04/11/2022 às 00h27min - Atualizada em 04/11/2022 às 00h27min

​Tribunal de Contas fiscaliza e apura atendimento ruim à população na saúde pública

O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) realizou no último dia 20 de outubro, uma fiscalização surpresa em 273 hospitais e unidades de saúde do Estado gerenciadas por Organizações Sociais de Saúde (OSS). Desse total, 232 locais são de responsabilidade dos municípios e 41 pertencem à rede estadual. A ação ocorreu e avaliou o atendimento ruim e sofrível dos usuários, as condições físicas sem equipamentos e remédios das unidades, além de verificar a ausência de médicos e profissionais de saúde pública. Veja depoimentos da população da região.

Moradores questionam
“Estou me sentindo indignada! Seu filho precisa de medicamentos e vai até o Posto de Saúde, e não tem! Seu filho tem que passar no Posto de Saúde da sua região e não tem pediatra,  porque ela sai de férias e não tem substituto! Aí você passa em uma unidade em outro município, e eles não gostam! Por que será que sempre procuro outro município?  Será que este relato diz alguma coisa:  POSTO DE SAÚDE, UM CAOS SEM MEDICAMENTOS E SEM PEDIATRA.” V.A.B.

“Desde novembro do ano passado tento passar meu filho no pediatra do Posto de Saúde da Vila Gomes, e eles sempre me falam isso: estão de férias, e não tem substituto. Vai cedo e recebe a mesma resposta... Com isso tenho que ir num médico particular, se eu quiser que meu filho seja atendido. Mas nem sempre temos condições para isso. É mesmo revoltante!” S.R.

“Relate sua indignação pela falta de medicamento e médicos, pelo portal 156 ou pelo tel 156. Por redes sociais, não adianta.” M.B.

“Isso é um problema grave, de saúde pública!” L.A.

“Fora quando medicam a criança e o remédio está em falta até no laboratório. Um caos!” R.R.

“Fui maltratada pela enfermeira e pelo médico do plantão no Pronto Socorro Municipal dr. Caetano Virgílio Neto (antigo e conhecido na região como PS Bandeirantes) - R. Augusto Farina, 1125 – Butantã. Tive um infarto. Fui atendida no PS, chegando por volta das 22h30. Fiz 2 eletrocardiogramas e um dos aparelhos estava com defeito. Fui internada. Quando foram dar a minha medicação, questionei o porque estavam me ministrando apenas 1 remédio. Então a enfermeira foi muito estúpida e disse que era aquilo mesmo. O médico também não gostou da minha pergunta e me ameaçou  mandar para a ambulatório. Precisa melhorar a condição deste Pronto Socorro que atende uma demanda muito grande da região. Além do mais, preparar um treinamento para os profissionais.” D.E.

“Depende do humor das recepcionistas e da equipe da farmácia, normalmente estão de cara fechada e mal responde o que perguntamos. Não estão marcando consultas com clínico, e há uma má vontade imensa. Enfim, como sempre, um péssimo atendimento quando mais precisamos. Fora a falta de medicamentos.” C.B.S.

“Péssimo na UBS Vila Borges, pois você tem que madrugar para conseguir uma vaga. Descaso total, fora que nunca tem remédios na farmácia.” M.S.

“Você chega 5:30 horas na fila quando abre e não tem vaga para clínico. Falta insumos e medicamentos. Descaso total com a população”. T.S.

“Fui no UBS Jardim Peri Peri, ver referente a cirurgia do meu pai e disseram que tem 19 pessoas na frente e tudo atrasou por conta das chuvas. Desculpa esfarrapada e um absurdo tanta demora!” J.C.

“Fui na UBS Vila Dalva para atendimento e o médico me passou um antialérgico. E o que a moça da farmácia me deu? Um remédio para pressão que eu acabei tomando (porque a embalagem é igual). A sorte é que minha mãe leu e pesquisou , senão eu estava tomando todos os dias. Voltei lá e tive que tomar soro por conta de queda de pressão. Todo mundo me pediu desculpa, menos a que me deu o remédio errado. “ M.M.

“Vila Gomes, péssimo atendimento. As recepcionistas parecem que estão sempre, de mal com a vida. E da farmácia, nem se fala, um pouco caso. Em geral, o atendimento, está muito, ruim, isso porque não é nada de graça, sai dos impostos que pagamos.” I.B.

“Ninguém é obrigada ouvir desaforo e mal humor. Não quer trabalhar? Passa a vaga para alguém com condições e preparado para trabalhar em UBS! Enfatizando que ninguém vai em UBS pegar fila para fazer recreio! As pessoas vão porque precisa passar com algum profissional com qualificação!” E.R.

TCE fiscalizou
De acordo com a Agência Brasil, entre os itens fiscalizados estão o controle de presença das equipes médicas, as condições de armazenamento de medicamentos, a limpeza, a acessibilidade das instalações e o transporte de pacientes.
“O TCE encontrou irregularidades como medicamentos fora do prazo de validade em 13% das unidades fiscalizadas; médicos ausentes de seus postos de trabalho em 12% dos casos; e equipamentos de diagnóstico quebrados ou em desuso em 31% dos locais”, disse o órgão por meio de nota.
Foram encontrados ainda prédios em situação precária, com salas de espera com paredes mofadas e infiltrações; banheiros interditados e sem condições de uso; móveis quebrados e em desuso, e a presença de um cachorro na sala de espera.
Além disso, 61% das unidades de saúde fiscalizadas não possuem Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros. “Os gestores dos contratos firmados com as entidades do terceiro setor serão notificados e terão prazo de 10 dias para apresentar justificativas ao Tribunal sobre as eventuais irregularidades”, informou o TCE.

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