27/07/2023 às 23h48min - Atualizada em 27/07/2023 às 23h48min

​Prefeitura embarga obra da Engeterra ao lado do Parque da Previdência: crime ambiental

O Parque da Previdência é um dos mais antigos da região oeste. A dimensão da alteração efetuada no terreno vizinho, caracterizada como crime ambiental pelo corte de dezenas de árvores e desmatamento completo, trouxe grande preocupação, assim como o objeto da construção futura, pois uma área com esse perfil ao lado da trilha de Mata Atlântica, sua fauna e flora terá um imenso impacto. Não há indicação de Licenciamento Ambiental e tampouco informações sobre eventuais compensações ambientais. 

Prefeitura  embargou a obra
Atendendo as reivindicações da comunidade, e após reportagens que denunciaram o fato do Grupo 1 de Jornais (Jornal do Butantã e Gazeta de Pinheiros) e Rede Globo, a Secretaria do Verde e Meio Ambiente do Município, apurou que a obra não atende às exigências legais. Assim, uma nova multa foi feita no valor de R$ 4.500,00, além da primeira de R$ 15.000,00.
De acordo com representantes locais, os animais do local desmatado, fugiram para o Parque da Previdência. Porém, o local não apresenta alimentação suficiente e eles já estariam buscando alimentos em lixeiras de residências.
Outro ponto levantado pelos gestores do Parque da Previdência é a utilização do espaço ao lado como “futuro” Centro de Diversões, com som e luzes até o período noturno, prejudicando ainda mais a fauna local. 

M.P. instaura inquérito 
O Ministério Público já instaurou inquérito e a GCM Ambiental também apura se houve danos ao lençol freático, o que seria mais um crime ambiental.
Os moradores vêm percebendo problemas há muito tempo. Esta área era, originalmente continuidade da Mata do Parque e, agora, o que se vê é uma grande movimentação de terra junto à supressão das árvores.
Segundo as informações coletadas por integrantes de diversos movimentos de preservação de áreas verdes da região trata-se de um grande terreno na Av. Eliseu de Almeida, na altura do número 1.820. Pelas informações recebidas os desmatadores querem fazer na área um espaço de "Diversões" com kart, boliche, fliperama, salões de festas e restaurante.

Depoimentos apontam os problemas
“Como conselheiros gestores do Parque Previdência, a preocupação com o perímetro do parque e possíveis invasões sempre foram nossas preocupações e também pauta de reuniões, mas em junho de 2022 observamos grande movimentação no terreno da antiga Engeterra, que faz divisa com o Parque Previdência nos fundos, av. Eliseu de Almeida  1.820. Pudemos constatar demolição de edificações que haviam no local, supressão de dezenas de árvores dentro do mesmo em pleno domingo. Na época, a placa de alvará que estava no local era falsa, pertencia a outra obra.
Iniciamos então chamados a polícia ambiental, GCM ambiental, a SVMA através de ofício, a Subprefeitura através de carta protocolada, e até ao IPESP que cedeu os 47.528 metros quadrados de terreno ao parque previdência nesse espaço, a título de Reserva Florestal. 
O objetivo era saber com precisão os limites de cada terreno, zoneamento e necessidades de licenças para construção no ‘entorno de parques’, proteção a fauna e flora. Porém não obtivemos resposta. Polícia ambiental não teve permissão para entrar na área e subprefeitura respondeu depois de muito tempo, que a obra estava parada.
Fizemos então uma Representação ao MP do Meio Ambiente expondo desde a supressão de árvores até a contaminação do solo e desvio das nascentes pela Engeterra, sendo aberto o inquérito número 635/2022. Até o momento não começaram a construção, porém já destruíram muito na preparação do terreno. 
Angela Cristina, nossa vizinha, comentou que tem conhecimento sobre animais silvestres que estão fugindo do Parque, alguns morrendo e pode não ser apenas por falta de comida, mas motivados por essa movimentação no terreno da Eliseu e trator, motoserra e caminhões possam ser a causa para essa fuga. Angela fez mais uma representação no MP do Meio Ambiente para averiguação de crime ambiental.
Atualmente o Cades Butantã também está participando e o fato de ter chegado ao conhecimento da imprensa está ampliando o número de grupos e pessoas indignadas que querem saber e contribuir com a questão.”

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