10/08/2018 às 17h11min - Atualizada em 05/05/2021 às 10h04min

Cantareira deve ter água por um ano ainda

Embora a escassez de água do Sistema Cantareira piore com a ausência de chuvas significativas nos últimos meses, a quantidade presente no reservatório deve poder atender a população até o final do ano que vem. Atualmente, o Sistema está com menos de 40% de seu volume hídrico. Projeções feitas pela Folha de S. Paulo apontam que esta quantidade de água seria o suficiente para manter a cidade abastecida por cerca de um ano. Isso se não houver alterações no quadro. Os dados levam em consideração os piores momentos vividos na cidade nos anos de 2013 e 2014, além dos números relativos às chuvas que caíram na região nos últimos 12 meses. De acordo com o levantamento, o volume morto não seria atingido. A principal diferença em relação ao período de crise seria a quantidade captada à época e agora. Segundo a reportagem, no ano da crise, a cidade era abastecida com 72 mil litros de água por segundo e hoje com 62 mil. A mudança de comportamento que gerou esta diminuição também foi acompanhada pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). A empresa afirma que realizou 37 grandes obras desde 2014, que “garantem mais água para a região do Alto Tietê e para as demais áreas atendidas na capital e na Grande São Paulo”. Segundo a Folha de S. Paulo, desses 60 mil litros por segundo, 12 mil podem ser fornecidos por outros sistemas. Tal medida ainda oferece uma alternativa para, em um período mais grave, haver uma economia maior da Cantareira. Clima não ajuda Questionada pela reportagem da Gazeta de Pinheiros – Grupo 1 de Jornais, a Sabesp afirma que “a entrada de água nas represas, principalmente a partir de abril, no Sistema Cantareira, tem ficado muito próxima das mínimas já registradas”. Em abril, o Cantareira recebeu um nível de chuva de 22,4 mm, quando a média para o mês é de 86,6 mm, segundo medições da Sabesp. De acordo com o site Climatempo, as médias históricas de precipitação em São Paulo para os meses de maio e junho são de 78,6 mm e 61,1 mm, respectivamente. Este ano, porém, no mesmo período, os índices registrados apontam para uma queda considerável: 13,6 mm em maio e 19,1 mm em junho. O Instituto ainda afirma que sobrou calor e faltou chuva em julho. A única chuva registrada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) no Mirante de Santana ocorreu exatamente no fim do mês, entre os dias 30 e 31, com a passagem de uma frente fria. Choveu 24,2 mm, valor que correspondeu a cerca de 50% da média de chuva para o mês, que é de aproximadamente 48 mm. Segundo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), ontem (9) o Sistema Cantareira contava com volume de 39,5%. Em 2014, ano da crise, na mesma data, o índice era de 14,1% e, em 2013, 52%. A frente fria que chegou ao Sudeste na virada de julho para agosto, informa o Climatempo, conseguiu romper um bloqueio atmosférico, mas é uma situação passageira.  A circulação de bloqueio deve retornar antes do fim da primeira quinzena de agosto, o que vai fazer a chuva parar novamente. A expectativa é de que após o dia 10 de agosto, as frentes frias voltem a ser desviadas para o mar na altura de Santa Catarina e do Paraná dificultando muito a passagem de áreas de instabilidade sobre as represas do Cantareira.


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://gazetadepinheiros.com.br/.