25/11/2021 às 21h52min - Atualizada em 25/11/2021 às 21h52min

​A bolsa de valores, o touro e as mentes indomáveis

Protestos da mais variada espécie surgiram após a B3 (Bolsa de Valores de São Paulo - Bovespa) colocar um touro dourado defronte a sua sede. Em que pese a falta de originalidade e o gosto duvidoso da obra, após algumas horas os pichadores de plantão se encarregaram de desnaturá-la, bem como cartazes com a palavra “fome”, no sentido de demonstrar o contraste que vivemos da riqueza (na Bolsa) e da pobreza (da população). Nada mais enganoso, senão vejamos.
Países pobres ou em eterno desenvolvimento, como o Brasil, renegam a livre iniciativa e incentivam, por meio de várias das melhores universidades e muitos intelectuais, uma economia em que o Estado tudo controla, além de macularem a figura dos empreendedores, chamando-os de corruptos e aproveitadores. Por outro lado, enaltecem a criação de estatais, independentemente da ideologia dos grupos que dominam esse mesmo Estado, ao longo de décadas, sejam os integrantes da ditadura militar ou dos autodenominados de esquerda que, em verdade, pouco ou nada seguem nessa direção.
Embora existam empresários que praticam ilícitos penais e civis, como em qualquer outra categoria (políticos, funcionários públicos, profissionais liberais etc.), que devem ser punidos, um País se torna rico e menos desigual quando propicia um ambiente adequado e facilitado para se empreender. São eles (os empresários) que geram efetivamente riqueza, com o pagamento de impostos e postos de trabalho para uma nação. Sendo assim, o Estado deve atuar onde a iniciativa privada não tem interesse e há necessidade, bem como nas tarefas primordiais de uma saúde adequada da população, uma educação de qualidade, que não possuímos desde os anos 1960, e segurança, perdida há decênios.
Portanto, uma Bolsa de Valores pujante tem como consequência mais empresas, maior volume na arrecadação de impostos e mais trabalho. Vivemos um capitalismo no plano mundial que precisa ser aperfeiçoado, mas não é invadindo e maculando a imagem da Bovespa que vamos nos tornar um dia desenvolvidos e menos desiguais. Precisamos, bem de ver, mostrar às mentes indomáveis do passado, que continuam a enaltecer países atrasados e dominados por ditaduras sangrentas, tais como Cuba, Venezuela e Nicarágua, entre outros, que sem uma Bolsa e Valores vigorosa e liberdade somente o atraso entre nós persistirá.

O. Donnini é advogado e jornalista

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