23/05/2024 às 22h57min - Atualizada em 23/05/2024 às 22h57min

​Instituto e Fundação Butantan continuam desmatando e cometendo crime ambiental

O Grupo 1 de Jornais - Gazeta de Pinheiros recebeu novas denúncias de derrubada de árvores nobres catalogadas, desta vez dentro do 'Horto Oswaldo Cruz', no Instituto Butantan. A denúncia se une a mais uma série de problemas e acusações enfrentadas pelo Instituto e sua Fundação, que está sendo investigada por inúmeras irregularidades e também seu ex-presidente Carlos Augusto Mattei Faggin, envolvido em esquemas que estão denunciados pelo Ministério Público junto com o Condephaat, pelos mesmos motivos. Vale lembrar que o Horto também é tombado.

Local histórico
Muitos visitantes do Instituto Butantan podem não estar cientes de um tesouro escondido em seu interior: o 'Horto Oswaldo Cruz'. Batizado em homenagem ao renomado médico sanitarista, foi estabelecido em 1916 por Arthur Neiva, então diretor do Serviço Sanitário do Estado de São Paulo. Seu propósito era cultivar plantas de valor medicinal, fornecer recursos para a medicina, educar o público sobre o tratamento de doenças e combater o charlatanismo.
A ideia de criar hortos ou reservas para o cultivo e estudo de plantas medicinais e indígenas no Brasil remonta a 1865, durante a Conferência Botânica da França, onde o Dr. Ladislao Mello Neto, diretor da Seção de Botânica do Museu Nacional do Rio de Janeiro, destacou sua importância para o avanço científico do país.
Quando Arthur Neiva assumiu a direção do Serviço Sanitário do Estado de São Paulo em 1916, ele convidou o Dr. Frederico Carlos Hoehne para liderar o projeto. Em 1917, teve início a construção do 'Horto Oswaldo Cruz', localizado em frente ao prédio principal do Instituto de Botânica, abrangendo uma área de 150 mil metros quadrados, que se estendia até a várzea do Rio Pinheiros.

Denúncias recorrentes
Desde agosto de 2022, o Grupo 1 de Jornais-Gazeta de Pinheiros tem exposto uma série de denúncias feitas pela comunidade local em relação à Fundação e Instituto Butantan. Essas denúncias apontam para graves irregularidades que, se não corrigidas, podem comprometer o futuro deste importante centro de pesquisa e produção de vacinas, reconhecido internacionalmente. Entre as acusações está o corte de mais de duas mil árvores para a construção de um restaurante, um edifício-garagem e outras instalações.
Tais projetos, voltados para objetivos turísticos questionáveis, vão de encontro à missão original da instituição. Após críticas por parte de autoridades, do Ministério Público e devido a conflitos internos entre os diretores, o Instituto anunciou na época que não seguiria adiante com as obras. No entanto, até o momento, a área de 14 mil metros quadrados que foi desmatada, com 'licenciamento' concedido pela desacreditada Cetesb, que é pouco respeitada para atender aos interesses do 'Governo para o Governo' e com o Plano Diretor 'arquitetado' irregularmente pelo Condephaat, segundo o MP, permanece abandonada, sem nenhum esforço visível de recuperação. 
Mais um crime ambiental em tempo de mudanças climáticas e um desrespeito à natureza.

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