29/08/2024 às 22h14min - Atualizada em 29/08/2024 às 22h14min

​Tromboangeíte obliterante: doença vascular relacionada ao tabagismo ameaça jovens fumantes

Condição afeta principalmente as artérias de pequeno e médio calibre nos membros superiores e inferiores. Sintomas começam com claudicação intermitente e podem evoluir para isquemia

A tromboangeíte obliterante (TAO), também conhecida como doença de Buerger, é uma condição inflamatória grave, associada ao tabagismo, que afeta principalmente as artérias de pequeno e médio calibre nos membros superiores e inferiores. Com a proximidade do Dia Nacional de Enfrentamento ao Fumo, celebrado em 29 de agosto, é essencial destacar a importância de parar de fumar. A data serve como uma oportunidade para reforçar a necessidade de abandonar o tabaco, ajudando a diminuir significativamente o risco de doenças graves como a TAO.
De acordo com a cirurgiã vascular e diretora da Seccional Campinas da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo – SBACV-SP, Dra. Márcia Fayad Marcondes de Abreu, “a TAO tem um impacto expressivo na saúde dos jovens, sendo a segunda principal causa de obstrução crônica dos membros inferiores, manifestando-se geralmente em tabagistas entre 20 e 45 anos.”
Além disso, Dra. Márcia declara que, “embora inicialmente descrita como uma doença predominantemente masculina, cerca de 20% dos casos hoje envolvem mulheres, refletindo o aumento do tabagismo feminino”. Nesse contexto, é importante observar que a exposição ao tabaco é uma ameaça tanto para o surgimento quanto para a progressão da TAO, configurando-se como o principal fator de risco.
Apesar de numerosos estudos, a causa genética da TAO ainda não foi identificada. Assim, o diagnóstico diferencial deve considerar outras condições, como a doença arterial periférica de origem aterosclerótica e diversas vasculites, especialmente quando os membros inferiores estão afetados.
Atualmente, não existem tratamentos medicamentosos específicos para a TAO. Em casos de isquemia crítica, podem ser utilizados agentes vasodilatadores para aliviar os sintomas. No entanto, terapias com anticoagulantes e antiagregantes plaquetários não têm se mostrado eficazes na prevenção da progressão da doença. Para controlar a dor intensa, pode ser necessário o uso de analgésicos mais potentes e, em alguns casos, medicamentos que ajudem a gerenciar a dor crônica.
Por fim, a Dra. Márcia alerta que a revascularização é raramente indicada devido à natureza segmentar e difusa das lesões. “O prognóstico para pacientes com TAO em relação à perda de membros é mais severo quando comparado a outras doenças vasculares. Isso reforça a necessidade urgente de conscientização sobre os riscos do tabagismo e a importância de medidas preventivas, especialmente com a aproximação do Dia Nacional de Enfrentamento ao Fumo”, conclui.
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