29/08/2024 às 22h11min - Atualizada em 29/08/2024 às 22h11min

​Saiba mais sobre a otosclerose, revelada por Adriane Galisteu

Médica do Hospital Paulista explica a doença óssea que prejudica a audição e também pode ser um fator complicador na fase de gestação

A recente revelação da apresentadora Adriane Galisteu sobre o diagnóstico que teve de otosclerose chamou a atenção do grande público em relação a essa doença óssea que afeta o ouvido. 
Desde a semana passada, é crescente a procura pelo tema nos sites de buscas da internet, especialmente no que se refere ao fato de a apresentadora ter atribuído o problema à decisão de não tentar ser mãe pela segunda vez, o que despertou ainda mais a curiosidade do público. 
Afinal, que doença de ouvido é essa que pode comprometer uma gravidez? Essa é a pergunta que muita gente começou a se fazer desde que a questão se tornou pública. Até porque ninguém quer correr esse risco. E o alerta, sem dúvida, também pode ajudar muita gente que vive condição semelhante a se precaver.

Hormônios são o problema
De acordo com a Dra. Cristiane Adami, médica otorrinolaringologista do Hospital Paulista – referência em saúde de ouvido, nariz e garganta – a relação entre a otosclerose e a gravidez se dá por conta de uma questão hormonal que pode agravar o quadro clínico de quem já tem o problema. 
"Os hormônios femininos, especialmente os estrogênios, têm sido associados à progressão da otosclerose. Essa relação foi observada em estudos clínicos e epidemiológicos que indicam que a doença pode progredir mais rapidamente em mulheres, particularmente durante períodos de mudanças hormonais significativas, como a gravidez. Portanto, não afeta a gestação, mas pode piorar durante a gestação, ou seja, pode piorar a perda auditiva da grávida", esclarece.

Crescimento ósseo anormal 
A médica explica que a otosclerose é uma doença óssea que afeta o ouvido médio, particularmente o estribo (que é um dos três ossículos que transmitem o som do tímpano para o ouvido interno). 
"Nessa condição, ocorre um crescimento anormal de tecido ósseo ao redor do estribo, que acaba se tornando menos móvel, dificultando a transmissão das vibrações sonoras para a cóclea, levando à perda auditiva. Isso porque esse crescimento anormal dificulta a condução do som do ouvido para o cérebro.”
O principal sintoma, ainda de acordo com a especialista, é justamente a maior dificuldade em ouvir, mas ela também pode se manifestar através da sensação de zumbido. Os tratamentos, por sua vez, podem ser cirúrgicos, com aparelhos auditivos ou medicamentosos, a depender da gravidade da doença. 
"Os sintomas podem ser amenizados com o diagnóstico correto e o tratamento adequado para cada fase em que a otosclerose se encontra. Algumas medicações ajudam muito a amenizar os sintomas e a estabilizar a doença. Já a cirurgia consiste em substituir o estribo acometido por uma prótese para restaurar a audição", explica.

Causas e prevenção
Embora as causas ainda não sejam completamente compreendidas, a médica explica que fatores genéticos e hormonais desempenham um papel importante na Otosclerose. Por isso, a prevenção direta é algo desafiador. Ainda assim, a Dra. Cristiane elenca algumas medidas que podem ajudar a minimizar o risco de progressão da doença ou a reduzir seus sintomas:
Monitoramento regular da audição: se houver histórico familiar de otosclerose, é importante fazer check-ups auditivos regulares para detectar precocemente quaisquer sinais de perda auditiva.
Evitar exposição a ruídos altos: proteção contra ruídos altos pode prevenir a perda auditiva adicional, o que é importante para pessoas com otosclerose, já que a doença em si já compromete a audição.
Consulta com um otorrinolaringologista: manter um acompanhamento regular com um especialista pode garantir que a doença seja monitorada e tratada adequadamente, evitando complicações.
Estilo de vida saudável: manter uma alimentação equilibrada e evitar fatores que possam comprometer a saúde auditiva, como o uso excessivo de fones de ouvido, podem contribuir para a saúde geral dos ouvidos.

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