26/09/2020 às 20h04min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h24min

Na Amazônia profunda

Além da ligação por voos irregulares, geralmente em aviões monomotores, a Amazônia representa a depressão e o medo pela falta do devido atendimento médico. Ela, Amazônia, é diferente de todas as regiões do Brasil, por diversos aspectos. O primeiro é a logística e o isolamento. Numa região que é mais da metade de nosso país, grande parte não dispõe de estradas, o acesso é apenas fluvial ou aéreo. As comunidades mais distantes de Manaus, por exemplo, ficam até quinze dias de viagem de barco até a sede do município mais próximo. Existem nessas comunidades diferenças culturais, sociais e econômicas. Apenas para ilustrar, diz Virgílio Viana no OESP- 27/07, que a Amazônia profunda é o lar de cerca de 180 etnias, que falam 17 línguas distintas. É neste contexto que a chegada da Covid-19 foi devastadora, pois o atendimento é precário, com apenas um agente comunitário de saúde, sem formação técnica, apenas com uma caixa de remédios na mão, em regiões imensas. Apenas esporadicamente aparecem equipes médicas e odontológicas nessa região. A pandemia escancarou o óbvio, pois o SUS para a Amazônia precisa de uma estratégia diferente, pois a usual não se aplica nessa região, pois há forte distinção de clima e comportamento educacional, médico... Por final, é agora o momento oportuno de transformar a preocupação da sociedade civil e de empresas com o desmatamento, as queimadas e a invasão de terras indígenas e unidades de conservação numa agenda positiva. Essa vasta área necessita de novas alianças nacionais e internacionais em prol de um futuro mais justo, próspero e sustentável para a Amazônia profunda. O. Donnini, jornalista e advogado


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