07/09/2023 às 00h16min - Atualizada em 07/09/2023 às 00h16min

​Parque Linear Ibiraporã no Butantã, está no Plano Diretor, mas sendo invadido

O Córrego Charque Grande-Ibiraporã, afluente do Pirajussara, desemboca na Av. Eliseu de Almeida, próximo piscinão do Taboão. Na área está prevista o Parque Linear Ibiraporã de acordo com Plano Diretor Estratégico (PDE) 2014 e agora no 2023. Porém, a população aponta intervenções e invasões clandestinas na área com nenhuma fiscalização dos órgãos públicos, apesar do apelo constante dos moradores da região.
A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente informa que já foi realizado um estudo preliminar para a implantação do parque linear. Além disso, foram colocadas seis placas para demarcação da área verde e na Revisão do Plano Diretor Estratégico do Município recém-finalizada, houve a ampliação do perímetro do futuro parque, com a área de 46.800m². Mas só placas ‘políticas’ não resolvem e a comunidade espera atividades definitivas da Prefeitura e Secretarias, para evitar novas inundações na área e invasão particular de casas de shows e outros comércios irregulares.
A Gazeta de Pinheiros – Grupo 1 de Jornais conversou com lideranças locais sobre o tema.
Qual é a principal preocupação da população local em relação ao terreno?
Esse local é a área de cabeceira e nascentes do córrego Charque Grande, e corresponde ao trecho 3 do Parque Linear. A maior preocupação é a impermeabilização da área, que é caracterizada como 'fundo de vale de anfiteatro de nascentes', segundo relatório da SVMA/2009, solicitado pela população. A topografia local se expõe claramente aos olhos de quem anda pela recém pavimentada rua Custódio de Oliveira. De um lado, a cabeceira, onde a robusta vegetação ainda cobre a maior parte dos morros íngremes. Do outro, uma região visivelmente mais baixa, cuja declividade vai seguindo o trajeto do Córrego Charque Grande (Ibiraporã) até desembocar no Pirajussara, ao lado do Parque Chácara do Jockey. Essa área de fundo de vale funciona como a base de um funil das águas urbanas de seu entorno. Por estar ainda permeável, seu papel de drenagem pela absorção das águas é fundamental para que as mesmas retornem ao lençol freático, ao invés de se somarem às tantas outras das regiões impermeabilizadas, onde a cada ano, as enchentes aumentam. Estamos falando de um local caracterizado em relatório técnico de geólogo e hidrogeólogo como sendo o talvegue do córrego, ou seja, "seu caminho", numa área em que o lençol freático se encontra muito próximo da superfície. Basta um passeio pelas ruas onde deveria ser o parque linear e ver os vários afloramentos onde abelhas e pássaros bebem água. É um ciclo que mantém a fauna, a flora, as temperaturas mais amenas, mais umidade no ar em tempos secos. Estamos falando também, da continuidade da gestão participativa poder público/comunidade, dada a importância socioambiental de toda a área prevista para o parque linear (um corredor verde ainda preservado em torno do córrego ainda limpo e despoluído) e, sobretudo, da ação efetiva, eficaz no combate às enchentes.
A Prefeitura informou o porquê da não implementação até o momento do Parque previsto no PDE? 
Não possuímos essa informação.
É possível salvar ainda as nascentes do córrego?
Sim, é possível. E facilmente reflorestar a área já degradada, proteger a rica fauna, ao invés de mais impermeabilizações que causarão mais enchentes. Por isso, nossa urgência na implantação do Parque Linear Charque Grande-Ibiraporã. Precisamos da mudança de paradigma já tardia e urgente, sobre a preservação ambiental.

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