21/04/2023 às 00h43min - Atualizada em 21/04/2023 às 00h43min

​Av. Gastão Vidigal na Ceagesp continua concentrando mais pessoas em situação de rua

A Avenida Gastão Vidigal acabou se tornando um ponto de concentração de pessoas em situação de rua. Possivelmente pela proximidade da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), um grande número de pessoas acaba acampando e se concentrando no local, sem nenhuma estrutura de moradia ou de saúde.

Depoimentos já apontavam situação
“Esta avenida vai acabar ficando como a Cracolândia. Não tem que incentivar nada nessa avenida toda suja, com resto de comida jogada, e sim arrumar abrigos para preparar para uma vida melhor com trabalho e não ficar dependendo de doações. Há montanhas de cobertores limpos, e os usados formam montanhas nas calçadas junto com as roupas que descartam. Contam com um batalhão de varredores para recolherem seus lixos.  As mulheres estão com unhas bem esmaltadas e todos tem dinheiro para comprar cigarros e celulares em punho“. A.Z.

“Pessoal, alguém aqui faz voluntariado na região? Com o pessoal de rua da CEAGESP? Estou buscando algum grupo para me unir em ações. Alguém?” G.R.C.

“Sua vontade de ajudar é louvável mas o ideal é que seja da forma correta - a começar por retirá-los das ruas… Imagino que ninguém ache normal um ‘canteiro de zumbis’ a céu aberto…” J.C.

“Moradores arrecadam doação em dinheiro e roupas. Todo último domingo do mês se dividem em duas equipes, uma na zona sul e outra região do Ceagesp, onde distribuem as doações e servem refeições. Precisam muito de voluntários”. R.K.

“Os moradores acampados preferem onde estão. Não vão para abrigos. São afastados, e não gostam. Lá teriam orientações de recomeço de vida para não viverem acampados dependentes de doações. Alegam que tem mais doações e a comida é mais variada.” Z.S.

“Cada um sabe de si, das suas condições, limitações e escolhas, cabe a nós respeitar, no mínimo. E respeitar quem tem condições e disponibilidade de se dedicar a um trabalho voluntário. Na verdade, agradecer a todos. Enquanto tivermos 15% da população do país vivendo na faixa da miséria, passando fome, teremos pessoas vivendo nessas condições, sobretudo ao lado do CEAGESP, onde podem conseguir comida com mais facilidade.” P.D.P.

Prefeitura promove atendimento
A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), informa que  os orientadores socioeducativos do Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS) realizam atendimentos sociais diários na Avenida Doutor Gastão Vidigal e arredores a adultos, idosos, crianças e adolescentes. Durante as abordagens, são ofertados encaminhamentos aos serviços da rede socioassistencial da Prefeitura, bem como às demais políticas públicas do município.
Entre os dias 1º de janeiro e 26 de março, as equipes do Serviço Especializado de Abordagem Social às Crianças, Adolescentes e Adultos em Situação de Rua (SEAS III) e do Serviço Especializado de Abordagem Social às Pessoas na Rua e em Situação de Rua que Fazem Uso das Ruas para o Consumo Abusivo de Substâncias Psicoativas em Cenas de Uso (SEAS IV) realizaram 1.480 atendimentos na Avenida Doutor Gastão Vidigal, que resultaram em 313 encaminhamentos para serviços de acolhimentos e 57 referentes a documentação. Uma pessoa pode ser atendida mais de uma vez.

Rede Socioassistencial na Lapa
A rede socioassistencial no território da Lapa conta com 36 serviços, que contabilizam mais de 4.200 vagas, divididos entre acolhimento e convivência. Os serviços são: três Centros de Acolhida (CA) para Adultos, que totalizam 418 vagas; um CA para Mulheres Vítimas de Violência, com 30 vagas;  um Família Acolhedora, com 30 vagas; um República Jovem, com 12 vagas; um Serviço de Acolhimento Inicial (SAI), com 30 vagas; e três Serviços de Acolhimento para Criança e Adolescente (SAICA), com 45 vagas.
Os serviços de convivência são:  18 Centros para Criança e Adolescente (CCA), com 2.520 vagas; dois Centros de Desenvolvimento Social e Produtivo (CEDESP), com 460; dois Núcleos de Convivência de Idosos (NCI), com 300 vagas; um Centro Dia para Idosos (CDI), com 30 vagas; um Serviço de Medidas Socioeducativas em Meio Aberto (MSE-MA), com 45; um Núcleo de Proteção Jurídico Social e Apoio Psicológico (NPJ), com 120 vagas; e um Serviço de Proteção Social à Criança e Adolescente Vítimas de Violência (SPVV), com 110.  

Atendimento durante a pandemia
A Secretaria reitera que, durante o período em que a Covid-19 teve alta no número de casos, as equipes do SEAS ‘Lapa’ realizaram diariamente a distribuição de máscaras e álcool em gel para os atendidos, além de orientação sobre como evitar o contágio e distribuição de panfletos informativos.
Os orientadores socioeducativos mantinham uma lista nominal para o contato diário com os atendidos a fim de realizar, junto ao Consultório na Rua, encaminhamentos para os serviços de saúde quando houvesse necessidade.

Consultório na Rua
A equipe do Consultório na Rua Lapa, da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), desenvolve ações de saúde para a população em situação de rua, em conjunto com o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD) III Leopoldina e com a rede de Atenção Básica, como as Unidades Básicas de Saúde (UBS), Unidade Móvel de Odontologia (Uom), Pronto-Socorro e Assistência Médica Ambulatorial (AMA) 24 horas.
Nas abordagens são oferecidos e realizados testes rápidos de HIV, Sífilis e Hepatites, busca ativa de sintomáticos respiratórios para tuberculose, inserção de contraceptivo de longa ação, implante subdérmico de etonogestrel em mulheres, curativos, medicações, vacinação, entre outros procedimentos.

Censo da População em Situação de Rua
De acordo com o Censo 2021, divulgado em janeiro de 2022, 297 pessoas vivem em situação de rua no distrito da Lapa, zona oeste de São Paulo.

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