14/09/2023 às 22h43min - Atualizada em 14/09/2023 às 22h43min

​Continua a luta dos moradores da ‘Vila do Sol’

Moradores preocupados com a situação alarmante de centenas de construções de prédios altos, ao mesmo tempo, buscam diminuir os índices permitidos nos bairros, onde incorporadoras e construtoras encontraram “lacunas” na Lei de Zoneamento, que todos esperam, deve ser corrigida e ajustada este ano. Pela proximidade do centro e fácil acesso, além de amplo comércio, a zona oeste é muito procurada, o que gera especulação imobiliária e a substituição de casas por edifícios. Moradores tentam defender a história e tradições dos bairros. 
A Gazeta de Pinheiros conversou com representantes dao quadrilátero de casas da ' Vila do Sol', para entender como está o processo.
Quais as principais lutas em relação à Lei do Zoneamento?
"O Executivo entregou a minuta da Revisão do Zoneamento à Câmara Municipal, um trabalho sem discussão técnica dos urbanistas, sem audiência presencial, e desta vez concluiu que cinco  reuniões online via 'TEAMS' seriam suficientes para ouvir a população. A última foi dia 25 de agôsto. A Prefeitura não executou sua função principal, de ouvir as necessidades da população em cada área e os especialistas, e passou a bola ao Legislativo, sem participação razoável condizente com número de habitantes da metrópole. Queremos saber como será esse bate-bola, quem fará parte deste jogo! Os movimentos civis ficarão no banco reserva? Será a Câmara com a população ou com o setor imobiliário? Quem serão os escolhidos para marcar os gols de pênaltis? Não que tivéssemos tido empate durante a Revisão do Plano Diretor, mas a goleada foi permissiva e fácil para o setor imobiliário".

Visita e esperança
"Visitamos recentemente o vereador e relator do Plano Diretor vereador Rodrigo Goulart, o qual acreditamos, mais uma vez, com grande esperança, ele nos prometeu que iremos discutir, decidir e proteger realmente quadra por quadra. Acredito que, por falta da execução do mapa elaborado pela SMUL, a Câmara terá que contratar equipe técnica adequada de arquitetos".
Há conversas sobre mecanismos de proteção da zona em questão?
"Sim! A nossa visita ao gabinete do vereador Goulart foi bastante promissora, que ficou interessado em proteger quadras em ruas estreitas de menos de 10 metros de largura, com ou sem saída, da construção de prédios gigantes. Simplesmente porque não comportam em vários aspectos das construções atuais, promovidas pelo setor imobiliário, o alto movimento de trânsito local, os danos nas estruturas dos imóveis vizinhos, e o sombreamento nas quadras residências. Em Pinheiros temos muitas regiões com ruas estreitas ou vilas como nos referimos, não como as vilas definidas pelo CTLU, de quadras com um vão ao centro, rodeadas de casas com uma única via de entrada e documentadas em escritura. Especificadamente nomeamos de 'microzonas', porque tem características e ambiência cultural próprias. Esta tipologia é encontrada por toda capital e em lugares que deverão ser protegidos para não perder essa típica paisagem afetiva urbana da cidade." 
Como é a batalha contra as incorporadoras na região? Há alguma espécie de diálogo por parte das empresas?
Já tentamos contatos com algumas construtoras como Zarvos, Onze, SANAY, Cyrela por diferentes razões, mas sem resultados satisfatórios.

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