07/09/2023 às 00h25min - Atualizada em 07/09/2023 às 00h25min

Obrigado Indiana Jones

Rogério Candotti | [email protected] | blogdorogerinho.wordpress.com

Os blockbusters Tubarão e Star Wars, atualizado mais tarde Star Wars: Episódio IV — Uma Nova Esperança, cambalearam a dramática Nova Hollywood para Os Caçadores da Arca Perdida (1981) nocauteá-la pela Era Reagan no ano da posse do falecido presidente patriota. Um filme perfeito, sem gordura tampouco efeitos digitais, entre os melhores de todos os tempos, o qual revolucionou o gênero aventura, inspirado em O Tesouro da Sierra Madre (1947), O Segredo dos Incas (1954), Tintim e na franquia James Bond que Spielberg sonhava dirigir na época. A ideia original de George Lucas era trazer o cineasta Philip Kaufman com quem desenvolveu o personagem, visando ser interpretado por Tom Selleck em vez de Harrison Ford, e Danny DeVito como Sallah no lugar de John Rhys-Davies: escalado mais tarde no rip off Tudo por uma Esmeralda com Michael Douglas. O icônico plano-sequência do caminhão e a primeira aparição de Indiana Jones surgida das sombras foi inspirada em John Wayne: No Tempo das Diligências, cujo chapéu facilitou o disfarce aos dublês. A cena da bola gigante lembra a da HQ do Tio Patinhas, cuja perseguição posterior também consta no primeiro Piratas do Caribe com Jack Sparrow. Aqui os nazistas não são os verdadeiros vilões da trama porque morreriam de qualquer forma ao abrir a Arca da Aliança, mas, o elegante René Belloq (Paul Freeman) que apesar das semelhanças com Indiana, age por dinheiro em vez do valor histórico ou artístico da obra; tal qual a hipócrita sedenta por dinheiro Helena Shaw (Phoebe Waller-Bridge) ao criticar o capitalismo em Indiana Jones e a Relíquia do Destino (2023) — sem o mesmo carisma de Marion (Karen Allen) ou a beleza da nazista Elsa Schneider (Alison Doody) e da comunista Irina Spalko (Cate Blanchett) que explodiu a cabeça de tanto conhecimento alienígena. Somente o herói falível e sua futura esposa sobreviveram à “face de Deus” ao fechar os olhos para a Arca Perdida, a exemplo de Odisseu amarrado ao mastro, consciente da sedução das sereias através do canto.
Indiana Jones e o Templo da Perdição (1984) embora tenha sido um clássico da Sessão da Tarde, repleto de crianças, foi tão sombrio quanto Star Wars: Episódio V — O Império Contra-Ataca. George Lucas e Spielberg estavam se divorciando na época quando o diretor fisgou a cantora de cabaré mais bela, interpretada por Kate Capshaw, com quem vive até hoje. Ao contrário do amigo, casado com Mellody Hobson desde 2013. 
Indiana Jones e a Última Cruzada (1989) poderia ter encerrado a trilogia com chave de ouro de forma competente, alegre e bem divertida, ao finalizar com os quatro cavaleiros em direção ao pôr do sol como nas lendas arturianas, pois, Sean Connery nasceu na Escócia; John Rhys-Davies no País de Gales; Denholm Elliott na Inglaterra, enquanto Harrison Ford descende de irlandeses. Porém, o cineasta preferiu “Eram os Deuses Astronautas?” ou melhor: Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (2008), embora tenha homenageado o aventureiro hispânico Francisco Orellana, vindo do Peru em 1542 até o Reino das Pedras Verdes, banhado pelo Rio Amazonas, na ilha de Marajó, ao abrigar mulheres confundidas às da mitologia grega, chamadas pelos indígenas de Icamiabas (sem marido); até então intitulado Mar Dulce. Nesse sentido, o melancólico Indiana Jones e A Relíquia do Destino (2023) revela o artefato que Hitler sonhava obter com o qual o soldado romano Longinus perfurou o peito de Jesus, cujo sangue espirrado curou-o de uma doença ocular: ”Verdadeiramente, este homem era o filho de Deus” (Mateus 27:54) — disse o cristão convertido desde então, sendo decapitado e canonizado São Longuinho por isso, até encarnar como D. Pedro II pela psicografia literária de Chico Xavier: Brasil, Coração do Mundo,
Pátria do Evangelho.

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