19/07/2019 às 15h50min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h47min

Estreias no cinema - 19/07/2019

Genuíno comportamento "humano" dos animais O mesmo diretor de Mogli - O Menino Lobo, Jon Favreau, o Happy Hogan de Homem-Aranha: Longe de Casa, traz mudanças pontuais significativas em relação à animação de 1994, ampliando nossa perspectiva geográfica, além de enfatizar melhor alguns conceitos, como na cena da presença do espírito de Mufasa envolto na potente voz de Beyoncé  (Spirit – canção inédita). Destaque às expressões realistas, menos caricatas e totalmente digitais dos animais. Aqui, a futura rainha Nala ganha mais espaço, já o déspota Scar escancara ainda mais sua personalidade maquiavélica manipulando qualquer um sem distinção. Isso acabou transformando a disciplinada monarquia de Mufasa em uma tirania totalitária descontrolada, a exemplo da Venezuela. Essa cartilha aristotélica indica que um governo bem intencionado independe de estrutura específica. No caso geográfico da savana africana, ambiente de recursos escassos, O Rei Leão administrava com sabedoria, controlando rigorosamente a cadeia alimentar entre presas e predadores (o ciclo da vida) dentro do limite competente. Para isso, exercia a típica autoridade leonina mesclada à doçura de um gatinho tentando não agredir o sentimento dos súditos. Em oposição ao Jardim do Éden de Pumba e Timão (ou do urso Balu, em Mogli). Delícias ilimitadas formosas de ver e gostosas de comer onde a natureza já se encarrega de tudo (olhai os lírios nos campos). Ambiente acomodativo irresistível que isentava os habitantes de quaisquer deveres e obrigações. Metodologia Hakuna Matata que influenciou o já traumatizado Simba em contradição aos ensinamentos do pai. A partir daí, o ingênuo e bondoso príncipe se recusou a amadurecer, contaminado pela Síndrome de Peter Pan, reluto em confrontar seus medos interiores (Scar) e futuras responsabilidades governamentais. O que, na prática, significava assumir o trono que é seu por direito urgentemente a fim de salvar a Pedra do Reino da fome e da ruína total.     O Rei Leão. Direção: Jon Favreau. Aventura. (The Lion King, EUA, 2019, 118min). 10 anos. Nota: 4,0   A segunda temporada de She-Ra e As Princesas é um preludio para a terceira, dia 2 de agosto, estrelada por Geena Davis   A segunda temporada da série da Netflix foi apenas um gancho para a terceira, prevista para 2 de agosto, com a participação de Geena Davis dublando Huntara (foto), uma imponente líder do Crimson Waste relutante em colaborar com a Rebelião. Sem revelações bombásticas, a trama intensifica as relações entre Scorpia e Felina; o passado de Arqueiro e seus pais misteriosos e o vínculo maternal entre Adora e Sombria, a feiticeira boa do Reino da Magia de Lua Clara chamada Luminosa que, devido a sua fome de poder, optou pela escuridão da Zona do Medo. She-Ra e As Princesas do Poder, Gélida, (terra) Perfuma (flora) e Serena (mar), apesar de ainda não serem muito bem vistas pela sociedade, seguem unidas e conectadas contra a Horda.  A criadora, Noelle Stevenson, parece ter o roteiro sob controle e o número total de episódios divididos por temporadas programados em sua mente, a exemplo da série Os Sopranos (ao contrário de Game of Thrones), caso a audiência colabore. Destaque ao episódio em homenagem animação original com o mesmo figurino dos anos 80. A gatuna Felina continua mestre em manipular a quem convém, esquecendo-se de que ela não está imune a manipulação dos ”aliados” do covil. Adora continua atrapalhada com a mágica Espada da Proteção, uma espécie de construto ligado a sua imaginação mental que deverá estar sempre em harmonia, a fim de que ela possa materializar corretamente o objeto pensado. Sua missão é investigar Mara, a entidade ancestral de She-Ra, contemporânea aos Primeiros, os fundadores de Etéria - possível  plêiade de Espíritos vivos em corpos semi-fluídicos. A avatar montada em seu dragão voltou-se também para o mal traindo os heróis do passado remoto.   She-Ra e As Princesas do Poder. Criação: Noelle Stevenson. Animação (She-Ra and the Princesses of Power,EUA, desde 2018, 25min). Livre.   Nota: 3,0           A jornada de autoconhecimento de um negro chapa branca   Em seu vilarejo ao norte do Senegal, Yao (Lionel Basse), um inteligente garotinho de 13 anos, fã de Homero e Júlio Verne, atravessa 387 quilômetros sozinho para encontrar o seu herói: Seydou Tall (Omar Sy), famoso ator francês convidado a promover o novo livro em Dakar.  Cansado do tumultuado glamour e sensibilizado sem a guarda do seu filho, decide levar Yao de volta para casa pessoalmente pelas estradas empoeiradas e incertas. Uma "Jornada da Vida" espiritualista de autodescobrimento ao encontro de suas raízes. Segundo o diretor Philippe Godeau, o papel de Seydou foi especialmente escrito para Omar Sy. “Eu tive a intuição de que Omar precisava confrontar suas raízes novamente na frente de uma câmera. É interessante misturar arte e vida, mesmo que não façamos nossa psicanálise através de filmes, ambos compartilhamos uma profunda ligação com questões de paternidade, origens”. Nascidos no Senegal, o filme é dedicado aos seus pais (Jacques Godeau e Demba Sy). Em “Yao”( título original), ele interpreta o branco no país dos negros! Em “Yao”, é ele o estrangeiro! É por isso que Yao o chama de “negro francês” porque ele seria, de acordo com o garoto, “negro por fora e branco por dentro””. Pai de cinco filhos, Sy se mudou para Los Angeles para proteger a família, em decorrência de sua fama considerável na França. O típico “negro chapa branca”, termo pejorativo e sectário criado pelo movimento negro brasileiro a fim de excluir todo e qualquer negro que migrou da classe pobre para a “aristocracia” (à direita). Como por exemplo, Mussum, André Rebouças, Teodoro Sampaio e Machado de Assis.   Jornada da Vida. Direção: Philippe Godeau. Aventura (Yao, França/Senegal, 2018, 103min). 12 anos.   Nota: 4,0    


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