. Esta aldeia, por ficar na margem do Rio, começou a servir de local estratégico para viajantes. Por volta do ano de 1600, o chamado Caminho de Pinheiros (atual Consolação) era um dos principais pontos da vila de São Paulo pois ligava essa região a outras áreas mais distantes. A área de Pinheiros, naquela época, correspondia ao território que se estende desde o Butantã até parte do Pacaembu. Pertencia a uma sesmaria doada por Martim Afonso de Sousa a Pedro Góes em 1532 e que, a partir de 1584, passou a pertencer a Fernão Dias. Com o passar dos anos, a região foi expandindo seu território, que passou a ser ocupado, em sua maioria, por nativos portugueses. Estes costumavam explorar os índios, pagando-lhes poucos benefícios. Por conta disso, em 1681 o bairro perdeu inúmeros habitantes, restando apenas 16 na aldeia. O êxodo cessou somente quando um índio foi nomeado chefe da aldeia. O grande progresso da região, porém, só ocorreu a partir do ciclo do café no Brasil, entre o final do século XIX e o começo do século XX. Foi o dinheiro proveniente da exportação do produto que proporcionou o avanço do bairro. Nas primeiras décadas do século XX houve a fundação do Mercado Caipira, da Sociedade Hípica Paulista e da Cooperativa Agrícola de Cotia. O surgimento destas instituições e a ampliação infraestrutural (transportes, água, luz) intensificaram o desenvolvimento do bairro. Atualidade É difícil de imaginar, hoje, para quem passa pela Avenida Rebouças que, antigamente, ali era um caminho de lama, por onde carros-de-boi eram guiados. No início do século XVII, o Caminho de Pinheiros era um dos mais destacados da Vila de São Paulo, por ser o único acesso à aldeia e às terras além do rio, no sentido oeste. Hoje, a Avenida Rebouças é ocupada até mesmo embaixo da terra. A Linha 4 – Amarela do Metrô segue seu desenho e auxilia no deslocamento pela cidade, com quatro estações (Paulista, Oscar Freire, Fradique Coutinho e Faria Lima) em seu contorno. Essa facilidade de acesso também configura em um dos motivos do desenvolvimento do bairro de Pinheiros (que ainda conta com as estações Pinheiros, que faz ligação com a CPTM, e Vila Madalena, da Linha 2 – Verde). Além disso, oferece a seus moradores e visitantes uma grande oferta de opções de lazer. O bairro possui duas bibliotecas municipais: a Biblioteca Alceu Amoroso Lima, que possui um acervo da memória do bairro para consulta e a Biblioteca Álvaro Guerra, que reúne depoimentos de moradores sobre suas histórias de vida e do bairro em sua Estação Memória. Na área cultural, ainda serve de residência para centros como o Sesc Pinheiros e o Instituto Tomie Ohtake, o Centro Brasileiro Britânico, o Goethe-Institut e o Centro da Cultura Judaica, por exemplo. Praças como a Benedito Calixto são um refúgio no meio da cidade. Também oferece terreno ao colégio Fernão Dias e dezenas de instituições de ensino. Além disso, é lar do Complexo do Hospital das Clínicas de São Paulo, que é o maior e mais importante complexo médico-hospitalar da América Latina e referência internacional em diversas áreas. Hoje Pinheiros é um dos lugares mais sofisticados de São Paulo. Reduto da classe média, possui uma rede comercial grande e diversificada (roupas, sapatos, móveis, comidas e bebidas, bancos etc.) e uma intensa vida cultural (livrarias, casas noturnas e bares, feira de artes e antiguidades, academias de dança etc.). Além de ter seus caminhos cruzados por ciclovias, que facilitam o deslocamento para os ciclistas.


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