16/09/2021 às 21h28min - Atualizada em 16/09/2021 às 21h28min

Adensamento excessivo: crime ambiental ou humanitário?

Os eixos da estruturação urbana que foram criados no Plano Diretor Estratégico e que depois viraram Zonas Especiais de Urbanização, estão causando um verdadeiro impacto negativo com sérias consequências no meio ambiente, na estrutura dos bairros e também na questão da hegemonia da sociedade. Enfim, um verdadeiro desastre urbanístico ambiental e social. Na realidade, esses prédios gigantescos estão sendo construídos de forma completamente desvinculada do suporte da capacidade da infraestrutura instalada, sem que seja levado em conta a largura das vias, o sistema viário, a questão do trânsito, da infraestrutura de uso de escola, dos hospitais,  postos de saúde, comércio e inclusive, impactando tremendamente o meio ambiente dessas regiões. Quanto mais altos forem os prédios e quanto mais aglomerados, a dispersão dos poluentes fica dificultada, pois os gases emitidos pelos automóveis e ônibus, por exemplo, no nível do chão e mais perto do solo, não se dispersam.  As pessoas sofrem uma poluição do ar muito maior, e com consequências nefastas para a saúde pulmonar e do coração, prejudicando tremendamente a todos. E tudo isso, sem levar em consideração a própria existência dos bairros, e da identificação das pessoas, com essa nova paisagem  que está provocando a destruição de vilas de casas baixas, de quarteirões, onde o sol incide e onde há circulação do ar, na vegetação. Pode ser considerado um crime ambiental e um crime humanitário de proporções gigantescas, jamais vistas na cidade de São Paulo. Essa falta de limite, de que cada quarteirão do bairro pode suportar com tanta verticalização é totalmente prejudicial! Na realidade, não regula de forma correta o número de habitantes e a necessidade de comércio e serviços, como já citados, de saúde e educação nessas regiões. Pode ter muito prédio, excesso de moradias sem o correlato planejamento de outros usos, que fazem parte da vida cotidiana das pessoas e dos moradores, que vão trabalhar e morar nessas nesses locais intensamente adensados. *Lucila Lacreta é arquiteta, urbanista do DEFENDA SÃO PAULO*


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