Segundo Carlos Arruda, professor da Fundação Dom Cabral, desde que o MBA foi criado em 1989, mais de 1000 executivos foram formados. Desse total, registra o diário, apenas 10 (ou 1%) eram negros. Diante dessa disparidade, a fundação quer também oferecer bolsas de estudos para negros. “São anos de lutas pela igualdade”, informa o diretor da Associação de Pesquisadores Negros (ABNP), Ivair Augusto Álvares dos Santos, que conta sobre o trabalho com a Bolsa de Valores nessa direção. Esse processo não começou agora. Foram longas lutas pela igualdade. É um racismo estrutural criado entre os séculos 19 e 20, com o fim da escravidão. “Isso fez com que tivéssemos cidadãos de 1ª e 2ª classe, afastando os negros da educação e do desenvolvimento econômico e social do país”, diz o coordenador do Fórum Brasil Diverso, Maurício Pestana. Exemplo disso pode ser verificado na diferença salarial entre negros e brancos. O pesquisador da área de Economia Aplicada da Fundação Getúlio Vargas, Daniel Duque, diz que profissionais com formação semelhante têm rendimentos diferentes por causa da cor. Segundo o Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019 a renda média mensal dos negros era 55,8% da dos brancos. “Difícil encontrar motivos para justificar essa situação que não seja discriminação”, diz Daniel Duque. O.Donnini, jornalista e advogado
