22/04/2021 às 23h47min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h16min

Conheça a Reserva Ecológica Morumbi

por Fernanda Di Giovanni Valente Localizada no encontro das Ruas dos Limantos, dos Malmequeres, dos Goivos e das Praças Uirapuru e Ematuba, a Reserva Morumbi estende-se por uma área de 15.600 m². A história do local começou em 1975, quando a artista Hebe Camargo e Johan Dalgas Frisch procuraram Olavo Setúbal, prefeito da capital paulista na época, para pedir que aquela rica vegetação fosse cercada, monitorada e protegida. Algum tempo depois, a mata foi oficialmente transformada em Reserva Ecológica. A Reserva do Morumbi é considerada pela Lei de Zoneamento, definida pelo Plano Diretor Estratégico da Cidade de São Paulo, uma Zona Especial de Proteção Ambiental (ZEPAM). Essas Zonas são porções do território do Município destinadas à preservação e proteção do patrimônio ambiental, que têm como principais atributos remanescentes de Mata Atlântica e outras formações de vegetação nativa, arborização de relevância ambiental, vegetação significativa, alto índice de permeabilidade e existência de nascentes, incluindo os parques urbanos existentes e planejados, que prestam relevantes serviços ambientais, entre os quais a conservação da biodiversidade, controle de processos erosivos e de inundação, produção de água e regulação microclimática. Em 2008, a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente reforçou a proteção dessas riquezas naturais instalando um gradil de ferro e controlando as visitas ao local. Atualmente a vegetação segue muito bem protegida, permanece virgem e é um dos maiores criadouros de aves da cidade de São Paulo. O santuário verde abriga pelo menos 21 espécies de pássaros registrados, além de ser parada obrigatória das aves migratórias. Periquito-rico, joão-de-barro, bem-te-vi, pitiguari, sabiás, sanhaço-cinzento e cambacica são espécies comuns que estão presentes no parque. Aves de rapina também costumam ser avistadas (gavião-miúdo, gavião-caboclo e carrapateiro) e o inquieto pula-pula frequenta os arbustos do local, fazendo jus ao seu nome, pulando rapidamente entre os galhos. Não podemos esquecer, claro, do Pica-pau, um dos pássaros símbolo da região. Além dos pássaros, a Reserva é o lar de um mamífero bem brasileiro, o sagui. Peixes (carpa), rãzinha-do-folhiço, lagarto “papa-vento” e bicho-preguiça são mais alguns habitantes que podem ser avistados neste recanto intocado da natureza. A flora da Reserva também chama a atenção no quesito preservação. Sua vegetação é remanescente de Mata Atlântica em estágios inicial e médio de sucessão, com presença de espécies exóticas, orquídeas terrestres e trepadeiras. O conjunto de características do local propiciou uma significativa diversificação ambiental, criando as condições adequadas para a evolução de um complexo grupo de espécies vegetais altamente ricas. Destaques da vegetação: canafístula (Cassia ferruginea), capixingui (Croton floribundus), costela-de-adão (Monstera deliciosa), criúva (Clusia criuva subsp. parviflora), falsa-seringueira (Ficus elastica), jerivá (Syagrus romanzoffiana), pau-jacaré (Piptadenia gonoacantha), quaresmeira (Pleroma granulosum), tamanqueiro (Aegiphila integrifolia) e tapiá-guaçu (Alchornea sidifolia). Já foram registradas 56 espécies vasculares. Dentro das grades não há barulho de carros, prédios ou passos apressados. Isso porque a entrada ao público é limitada como forma de manter o ambiente intacto e não perturbar os animais que ali residem. São realizadas apenas visitas com finalidade científica, agendadas previamente. O espaço também é utilizado pelo Parque Alfredo Volpi para atividades de educação ambiental, como visitas agendadas e trilhas monitoradas.
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