24/10/2024 às 20h12min - Atualizada em 24/10/2024 às 20h12min

​Há mais de dois anos, população já pedia cassação da Enel

A insatisfação da população de São Paulo com a Enel vem se intensificando há anos, culminando na tempestade devastadora de 11 de outubro de 2024, que deixou milhares de paulistanos sem energia por vários dias. Desde a compra da Eletropaulo em 2018, a Enel tem enfrentado inúmeras críticas e investigações. Em 2023, a concessionária foi alvo de duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) devido a sua má gestão e serviços deficientes.

CPI
A primeira CPI, presidida pelo deputado Thiago Auricchio (PL), investigou supostas irregularidades na administração da Enel, incluindo a redução drástica de funcionários e a alta incidência de multas por falhas no serviço. O presidente da Enel, Max Xavier Lins, foi convocado a depor sobre a situação crítica que se arrasta desde a aquisição da Eletropaulo.

Insatisfação generalizada
A segunda CPI, instaurada na Câmara Municipal de São Paulo, teve como foco a insatisfação generalizada dos paulistanos. Segundo relatos de moradores, bairros como Pinheiros ficaram sem luz por mais de sete dias após a tempestade, causando prejuízos significativos a residências e comércios. Restaurantes perderam alimentos e escritórios interromperam suas atividades, enquanto a empresa falhava em oferecer um atendimento telefônico eficiente.

Redução no número de funcionários
Os depoimentos coletados pela CPI revelam um padrão de negligência. "A Enel reduziu o quadro de funcionários em 2019, mesmo com a demanda crescente por serviços," apontou um morador. Outro destacou a falta de manutenção efetiva das redes elétricas e a ausência de ações preventivas conjuntas com a prefeitura, especialmente na poda de árvores. Em outubro de 2024, a Defesa Civil alertou para novos ventos fortes e chuvas, agravando a situação já precária. As falhas no serviço da Enel se tornaram ainda mais evidentes, reforçando o clamor popular por mudanças.

Serviços inadequados
Além das CPIs, a Enel enfrenta processos devido aos serviços inadequados. A Câmara de Vereadores debateu recentemente a implementação da tarifa zero, uma tentativa de reformular o sistema de financiamento do transporte público e reduzir os impactos negativos das falhas na energia elétrica.
A insatisfação crescente e as recorrentes falhas no serviço da Enel evidenciam a necessidade urgente de uma revisão nas políticas de concessão de serviços públicos essenciais. A população paulistana exige uma resposta eficaz e transparente, e a cassação da outorga da Enel continua a ser uma demanda forte e justificada

Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://gazetadepinheiros.com.br/.