28/09/2023 às 23h48min - Atualizada em 28/09/2023 às 23h48min

Mais de 1500 pessoas foram prestigiar os 44 anos do Parque Previdência no último domingo

Mais de 1.500 pessoas foram ao Parque Previdência no último domingo, (24),  para festejar seus 44 anos de existência. O 'Movimento Defenda o Parque Previdência' (MDPP) que agrega diversos Conselhos, inclusive do próprio parque, foi responsável pelo evento, que teve atrações musicais, oficinas e uma exposição com a sua história desde a fundação, em 1978, com recortes da Gazeta de Pinheiros que participava da campanha de sua realização e até hoje luta pela sua preservação com a comunidade.
Programação de sucesso
A programação começou às 9h30, com o cortejo do bloco “Vai quem qué” saindo da Igreja Sâo Lucas até o parque.  Treze artistas grafiteiros, “convocados” pela artista plástica Andrea Tolaine, a “Déia”, pintaram os muros do parque durante todo o dia, enquanto ocorriam atrações musicais, como o coral 'Mulheres em Canto', dança circular, o duos 'Android Sem par',  'Badulaque' e 'Marina Pittier', entre outros. Os escoteiros, que há 44 anos também estão instalados no local, também participaram dos festejos.
“Foram dois meses de preparo, envolvendo mais de 30 voluntários distribuídos em diversas comissões, produção do evento, comunicação, curadoria para a exposição, além do apoio da administradora do parque, Eliete Ferreira. Todo esse esforço resultou nesse dia tão incrível e especial, com pessoas de todas as idades confraternizando e lutando por esse parque, importante não só para o Butantã, mas para toda a cidade”, conta Dani Andrade, publicitária e conselheira do parque e uma das coordenadoras do MDPP.
O MDPP também prestou uma homenagem aos pioneiros pela luta para que a mata “da Previdência se transformasse em parque, estavam presentes o Dr. Julio Cesar Faria Guimarães, de 94 anos, que foi o grande articulador para que parque fosse decretado nos anos 70. “Ele, junto com Dra. Nair Sgarbi Parro, ambos advogados e a administradora do parque por 25 anos, Judith Eugênio Amorim, defenderam essa reserva de Mata Atlântica da especulação imobiliária, da grilagem, de se tornar um aterro sanitário, onde chegaram a despejar lixos hospitalares. Devemos a eles o Parque Previdência, que na época tinha 105 mil m2 . Nossa luta agora é que o terreno da Avenida Eliseu de Almeida, 1820, volte a ser do parque”, conta José Jacinto Mosqueira, conselheiro do parque e um dos coordenadores do MDDP.
Um dos momentos mais emocionantes do evento foi a entrega de um dossiê do Dr. Julio César, com documentos, ofícios, matérias de jornais Gazeta de Pinheiros e Jornal do Butantã, mapeamento do parque desde sua origem para o MDPP, representado por José Jacinto. Todo esse material foi a base para a equipe de curadoria do evento montasse uma exposição cronológica com as principais lutas dessa área de preservação ambiental. 
“Nós fomos de porta em porta, de casa em casa, mostrando e conseguimos. O tempo passou, em relação ao que éramos. Todos estamos ainda vivos e o calor dos tempos e dos dias não apagaram a nossa vontade, o nosso compromisso. O apoio da imprensa regional como a Gazeta de Pinheiros e Jornal do Butantã foram muito importantes na época. E hoje eu vejo que o parque será eterno, porque ninguém mais desfará este parque. Uma das maiores cidades do mundo precisa ter esta área. Não é só nosso bairro, é São Paulo que precisa; é o mundo que grita hoje pela arborização, pela conservação da natureza. Parece que o mundo acordou tarde, mas ainda é tempo de recuperar e manter alguma coisa”, disse Dr. Julio César, emocionando a todos os presentes. 
O professor Mikiya Muramatsu, que levou o Projeto Arte e Ciência para o aniversário do parque disse que a atividade teve início no Parque Previdência e que ficou muito feliz de retornar ao parque para o evento, que “despertar o interesse de crianças e adolescentes pela ciência, por meio de jogos e experimentos”. Também foram realizadas oficinas de flores pelo Coletivo Flores pela Democracia, uma oficina de vasos com a UMAPAZ e contação de histórias para crianças. As vereadoras Luna Zaratini (PT), Luana Alves (PSOL) e o vereador Eliseu Gabriel (PSB) também marcaram presença no evento. 
Para Fabíola Lago, também conselheira do parque e membro da coordenação do MDPP, o evento foi um sucesso, não só pelo número de visitantes, mas também pelo resgate histórico da importância de se preservar o meio ambiente. “A luta contra a obra dessas empresas, Engeterra/Azeka Participações/SP Diversões criou uma grande mobilização da comunidade do Butantã. Já foi embargada pela Secretaria do Verde e Meio Ambiente, mas agora queremos a restauração da área degradada. Foram mais de 30 árvores cinquentenárias, exposição do lençol freático e uma erosão com grande chance de se transformar deslizamento no período de chuvas. Esse parque foi inaugurado com 105 mil m2, os documentos estavam na exposição. Ao parque o que é do parque, vamos nos manter mobilizados para reincorporar essa área”, diz a ativista e moradora do Instituto Previdência.

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