20/07/2023 às 22h56min - Atualizada em 20/07/2023 às 22h56min

​Polêmica desapropriação do Jockey Club para parque público entra no Plano Diretor

Uma nova polêmica surge dentro do Plano Diretor. Uma das metas é a transformação do Jockey Club Cidade Jardim em um parque municipal regido pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente . A medida foi inserida no texto como 'Parque João Carlos Di Genio', em referência ao fundador da rede de Colégios Objetivo e da Faculdade UNIP, falecido em 2022.

Debate já teve confronto na Câmara
A Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente da Câmara Municipal discutiu, em Audiência Pública no final do ano passado, o Projeto de Lei 639/2022. A proposta declara de utilidade pública (DUP) para fins de desapropriação, a área do Jockey Club, localizado na Av. Liceu de Paula Machado, Morumbi/Butantã, para a criação de parque público. Por outro lado, ambientalistas contestam e estranham a iniciativa do Legislativo para fazer a DUP, quando o normal seria feito diretamente pelo Executivo. E mais: mostram que este decreto pode eventualmente "esconder" um plano para futura concessão da área para iniciativa privada, que já foi mostrada em outras administrações, projetos de construção de torres residenciais e comerciais nos extremos do parque (junto à Ponte Eusébio Matoso e Cidade Jardim), manutenção de atividades do Jockey, já que existe o patrimônio cultural tombado e até um shopping subterrâneo. Diretores da entidade também criticam a possível desaproriação.

Integração com a cidade
De autoria do presidente da Câmara, vereador Milton Leite (UNIÃO), e coautoria do vereador Rodrigo Goulart (PSD), afirmam que o objetivo é “valorizar os atributos históricos e paisagísticos do hipódromo, além de adequá-lo às dinâmicas contemporâneas da cidade, permitindo novas atividades, maior utilização do equipamento por parte da população e uma maior integração com a cidade”.

Jockey contesta
No entanto, sócios e diretores do Jockey contestam a justificativa e alegam que o local já um parque aberto ao público e que não gera custo algum ao município. “Recebemos com muita surpresa e indignação este Projeto de Lei, porque se a alegação é para construir um parque, lá já é um parque, os portões ficam abertos para receber o público em geral”, pontuou o vice-presidente do Jockey Club, Marcelo Motta. Também contrário à desapropriação, o diretor-executivo do Jockey, José Carlos Pires, alegou que caso o projeto seja aprovado irá destruir a indústria do turfe na cidade que é responsável por 5 mil empregos diretos e 20 mil empregos indiretos. A Secretaria do Verde informou que a pasta já se manifestou sobre o caso em dois processos e que desconhece qual área seria cedida para o parque.
Histórico
O Jockey Club de São Paulo foi construído na década de 40 em uma área de aproximadamente 600 mil metros quadrados. O local conta com quatro pistas de hipódromo, restaurantes, playground, área verde e abriga cerca de 800 animais da raça Puro Sangue Inglês.

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