29/09/2023 às 00h26min - Atualizada em 29/09/2023 às 00h26min

​Muda governo e os problemas continuam: o Rio Pinheiros continua poluído e sujo

Lançado em 2019 e uma das prioridades de marketing político do ex-governador João Dória, o "Novo Rio Pinheiros" visava a despoluição, integrando-o de volta à cidade, que agora no Governo Tarcísio de Freitas, perde força e prioridade, como aconteceu em anos anteriores. Essa ação multimilionária ocorreu supostamente com a pequena expansão da coleta e tratamento irregular por 'usinas' de tratamento de córregos altamente poluídos; desassoreamento e aprofundamento do rio, que não foram feitos; coleta e destinação dos resíduos sólidos (muito criticado pela comunidade, pela falta de cuidado e despejo de esgoto e detritos pelas ruas) e revitalização das margens, promessa que sempre vai ficando em segundo plano. Engenheiros, biólogas e ambientalistas afirmam que dados oficiais apresentados, não apresentam uma melhora significativa na qualidade de suas águas, após a implementação do programa. Governo 'sempre' contesta argumentos e apresenta dados favoráveis, que não são confirmados em toda a extensão do rio, que continua recebendo esgoto puro dos córregos.

"Obra não surtiu efeito"
Em entrevista ao portal 'Terra Brasil Notícias', a bióloga Marta Marcondes, que coordena o projeto “Volta Pinheiros”, afirmou que “a obra não surtiu efeito esperado na qualidade da água do rio”. A matéria aponta para 532 mil pontos onde o esgoto era lançado em 24 afluentes, sem tratamento. De acordo com Marta, a realidade é “mascarada”, pois “a qualidade da água apresenta melhora nas análises do governo estadual porque é lançado oxigênio no leito”. A Universidade de São Caetano do Sul junto com a bióloga, monitoram o Rio e o 'Índice de Poluentes Hídricos'.

"O DPO supera a marca de 90mg/l"
Segundo o texto, bióloga contesta os índices do governo. “O que eles dizem é que está abaixo de 30 ml/l. Monitoramos e sabemos que essa não é a realidade. A DBO, em alguns pontos, chega a superar a marca de 70 mg/l e 90 mg/l”. A matéria ainda aponta que “a água do rio Pinheiros ainda conta com uma quantidade significativa de microrganismos, causadores de doenças e produtos químicos que acabam sendo despejados na água”.

Especialistas explicam as falhas dos projetos da Sabesp
O engenheiro civil Ivan Carlos Maglio, Doutor em Saúde Pública e Pós Doutor em Planejamento Urbano e Mudanças Climáticas pelo Centro de Síntese Cidades Globais do IEA – USP, explica: “A informação do engenheiro Jose Eduardo W. de Cavalcanti cita o que deveria ser feito. Em artigo recente publicado na página do ‘Instituto de Engenharia’, Cavalcanti analisou a concepção dessas Unidades Recuperadoras, para colocar suas águas em um nível pelo menos de Classe 4 de qualidade, para poder de fato contribuir para a qualidade das águas do Rio Pinheiros.
https://www.institutodeengenharia.org.br/site/2021/10/27/por-jose-eduardo-w-de-a-cavalcanti-a-concepcao-de-tratamento-das-urs-unidades-recuperadoras-da-qualidade-das-aguas/

Manuseio e transporte de resíduos tóxicos
"Este receio é ainda mais preocupante quando se sabe que o manuseio e transporte destes resíduos. Denúncias dos moradores do Morumbi, informam que a UR-Antonico é uma verdadeira 'usina de esgoto', que está criando muitos problemas de odor fétido e produtos químicos na área, além de transportar resíduos, que frequentemente 'vazam' pelas ruas e áreas de feiras livres. 

Depoimento aponta possível problema
“A UR Antonico trata só 20% da água do Córrego Antonico, e joga atualmente no Córrego Pirajuçara (que está totalmente poluído e exala um odor e esgoto por toda avenida Eliseu de Almeida com ausência de chuvas). O que adianta tratar e jogar em outro rio poluidíssimo que deságua no Rio Pinheiros). Dinheiro jogado fora de mais de $100 milhões e a manutenção de uma Usina que está dando muitos problemas para os vizinhos e grande parte da região do Morumbi”, informam moradores vizinhos à usina.

Usinas na foz e não no meio
Estações de Unidade de Recuperação deveriam ser instaladas na foz de cada um, para uma possível melhora e sucesso do Programa "Novo" (hoje 'Velho') Rio Pinheiros, concluem engenheiros e ambientalistas.

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