18/07/2024 às 23h53min - Atualizada em 18/07/2024 às 23h53min

​Mesmo ilegais rachas de carros e motos se disseminam pela cidade

As corridas ilegais de rua com carros e motos, os famosos “rachas”, apesar de serem sabidamente contra a lei, se tornaram um problema generalizado em São Paulo e na Zona Oeste, em Pinheiros, Jardins, e bairros limítrofes das avenidas marginais, não é diferente.

Depoimentos
“Os transtornos causados pelos rachas e arranques de veículos com escapamentos alterados vêm de longa data. Nos últimos anos temos buscado auxílio das Polícias Militar e Civil, além da CET e Subprefeitura. Há sérios riscos tanto para os motoristas infratores, como para outros que transitam pela Rua Colômbia e Avenida Europa.” F.S.
“As pessoas se acumulam nas calçadas para assistirem às manobras, ficando suscetíveis a acidentes que, não raro, acontecem.” S.F.
“As calçadas ficam tomadas de lixo, como latas e garrafas, após consumo de álcool. Ou seja, é um problema com várias vertentes e a presença da polícia e da prefeitura deve ser constante para coibir essas ações”, comentam moradores dos Jardins.

Proibido pela legislação, ignorado por infratores
O artigo 173 do Código de Trânsito Brasileiro, em vigor desde 2014, proíbe a disputa de corridas em vias públicas. A pena para quem comete a infração é uma multa no valor de R$ 2.934,70, suspensão do direito de dirigir e apreensão do veículo, além de 7 pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
No entanto, a legislação não impede os praticantes de racha de compartilhar imagens das corridas — em alguns casos, nem mesmo postos policiais os intimidam. 

“Dia do Racha”
Em fevereiro deste ano, um "rolezinho" - nome usado como subterfúgio para estes encontros - em um posto de combustíveis na Marginal Pinheiros, Zona Sul de São Paulo, terminou com a apreensão de 73 veículos, sendo 69 carros e três motos.
A ação da Polícia Militar ocorreu após investigação apontar que o encontro agendado no posto com dezenas de motoristas era para participar de rachas em avenidas da capital.Vídeos nas redes sociais mostram que o encontro era sempre às quintas-feiras, conhecido entre os infratores informalmente como uma espécie de “dia do racha”, e que os motoristas faziam manobras arriscadas em diversas ruas.

Crime celebrado
Vídeos de corridas ilegais de rua atingem milhares de visualizações nas redes sociais. Muitas vezes, o conteúdo é produzido por influenciadores, que gravam a si mesmos e são celebrados pela prática, mesmo que esta seja uma infração gravíssima de trânsito.  Esses influenciadores que publicam conteúdos relacionados a corridas na internet são incentivados pelas plataformas, que monetizam esses conteúdos e tornam a prática ilegal em algo atrativo. Por esse fato, uma das reivindicações do grupo atuante contra os rachas é que as redes não permitam esse tipo de publicação e tire as que já estão no ar.

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