25/07/2024 às 20h14min - Atualizada em 25/07/2024 às 20h14min

​Segura é a cidade que cuida das pessoas

Por Marina Bragante*

As pessoas não aguentam mais se sentir inseguras na cidade de São Paulo. Sou mulher, mãe, moradora de Pinheiros e admito: eu também tenho medo. Queria poder andar sozinha à noite pelo meu bairro, levar meus filhos para passear a pé e usar o celular nas ruas com tranquilidade. Queria me sentir segura na cidade que eu nasci, que amo e escolhi criar meus filhos. Mas nos últimos anos parece que isso é utopia, que a insegurança só cresce e o jeito é deixar de viver a cidade. 
Dados da Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP) indicam que entre janeiro e maio deste ano Pinheiros teve, mais uma vez, alta nos números de roubos registrados. Os casos subiram 18,5% em comparação ao mesmo período do ano passado, com mais de 1,2 mil ocorrências. Apesar de não ser o bairro com maior aumento de casos, Heliópolis, por exemplo, viu crescer os roubos em mais de 60% no período, o número é alarmante e a sensação de desconforto também. Mas se eu te disser que uma São Paulo mais segura é possível?
O tema da segurança pública tem se resumido ao policiamento, mas uma solução de verdade vai muito além disso. Em São Paulo a guarda municipal tem realizado um trabalho importante no acompanhamento de mulheres protegidas por medidas protetivas, na zeladoria da cidade, na prevenção e intervenção em contextos de dano ao patrimônio público municipal e como instâncias de mediação de conflitos.
Em meus mais de 15 anos atuando na gestão pública, da Câmara Municipal à secretarias do Estado, aprendi que segurança pública fala sobre a forma como habitamos a cidade. Isso significa iluminação pública adequada, com manutenção regular para evitar áreas escuras que facilitem a criminalidade; significa garantir que as podas das árvores estejam em dia, para melhorar a visibilidade e a segurança das vias.
Para as mulheres a segurança passa por se sentir à vontade para circular pela cidade sem medo. A lei 17.635/2023 vai nessa direção, e prevê um protocolo para que funcionários de bares, restaurantes e baladas do estado de São Paulo saibam identificar e agir em casos de assédio e estupro. Mas meu desejo para as paulistanas é que nós possamos nos sentir seguras também na rua e nos espaços públicos. A criação e manutenção de espaços públicos seguros, como parques e praças, são ações que incentivam o uso e acesso à cidade, proporcionando locais de lazer e convivência para a comunidade e diminuindo a sensação de abandono e insegurança.
O mês de outubro trará uma grande oportunidade para São Paulo, as eleições municipais. Precisamos de vereadoras e um Executivo que conheça São Paulo e os caminhos mais eficientes para construirmos uma cidade segura para todos nós, e isso passa por pensar a segurança de forma integrada. Enquanto a prefeitura executa ações de zeladoria, transporte, educação e saúde, os vereadores são os responsáveis pela fiscalização do orçamento municipal e dos investimentos que garantem segurança urbana e tranquilidade para as pessoas que vivem na cidade. 
Respostas simples e propostas que já foram testadas sem resultado não vão responder aos problemas estruturais relacionados à segurança pública, como a desigualdade que atinge nosso país em tantas camadas, Por isso, precisamos de políticas que promovam a inclusão social, que criem oportunidades para todos os cidadãos e cidadãs e que garantam que cada pessoa possa viver sem medo em nossa cidade. São Paulo já é uma cidade de muitas oportunidades, mas precisamos poder viver a nossa cidade por inteiro. Essa é a hora da gente cuidar de São Paulo! 

Marina Bragante* é psicóloga e Mestre em Administração Pública por Harvard. Mãe de trigêmeos, tem uma carreira marcada por seu compromisso com o desenvolvimento social e econômico. Atualmente, está como pré-candidata a vereadora na cidade de São Paulo.

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