20/04/2023 às 23h13min - Atualizada em 20/04/2023 às 23h13min
A cidade que (não!) queremos
Tivemos nos últimos 20 anos um exponencial aumento na construção de prédios em São Paulo, algo não observado no tocante a construção de casas, cujo crescimento foi consideravelmente menor. O aumento populacional em certas regiões da cidade, sem planejamento e cuidado especialmente do poder público, tem gerado uma série de consequências negativas.
Na era das cidades sustentáveis e da melhoria contínua da qualidade de vida nos grandes centros urbanos, o crescimento ordenado é algo que, se não observado, poderá nos condenar a viver em uma São Paulo que NÃO queremos! Uma cidade tomada de arranha-céus, com menos verde e mais calor, com excesso de barulho, pouco inclusiva e com mobilidade prejudicada...isso é tudo que NÃO queremos!
Precisamos preservar e expandir áreas verdes, desatar o nó da mobilidade, tornar a cidade mais acessível e inclusiva. Ideias interessantes existem. Li recentemente uma entrevista com o arquiteto Arthur Casas, na qual ele defende que as incorporadoras trabalhem em sintonia com o poder público, para melhoria das áreas onde seus empreendimentos são construídos, colaborando, assim, para o bem-estar urbano.
Pelo poder público, a pauta da sustentabilidade deve estar na ordem do dia. A Prefeitura de São Paulo, por exemplo, está desenvolvendo ações em parceria com cidades ibero-americanas nos seguintes temas: clima, a convite da rede Mercocidades. Agenda 2030 e ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), com Montevidéu e Quito; arborização, juntamente com Bogotá e Havana e empreendedorismo feminino, em parceria com Lisboa.
Para avançarmos rumo à São Paulo que queremos, no entanto, devemos deixar o campo das ideias, tornando os bons projetos uma realidade como pilares que vão sustentar ações conjuntas visando o bem de todos.
*Fernando de Sampaio Barros é publicitário, jornalista e presidente da AME Jardins, Associação de Moradores dos Bairros dos Jardins América, Europa, Paulista e Paulistano
