01/09/2023 às 00h24min - Atualizada em 01/09/2023 às 00h24min

Novo protesto em defesa do Parque da Previdência mobilizou moradores, lideranças, ambientalistas e vereadoras

Apesar da chuva fina e do frio, mais de cem pessoas estiveram presentes neste último sábado, dia 26, no ato em defesa do Parque da Previdência, na Avenida Eliseu de Almeida, 1820, local da obra que faz fronteira com a área de preservação, e tem causado grande impacto a todo o ecossistema: aterramento de corpos d’água, fuga e morte de animais silvestres, além da supressão de dezenas de árvores. A obra, de responsabilidade das empresas ‘Engeterra’, ‘Azeka Participações’ e ‘SP Diversões’ encontra-se embargada pela supressão vegetal, mas os moradores temem que seja temporário e querem o embargo definitivo.
“Até hoje não conseguimos todas as matrículas com as definições dessa área de terreno, há muita inconsistência nos dados. Originalmente era do IPESP que concedeu à Prefeitura para área de preservação. Não sabemos em que momento ele deixou de ser público para ser privado”, questiona José Jacinto Mosquera, morador da região e conselheiro do Parque Previdência.
“A obra causou uma imensa erosão na divisa do parque que pode se transformar em desbarrancamento a qualquer momento com uma chuva forte. Do ponto de vista oficial, a obra continua embargada, mas ainda não é um embargo definitivo, ou seja,  depois que tudo estiver morto as providências vão ser tomadas? Trata-se de uma ZEPAM e assim deve ser tratada”, questiona com indignação a bióloga Ângela Baeder, moradora
do bairro há 35 anos e conselheira do CADES Butantã.
“O número de resgates de saruês e saguis fora do parque aumentou, sem dizer os que morrem atropelados. Toda a biodiversidade do parque está ameaçada”, argumenta Angela Fernandes, também moradora do bairro, fundadora da SOS Bichos
“É preciso de uma forte mobilização de todos os setores para resistir à essa pressão, caso contrário, vamos acelerar a mudança climática na nossa região, perdendo qualidade de vida, saúde, espaço para lazer e cultura”, ressalta Ernesto Maeda, membro do Conselho Participativo Municipal, dos Amigos da Mata Esmeralda e da Rede Ambiental Butantã, que reúne diversos coletivos ambientais da região.
Também estiveram presentes as vereadoras Luana Alves e Dafne Sena, ambas do PSOL, representante da vereadora Luna Zaratini, do PT, lideranças do ‘Fórum Verde Permanente de Parques, Praças e Áreas Verdes’, ‘Movimento Mata Esmeralda’, ‘Corredor Ecológico do Butantã’, ‘Amapar’, ‘Defenda SP’, entre outros.
Diversos grupos de moradores se organizaram para também dar um colorido especial à manhã de protesto do sábado. Foi realizada uma oficina de faixas com orientação de artistas plásticos locais, uma exposição de desenhos de alunos do ‘Colégio Giordano Bruno’ e uma atriz se vestiu de saruê, chamando a atenção do trânsito. Além do acompanhamento jurídico junto à Subprefeitura do Butantã e à Secretaria do Verde e Meio Ambiente, o ‘Movimento Defenda o Parque da Previdência’ deve fazer um ato, com show acústico, para comemorar os 44 anos do Parque no dia 24 de setembro com artistas e personalidades.

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