06/04/2023 às 22h51min - Atualizada em 06/04/2023 às 22h51min
Repensando o Largo da Batata, muito criticado pela comunidade
A Gazeta de Pinheiros e o Grupo 1 de Jornais, tem sempre publicado sugestões, e o que for necessário para revitalização do Largo da Batata. Agora com apoio da ‘Associação Viva Faria Lima’ procura traçar alguns parâmetros de melhorias desta praça pública, que foi reconfigurada há mais de dez anos pela Prefeitura, sem que a população a aprovasse como praça aconchegante ao lazer, bem como visualmente, funcional e de estética decifrável. Os jornais, desde as suas fundações, intermediam as associações de bairros, junto à administração das subprefeituras e aos demais órgãos públicos
O que fazer no Largo da Batata?
O ano passado, o urbanista e profundo conhecedor do bairro, Nadir Mezerani em entrevista, interpretou e apontou os caminhos de ajustes, reclamados pelos moradores. A matéria orientou os anseios de usuários e da comunidade, que ficaram cientes que há que se ter recursos para reordenar plenamente o largo, mas nada pode subestimar um Plano Geral Urbanístico de remodelação a implantar por estágios .
Agora a Gazeta a Associação Viva Faria Lima pedem consultoria a Mezerani, com intuito de ofertar recomendações de soluções ao Executivo Paulistano, em espaços públicos.
Conflito Largo e Faria Lima
“Vejo nesta iniciativa um caminho de ação, de prontidão , da crítica com busca de alternativa, mas ratifico que qualquer proposta de intervenção neste espaço será ineficiente, com desperdício de recursos, sem a execução da obra maior que elimine o conflito de usos entre o Largo da Batata e a Avenida Faria Lima”. conclui Mezerani.
Histórico
“A Praça Roosevelt de 1966, não teve acolhimento da cidade, projeto dos arquitetos “Antunes e Cardoso”. Em 2010, a SPUrb. concebeu estudo correto de obra: a demolição da parte superior, que obstruía a extensão visual do espaço edificado que a emoldura. Fui contratado para o detalhamento deste projeto arquitetônico. Tive que rescindir o contrato, pois a prefeitura insistia em edificar nova obra de quatro andares sobre a praça, para espaços de instalações de segurança e ‘lan houses’ público. A crítica surtiu efeito, a nova obra não saiu do papel, assim perdi um contrato, mas contribui com a cidade. Portanto, há que se ter ampla reflexão sobre o Largo da Batata, e que qualquer proposta, deva contemplar o objeto amplo de anseios da população e colegiado de associações, antes de ser encaminhada ao órgão público e ser edificada. Ratificando, afirmo que a obra estruturante é o desnivelamento entre a praça e a Avenida Faria Lima. Circunstâncias levam a crer que as demais propostas deverão ser interrelacionadas a esta, mesmo que possam ser em parte executadas antes, desde que contidas em ‘Plano de Etapas de Implantação’. Posso arriscar esta iniciativa ao propor que se retire a pavimentação da extensa rua em “s” que contemplava acessos ao ‘terminal’ de ônibus, e que até pouco tempo foi expulso da Rua Manoel C.F Almeida”, afirma Nadir
PISO DA PRAÇA
“Grandes placas de concreto armado pré-moldadas - base uniformizadora das áreas da praça que deverá ter seu piso elevado, com relação a guia única, sem ‘terríveis’ rebaixos, para conter infraestrutura de drenagem, muita iluminação também no piso sob toda vegetação, e eventual “câmaras” de contenção de águas destinadas ao reuso”.
PAISAGISMO
“A praça deve receber espécies únicas de árvores, já de grande porte no diâmetro, desenvolta, complementa às existentes, compondo-se como elemento de unidade da paisagem verde vertical. Não se deve prever arbustos”.
CENTRO ARTICULADOR
“O local terá uma superfície única, deixando de ser dividida em trechos, pois a Avenida Faria Lima terá seu leito rebaixado em túnel. Ao centro haverá uma cobertura em ‘deck’ de lazer, orientada às manifestações, onde inferiormente haverá a interconexão de acesso de transportes e pedestres. O desenho em corte transversal decifra o texto”.
DECK ELEVADO
“Superfície ligeiramente elevada, à cavaleiro da praça, cobrira parte do eixo viário da avenida em seu lado par. ‘Deck’, piso em pranchas de madeira, destinado ao lazer e usos livres ao convívio social”.
RAMPAS
“A união dos três planos de pedestres, dois da praça original e outro do deck elevado, deverão ser unidos entre si, acessando o plano inferior, criando integração de usos programados aos pedestres, veículos e infraestrutura”.
TÚNEL SEMIABERTO ARTICULADOR
“O eixo viário, que hoje divide a praça, deverá ser semienterrado no trecho coberto pelo ‘deck’ . O espaço criado conterá a integração de acessos. Considerando a importância desta separação em desnível, sem destruir acessos viários com a praça, terá interligações deste eixo, Av. Faria Lima, com ruas Pinheiros, Teodoro Sampaio e Cardeal Arcoverde”.
ESTAÇÃO FARIA LIMA
“As duas embocaduras da Linha Amarela do Metrô na avenida, tornaram-se insignificantes no contexto aberto da grande praça. Assim, serão reestudadas adequadamente na escala e na estética, conforme simulação de apropriação maior de cobertura”.
RUA FERNÃO DIAS
“Esta via deverá prosseguir linearmente até a rua Paes Leme, com pavimentação específica, tornando-se parte integrante da praça e circulação criteriosa de veículos. Em frente a paroquia, se alargará em pracinha e uma arvore central. A Rua Berel Aizenstein, que desnecessariamente também dividiu a praça, valorizando veículos, deverá ser anulada integrando-se à praça”.
PLANO DE PEDESTRE
“Áreas complementares do novo sistema viário em desnível, deverão ser tratadas como extensão da praça livre, igual tratamento de elementos, sem quaisquer obstruções como bancas de jornais, bancos e tótens”.
EXIGÊNCIAS URBANISTICAS
“Como a prefeitura não foi eficiente em desapropriar a área, então da Cooperativa Agrícola de Cotia, hoje com ‘imóvel cego’ ao Largo da Batata, o executivo paulistano deve pleitear menos obstrução visual de muros, excludentes sociais, junto ao novo edifício
*Colaborou na matéria o arquiteto e urbanista Nadir Mezerani
