30/09/2022 às 00h02min - Atualizada em 30/09/2022 às 00h02min

A Primavera chegou e com ela os sintomas alérgicos

Nariz escorrendo, coceira nos olhos e espirros... deve ser a primavera chegando e sim, suas alergias podem estar realmente piorando

A primavera chegou e nesta época do ano, algumas pessoas sofrem com pioras em sintomas de conjuntivite, rinite, asma e até lesões na pele. Isso ocorre devido ao pólen de árvores e gramas, que é carregado de um lado ao outro pelo vento. A polinização das árvores começa mais no início da primavera, que é seguida pela polinização da grama já no fim dela. Os padrões de sensibilização a alérgenos inalantes podem variar de acordo com a área geográfica do paciente. De acordo com o Dr. Javier Ricardo Carbajal Lizárraga, especialista em Alergia e Imunologia, a alergia é uma doença resultante de uma alteração do sistema de defesa do nosso organismo. Com isso, ela aparece quando os nossos anticorpos reagem de forma exagerada ao contato com substâncias normalmente inocentes. As alergias, em geral, são responsáveis direta ou indiretamente por até 40% das consultas nos prontos socorros e, até 30% das internações hospitalares. Afetando, assim, a população em geral, independentemente da idade ou sexo. Mas a co-exposição sazonal aos poluentes atmosféricos e ao pólen alergênicos pode aumentar a suscetibilidade à infecção viral respiratória em crianças. Conheça alguns mitos e verdades sobre alergias: Mito: Na primavera a exposição às flores carregadas de pólens produzem o agravamento dos sintomas das alergias respiratórias. Fato: Flores coloridas não produzem pólens alergênicos (que provoquem alergias). O pólen das plantas com flores é grande e pegajoso, não sopra muito longe e requer de aves e insetos como abelhas para o seu transporte. Já os pólens de árvores verdes e gramíneas (grama) precisam ser muito leves, para conseguirem serem levantados e propagados pelos ventos. Isto resulta na fácil inalação deles. Em consequência, a alergia ao pólen tende a ser devida ao pólen de gramíneas, arbustos e espécies de árvores verdes. Mito: Nós tendemos a associar o início da temporada de alergia ao momento quando árvores e plantas estão enchidas de folhas e flores. Fato: A verdade é que a temporada de alergia começa muito mais cedo, algumas semanas antes, quando os botões em árvores nuas começam a liberar seu pólen. Mito: Dias e horários com vento são ideais para passeios fora de casa porque o vento “limpa” a atmosfera. Fato: As contagens de pólen tendem a ser particularmente altas em dias ventosos, quando o vento pega esses grãos indutores de espirros e os transporta pelo ar. Dias chuvosos, por outro lado, lava os alérgenos. Mito: Algumas pessoas são alérgicas à poluição do ar das cidades e não aos pólens. Fato: Estudos epidemiológicos demonstraram que a urbanização, os altos níveis de emissões de veículos e o estilo de vida ocidentalizado estão correlacionados com um aumento na frequência da alergia respiratória induzida pelo pólen em áreas urbanas, em comparação com aquelas que vivem em áreas rurais. Partículas (PM), dióxido de enxofre (SO2) e dióxido de nitrogênio (NO2) têm uma função de aprimoramento na persistência de pólen no ar, aumentando a concentração e a duração da temporada da polinização. Mito: Mudar para outra região pode curar alergias. Fato: As alergias respiratórias podem ser desencadeadas por pólen soprado pelo vento, principalmente, na primavera e no verão, ou por outros alérgenos, como ácaros da poeira doméstica, animais e esporos de mofo durante todo o ano. Afastar-se da fonte do alérgeno (como mudança interestadual ou das áreas interiores para a costa e vice-versa), só pode aliviar temporariamente as alergias. As pessoas alérgicas também são propensas a desenvolver novas alergias, e muitas vezes os sintomas reaparecem dentro de al- guns anos com a exposição a novas plantas ou outras fon- tes de alérgenos, como fun- gos ou ácaros da poeira do- méstica. Mito: É essencial saber quais tipos de pólen desen- cadearão seus sintomas de alergia. Fato: No Brasil, quase to- dos os pólens alergênicos correspondem a gramíneas com “reação cruzada”. Sig- nifica que são similares para o sistema imune, então, o in- divíduo pode responder in- diferentemente a uma outra. Mito: Eu só preciso tomar meu remédio para alergia quando estou me sentindo muito mal. Fato: A maioria dos medicamentos para alergia funciona melhor se tomados diariamente. Se a sua alergia é sazonal, procure começar cerca de 1-2 semanas antes do início da sua temporada de alergia. Quando o medicamento já está em seu corpo, ele pode funcionar de forma mais eficaz que quando você já foi exposto a um alérgeno. Portanto, gerenciar a alergia ao pólen de grama ou outros sintomas de alergia da primavera significa entender o momento dos seus sintomas de alergia. Isso permite que você comece seu remédio mais cedo. Mito: Tudo o que preciso para controlar minhas alergias dentro de casa é um purificador de ar. Fato: Um purificador de ar ou purificador só removerá alérgenos flutuando no ar. Eles não fazem nada por pólen e esporos de mofo em suas roupas, sapatos ou ca- belos que você traz de fora. Os filtros de ar fazem parte de uma estratégia geral para reduzir os alérgenos em am- bientes fechados. Manter as janelas fechadas quando a contagem de pólen é alta é essencial. Tomar banho de- pois de estar do lado de fora e tirar o pó e aspirar regular- mente também podem aju- dar a controlar os sintomas de alergia. Mito: Eu nunca tive aler- gias antes, então esse nariz escorrendo deve ser um res- friado. Fato: Você pode desen- volver novas alergias a qual- quer momento, mesmo quando adulto. Seus olhos, nariz e garganta estão coçando? Você tem um nariz entupido, narinas inflamadas ou escorrendo com gotejamento nasal claro e fino? Seus sintomas duram mais de duas semanas? Estes são sinais de alergias respiratórias. Mito: Os medicamentos para alergia me deixam com sono, então eu resolvi tolerar meus sintomas porque não há nada que eu possa fazer para detê-los. Fato: Medicamentos para alergia não sedativos estão disponíveis e eficazes para aliviar os sintomas. Estes incluem alguns anti-histamínicos e sprays nasais de corticosteroides. Muitas pessoas também encontram alívio eficaz das lavagens nasais com sprays nasais contendo soro fisiológico. Dr. Javier Ricardo Carbajal Lizárraga – ALERGISTA E IMUNOLOGISTA - RQE 21798 - CRM-SP 92607 - Formado pela USP e Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia.

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