21/08/2020 às 21h08min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h25min

Dicas de filmes e séries - 21/08/2020

Melodrama sufoca ação frenética de qualidade Criminosos tomam posse de uma droga militar que dá imprevisíveis poderes animalescos por cinco minutos ao usuário. Ótimos planos-sequência estrelados por Jamie Foxx e Joseph Gordon-Levitt, além de criativos efeitos especiais que lembram os integrantes do Quarteto Fantástico. No entanto, a ação frenética de qualidade perde espaço no segundo ato para um chato melodrama-clichê desnecessário. Os vilões são fracos, incluindo o personagem vivido por Rodrigo Santoro, mal aproveitado. Power. Direção: Henry Joost, Ariel Schulman. Ação. (Project Power, EUA – 2020, 113 min). 16 anos. Nota: 2,5   O que vale é a intenção, independente do resultado?   Em 2002, Steven Spielberg consultou especialistas que projetaram os próximos 50 anos para ser adaptado em sua "utopia".  Já estamos quase na metade do caminho e o armazenamento de dados em terabytes (na nuvem) humilha o coitadinho do pendrive futurista exibido. Por outro lado, logo guiaremos automaticamente por aplicativo aqueles imantados carros cromados nas autopistas das grandes megalópoles, em oposição à periferia pobre e clandestina, ignorada por governantes em qualquer tempo ou realidade. Outro grande acerto foi a monitoração hipnotizante imposta pelas grandes grifes através da retina do consumidor, vigiando e manipulando 24 horas por dia, a exemplo do atual aplicativo comunista chinês: Tik Tok. Apesar das inúmeras diferenças, o longa estrelado por Tom Cruise captou a essência do conto homônimo de Philip K. Dick, deturpado apenas no final hollywoodiano, irresistível. Enquanto a Divisão Pré-Crime da capital federal americana de 2054 nasce contaminada em função de um crime, no romance nova-iorquino publicado em 1956, o bem-intencionado policial utilitarista já idoso, John Anderton, a fim de manter ativo o sistema composto de trigêmeos pré-cognitivos salvadores de vidas, assassina o vilão que adulterou de propósito o mecanismo perfectível, surpreendendo-o por sua ousadia inusitada. Ao contrário de “Seven - Os Sete Crimes Capitais”, cujo psicopata venceu ao ser assassinado pelo policial irado, sob violenta emoção. Nesse sentido, será que Obama e Trump irão para o Inferno por ter comandado a operação que levou a morte de Osama Bin Laden e a do terrorista Nº 1 do irã, Abu Mahdi al-Muhandis? É claro que não, tanto ao soldado que vai à guerra por imposição do governo quanto no Dilema do Bonde, o que pesa para a justiça divina é o crime mal-intencionado, friamente premeditado, sobretudo, executado com requintes de crueldade. Minority Report – A Nova Lei está disponível na Netflix, Amazon Prime Video e Globo Play. Minority Report – A Nova Lei. Direção: Steven Spielberg. Ficção Científica. (Minority Report, EUA – 2002, 145 min). 14 anos. Nota: 4,5   Um conto pulp fiction além da imaginação Nos anos 50 do início da Guerra Fria, durante a corrida espacial, viajamos até a pacata cidadezinha de Cayuga, no Novo México, com apenas 492 habitantes. Lá, a tímida operadora de telefone, Fay (Sierra McCormick) e o carismático radialista, Everett (Jake Horowitz), captam uma estranha frequência alienígena confirmada pelos ouvintes da rádio WOTW. Época de ouro de domínio e manipulação do rádio, análogo ao episódio narrado ao vivo pelo futuro Cidadão Kane, Orson Welles, transcrito da obra-prima: A Guerra dos Mundos (1898), de H. G. Wells, que causou pânico à população em 1938, imaginando ser uma invasão marciana. Os jovens protagonistas são cativantes e o roteiro ajuda através de diálogos longos e orgânicos com pouquíssimos cortes, podendo ser condensado em um podcast sem perder a qualidade. Surpreendente trabalho imersivo de apenas 700 mil dólares, dirigido pelo estreante Andrew Patterson, envolve o público em uma atmosfera peculiar misteriosa de conteúdo simples e nostálgico, em homenagem ao programa sci-fi: Além da Imaginação. A Vastidão da Noite é um dos melhores longas do ano (disponível na Amazon Prime Video). A Vastidão da Noite. Direção: Andrew Patterson. Ficção Científica. (The Vast of Night, EUA – 2019, 90 min). 12 anos. Nota: 4,0   Sociopata ou vítima de preconceito?  Luce ou Lucifer (Kelvin Harrison Jr - excelente), o anjo que virou demônio, a Vênus romana, estrela da manhã - Afrodite celestial ou vulgar? As enigmáticas faces do amor confundidas ao ódio. O longa dirigido por Julius Onah (disponível no Telecine) é totalmente interpretativo, isento de maniqueísmos e parcialidades. Na trama, Luce é um aluno exemplar que foi resgatado da zona de guerra da Eritreia para ser recebido de braços abertos na américa dos sonhos por um casal caucasiano (Naomi Watts e Tim Roth). Entretanto, toda essa expressiva alegria espontânea de sincera gratidão, se confunde a um sádico e dúbio sorriso amarelo-sociopata, percebido apenas pela pragmática professora, a Sra. Wilson (Octavia Spencer), que tenta desmascará-lo ao encontrar no armário dele fogos de artifício ilegais. É correto uma professora bisbilhotar no armário privado de um aluno se julgar que o conteúdo pode provocar a morte de outros colegas? Os pais, no meio dessa encruzilhada, caso não condenem o filho prodígio afrodescendente à prisão, poderão desempregar a professora, cuja filha tem sérios problemas com drogas. Nos EUA é permitido ao orientador ir até a casa do aluno faltoso para exigir compulsoriamente sua volta às aulas. Ao contrário do Brasil onde nos colégios públicos é permitido ao estudante chegar a qualquer hora, fumar maconha na sala de aula, ausentar-se e até agredir o professor que ele não será expulso ou reprovado, devido a uma extensa burocracia vitimista criada em torno dele, desde os anos 80, a partir o regime automático de progressão continuada. Luce. Direção: Julius Onah. Drama. (EUA – 2019, 109 min). 16 anos. Nota: 4,0  
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