09/10/2020 às 22h09min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h24min

A ciclofaixa da avenida Rebouças

A Rebouças, quem diria, vai ter ciclofaixa. Quem passou pela avenida Rebouças nos últimos dias já notou as novas faixas, que começaram a ser pintadas no lado direito das pistas, nos dois sentidos. Hoje, é uma das avenidas mais movimentadas de São Paulo, e palco de conflitos urbanos em todas as partes e em todos os horários: a fileira de motos circulando entre as faixas dos carros; os taxis que entram e saem das faixas dos ônibus; os rios de automóveis que circulam entre o centro e a zona oeste; os casarões que sobraram de outras épocas; os novos prédios gigantescos estimulados pelo Plano Diretor, com apartamentos menores e as calçadas inóspitas não necessariamente estreitas. Com isso tudo, é espantoso ver a avenida se abrindo para novos usos, com o alento da ciclofaixa ter sido bastante discutida entre o poder público e a sociedade, na Câmara Temática de Bicicletas. Mesmo sem estar pronta ainda, dá para ter uma ideia do desafio de construir uma ciclofaixa nesse pedaço da cidade. Conversei com Sasha Hart, da Câmera Temática da Bicicleta, do CMTT. Ele foi fazer um passeio com a família lá pela ciclovia ainda incompleta mas já deu para ver que a largura da faixa, de no mínimo 1,40 m, parece suficiente, apesar do desnível perto das sarjetas e dos obstáculos que surgem como tampas de bueiro e buracos. Qualquer mudança no uso do espaço das ruas é motivo de conflito em qualquer cidade. Já é possível prever que vai haver gente reclamando, mesmo que não tenha havido mudança no número de faixas para os carros. O importante agora é acompanhar a segurança dos ciclistas para não haver acidentes, um risco não desprezível com a configuração tão perto do trânsito. Torço pelo bom e seguro funcionamento da ciclofaixa. A bicicleta aproxima as pessoas da cidade e é uma alternativa barata e sustentável de mobilidade para distâncias médias. Que a sinalização seja ótima, que a proteção dos tachões funcione, que os motoristas e motociclistas reaprendam a dirigir com cuidado e respeitem totalmente as faixas até que, quem sabe um dia, sejam estimulados a deixar o carro em casa e pegar o metrô, o ônibus ou a ciclofaixa sem ninguém achar isso estranho. Mauro Calliari |caminhadasubanas.com.br


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