11/11/2021 às 22h13min - Atualizada em 11/11/2021 às 22h13min

​A escravidão no Brasil

“Num período de apenas cem anos, mais de seis milhões de seres humanos foram transferidos da África para o Novo Mundo. O Brasil sozinho recebeu um terço desse total, cerca de dois milhões de africanos, escravizados. Novos hábitos e costumes foram introduzidos no Brasil. Foi o período mais decisivo na construção da África brasileira.” (Laurentino Gomes, Escravidão, Globo Livros).
​E mais. No século XVIII, essas transformações podiam ser observadas em vários aspectos, como a família escrava, as alforrias, a escravidão urbana, as festas, irmandades e práticas religiosas, a assimilação, as fugas, rebeliões e os movimentos de resistência.
​Lembrando: cerca de dois milhões de homens e mulheres foram arrancados de suas raízes africanas, embarcados à força nos porões dos navios negreiros e transportados para o Brasil. Muitos seriam vendidos em leilões públicos antes de seguir para as senzalas onde, sob a ameaça do chicote, trabalhariam pelo resto de suas vidas.
​O motor da escravidão nesse período foi a descoberta de ouro e diamantes, primeiro em Minas Gerais e depois em Mato Grosso e Goiás. A busca de novas riquezas, acompanhada pelo uso cada vez mais intenso da mão de obra cativa, fez com que o território brasileiro praticamente dobrasse de tamanho, acelerando o processo de alforria.
​Em que pese os inegáveis benefícios ao País com a vinda dos africanos, o sofrimento, a humilhação e segregação por eles suportados, que, infelizmente, perduram, muitas vezes, até os dias de hoje, devem ser registrados e sempre recordados, para que esse lamentável e desumano acontecimento sirva de meta para uma sociedade absolutamente diversa daquela dos séculos anteriores. Vale dizer que caminhemos para uma sociedade mais solidária, igual e justa.

O. Donnini, jornalista e advogado.

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