14/09/2023 às 22h53min - Atualizada em 14/09/2023 às 22h53min

​Secretaria do Verde não atende a comunidade e nova reunião vai tratar dos perigos do Parque da Previdência

Fabíola Lago

O Parque da Previdência é uma das importantes áreas com presença de remanescente de Mata Atlântica em estágio avançado de recomposição, no Butantã. Esta área de aproximadamente 92mil m² compõe com os outros maciços de vegetação um significativo corredor verde na encosta entre a Rodovia Raposo Tavares e a Av. Eliseu de Almeida se conecta com outras áreas verdes fundamentais para o microclima no Butantã e na cidade. População local se preocupa com futuro do Parque em virtude de ações feitas em terreno ao lado.
Neste sábado (16), das 9h às 12h, ocorre a 3ª reunião aberta sobre o tema. O encontro será no auditório ao lado do orquidário no Parque da Previdência (Rua Pedro Peccinin, 88). Estarão presentes movimentos, ativistas, ambientalistas, conselheiros, gestores de parques e do CADES de todo Butantã.

Abaixo-assinado quer preservação
“Por um parque vivo, um meio ambiente saudável! Não podemos permitir uma obra com grande impacto ambiental, na fronteira com o Parque Previdência! Queremos a preservação integral do parque, que abriga mais de 87 espécies de animais, saguis e saruês, pássaros, 321 espécies de plantas e nascentes, compondo uma área remanescente de Mata Atlântica. Não aceitaremos essa ameaça ao nosso patrimônio ambiental! Assine o abaixo assinado e compartilhe com suas redes! Juntos somos mais fortes!” O documento pode ser acessado em: https://forms.gle/9A6d1YP2An5H7dYt6
Mesmo embargada, obra na Avenida Eliseu de Almeida bombeia água ameaçando nascentes do Parque Previdência
Apesar do embargo emitido pela Secretaria do Verde e Meio Ambiente, as empresas Engeterra, Azeka Participações e SP Diversões continuam a bombear água no terreno da obra, limite do Parque Previdência, desafiando as determinações legais. Ângela Fernandes, uma das coordenadoras do ‘Movimento Defenda o Parque Previdência’ e fundadora do SOS Bichos, flagrou o crime ambiental no dia 1º de setembro. A ativista chama a atenção para as nascentes de dentro do parque estão seriamente ameaçadas com o bombeamento e, consequentemente, todos os animais do ecossistema.” 
“Estamos sofrendo ataques brutais nas áreas verdes do Butantã e o que assistimos é o completo descaso da SVMA. Sabemos que existem servidores, técnicos, muito comprometidos com as áreas verdes da cidade, mas infelizmente seus gestores não se mostram preocupados com o Parque Previdência ou qualquer outra ocorrência na região, como os recentes cortes de mais de 20 árvores cinquentenárias no entorno do Makro”, relata Ernesto Maeda, membro do CMP e da coordenação do movimento de defesa do parque.”
Ângela Baeder, bióloga e membro do CADES Butantã, apresentou durante a reunião de 4 de setembro diversas ocorrências críticas na região, para além do Parque Previdência. “É uma situação de total abandono, sem qualquer oportunidade de diálogo ou interlocução sobre as intervenções que estão fazendo, ou mesmo, se omitindo. A canalização do córrego do Parque Linear Água Podre, por exemplo, está destruindo a mata ciliar, contrariando todas as orientações científicas de ponta para evitar enchentes e manter o máximo possível de área verde”, explica a conselheira.
Os moradores do Butantã continuam mobilizados e estão começando a estruturar a Rede Ambiental Butantã, com o objetivo de reunir os diversos coletivos da região para pressionar as autoridades municipais a atuarem de forma mais efetiva na preservação das áreas verdes.
Em 24 de setembro, o Movimento Defenda o Parque Previdência celebrará o 44º aniversário do parque com uma exposição de fotos, apresentações de músicos locais (em formato acústico para não impactar o parque), além de várias oficinas relacionadas ao meio ambiente. “É uma forma de chamar a atenção para a importância do parque, não só como área de preservação, mas também do ponto de vista da comunidade, pessoas que brincaram quando criança e hoje trazem seus netos. Um parque urbano como esse é um ponto de saúde, lazer e expressão artística”, enfatiza Sérgio Reze, também coordenador do movimento e diretor institucional do Movimento Defenda SP. Em breve será divulgada a programação completa do evento.
Fabíola Lago, jornalista, moradora do bairro e Conselheira do Conselho Gestor do Parque da Previdência

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