26/09/2024 às 23h44min - Atualizada em 26/09/2024 às 23h44min

​Nabil Bonduki defende 'Planos de Bairro' e 'Planos Regionais' para revisar o Zoneamento

O arquiteto Nabil Bonduki, professor titular de urbanismo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, candidato a vereador, visitou nossa redação e concedeu uma breve entrevista

Qual sua opinião sobre a Revisão do Zoneamento realizada pela Câmara Municipal?
"Foi concebida pela Câmara Municipal sem estudos técnicos, análise do território e participação da sociedade e nem mesmo os técnicos da Secretaria de Urbanismo. Atendeu interesses individuais sem uma visão de conjunto da cidade. Ampliou exageradamente a área de verticalização. Não corrigiu os problemas que precisavam ser enfrentados. A lei está mal redigida, gerando insegurança e diferentes interpretações em vários aspectos, como no caso das vilas."

A nova revisão está prevista para 2029. Como esse tema deve ser tratado na próxima gestão?
"O processo precisa começar imediatamente, de forma participativa, com a leitura dos territórios e planos de bairros, como defendem as associações da região. Isso leva tempo e deve gerar uma proposta de zoneamento articulada com planos regionais das subprefeituras, seguindo as diretrizes do Plano Diretor. Com uma proposta bem elaborada e debatida com a sociedade, a revisão pode ser até antecipada ou ser votada em 2029 sem atropelos, ao contrário do que ocorreu em 2023."

Quais as principais questões que precisariam ser tratadas em uma nova revisão ?
"Com um estudo técnico competente e debate participativo regionalizado, identificar criteriosamente as áreas de interesse cultural, arquitetônico e ambiental, que precisam ser protegidas, e as que podem e devem ser transformadas. O zoneamento precisa ser revisto para que o cidadão não precise se deslocar por longas distancias, fomentando o comercio e os serviços locais. Novas tipologias precisam ser propostas para viabilizar o adensamento populacional sem impactos negativos na vizinhança. Por exemplo, estimular os predinhos de quatro pavimentos, solução apreciada, mas hoje de difícil viabilização econômica. Tudo isso se encaixa na necessidade de adaptar a cidade para a crise climática, cada vez mais grave, com eventos extremos." 

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