21/09/2023 às 23h44min - Atualizada em 21/09/2023 às 23h44min

​Conselheiros do Parque Villa-Lobos não são ouvidos e concessionária continua abusando de eventos e prejudicando os moradores

Desde setembro de 2022, os Parques Villa-Lobos e o Candido Portinari estão sob administração da concessionária ‘Reserva Parques’. A empresa tem apostado na realização de muitas e grandes atrações. A população e entidades locais questionam e criticam alguns pontos, como a forma ditatorial da administração, que não ouve o Conselho do Parque, nem atende as reivindicações da comunidade.
Em entrevista sobre os problemas, SAAP se posicionou de forma crítica:
“As associações  do Conselho Consultivo do parque estão presentes uma vez por mês na reunião com o ‘Reserva Parques’ e com os representantes da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, o que nos leva a vetar eventos, pedir informações e levar enquetes realizadas online, para conhecimento de todos. Infelizmente não estamos conseguindo ser ouvidos inclusive nas ocasiões mais problemáticas onde nossas sugestões e pedidos não são acatados.”

Eventos regiamente pagos  
Reportagem do G1 apontou que nas áreas de uso público geral, há pouco investimento. Enquanto isso, os eventos com cobrança de ingresso continuam na agenda do parque. Além disso, áreas que antes eram públicas agora foram reformadas para receber festas e encontros particulares, com cobrança que variam de R$ 6,8 mil a R$ 26 mil. Para a reportagem, o representante da empresa ‘Novos Parques Urbanos’, responsável pela concessão, afirmou que os eventos seriam importantes para poder fazer os aportes financeiros no Villa-Lobos.
Representantes listam problemas: A Gazeta de Pinheiros teve acesso a um documento em que os representantes da Sociedade Civil nos Conselhos dos Parques Villa-Lobos e Cândido Portinari listam uma série de reivindicações com descontentamentos à atual administração. “No início de setembro faz um ano que o grupo a ‘Reserva Parques’ assumiu a concessão dos dois parques. Espera-se investimentos, segurança, mitigação do impacto no entorno e principalmente a preservação de uma área verde muito importante! Destaca-se também a ampliação do horário para eventos noturnos, com muitos impactos.
Segurança: o aumento do horário e do número de usuários exige mais segurança em todos as áreas. A segurança especifica de cada evento não cobre o restante das áreas dos parques, está restrita à área do evento somente. A terceirização dos estacionamentos não inclui segurança. Iluminação e sinalização também são fundamentais para a segurança do público principalmente para os eventos.
Manutenção e Investimentos: Até agora só se viu o trabalho incompleto de manutenção básica da infraestrutura existente, sem investimentos em novos equipamentos. Setor de alimentação (tem um grande número de ambulantes vendendo, de água à brinquedos)! As áreas segregadas para o público pagante estão aumentando! Eventos cercados realizados em áreas verdes estão comprometendo fauna, flora e os espaços de uso livre para os frequentadores.
Depoimentos apontam problemas:“Ninguém consegue andar, nem estacionar perto, pois o parque tem muitos eventos cumulativos em um mesmo local. Prevalece o poder monetário de faturamento coletivo da empresa ‘Reserva Parques’, que não respeita os milhares de moradores em volta do parque.” A.M.

“Não chega o ‘Cirque du Soleil’, ‘Roda Gigante’, atividades esportivas, a concessionária insiste em fazer novas atividades. Por que os eventos não vão para outros parques próximos, como o “Parque do Povo”, Ibirapuera, Cemucan e outros? Por que centralizar com ‘faturamento’ no Villa Lobos?” S.M.

“O preço do estacionamento no Villa Lobos $60,00 para os eventos e $15,00 para o parque. Está explicado porque as pessoas param na rua e atrapalham os moradores e o trânsito fica caótico na região todo fim de semana.” O.L.

Governo diz que Conselhos são apenas consultivos.  As reuniões dos Conselhos Orientativos dos Parques Villa-Lobos e Cândido Portinari ocorrem mensalmente sendo elas: Associação dos Amigos de Alto de Pinheiros (SAAP), Instituto Rogacionista Santo Aníbal, Condomínio Ilha Sul, Condomínio  Residencial Alto de Pinheiros, Projeto Integração, Instituto ACAIA, Sociedade Amigos Bairro City Boaçava (SAB), Associação de Apoio à Infância e Adolescência Nossa Turma.
Conselhos não são ouvidos: “O que está acontecendo é que as entidades, por não terem instrumento de penalização atendidas, estão sendo excluídas das decisões principais e somente sendo ‘consultadas’. A superpopulação de visitantes em dezenas de eventos ‘pagos’ ou supostamente ‘pagos’ vai continuar. A concessionária mostra que o faturamento é mais importante que o atendimento às reivindicações dos moradores”, concluem.
Reserva Parque responde:“A área mencionada de pic-nic, pode ser usada para contratação de serviços de recreação e alimentação (monitores, bolo, decoração, etc), com limite de público. O espaço fica aberto gratuitamente para a população, exceto quando há evento. Ressalta-se que a 150 metros deste local há outra área de piquenique, três vezes maior, que continua aberta e não recebe o serviço. Com relação aos moradores do entorno, todas as solicitações e documentos encaminhados à concessionária são respondidos.”

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