31/03/2023 às 00h12min - Atualizada em 31/03/2023 às 00h12min

​Número de voos em Congonhas aumenta e o barulho das aeronaves ultrapassam 55 decibéis

Movimento deve aumentar de 22  para 35 milhões de passageiros ao ano – o que significa mais tráfego aéreo. A declaração em vigor desde o dia 26 de março, alterou de 41 para 44 movimentos (pousos e decolagens) por hora no aeroporto de Congonhas. O aumento de voos também amplifica o barulho na região. As rotas das aeronaves passam por cima de bairros da região. O barulho dos aviões está gerando danos irreversíveis à saúde, pois está provado que ultrapassa 55 decibéis, dez níveis acima do índice permitido pela Lei do Psiu na cidade de São Paulo.

Infraero justifica aumento mas não fala do barulho
Questionada sobre o aumento no número de voos, a Infraero apontou que “considerando as ações realizadas pela Infraero para a efetivação da Certificação Operacional do Aeroporto junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), visando à elevação do nível de segurança das operações aéreas e o aumento do conforto aos passageiros, vários investimentos foram realizados e permitirão um pequeno aumento no movimento operacional”.
Em nota, ainda afirmou que Congonhas conta com a Comissão de Gerenciamento de Ruído Aeronáutico, que realiza reuniões para debater o assunto, buscar alternativas e indicar necessidades no site https://www4.infraero.gov.br/ruido-aeronautico/.

Associações se mobilizam contra 
De acordo com a SAAP, a gestão do aeroporto, o segundo mais movimentado do Brasil, está a cargo da iniciativa privada empresa espanhola Aena, onde o edital de consessão foi assinado esta semana. Na prática, o que isso significa para os moradores de Alto dos Pinheiros? Para quem for pegar voos em Congonhas, provavelmente um aeroporto mais bem-estruturado. Para quem trabalha em home office ou em escritórios no bairro, mais barulho durante o dia.
A SAAP e outras associações de bairro têm feito reuniões com a Infraero para falar sobre os ruídos aeroviários. Mudanças nas trajetórias de alguns voos aumentaram a quantidade de aviões que sobrevoam nossa região. Apesar da louvável iniciativa de organizar os encontros, até agora não há sinais de que as queixas dos moradores estão provocando alterações de planos.

Tema já foi debatido na Câmara
O impacto do fluxo de aeronaves, como os ruídos excessivos provocados pelos voos, foram tema de Audiência Pública realizada pela Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente da Câmara Municipal de São Paulo em setembro.
Presidente da Associação dos Moradores do Entorno do Aeroporto de Congonhas, Edvaldo Sarmento criticou a dificuldade do Poder Público propor uma resolução para o problema. “Os problemas de Congonhas, dos moradores aos gestores, à Justiça, o poder municipal, todos estão cansados de saber que o problema é meramente político. São as forças políticas que se colidem, uma em cada interesse”, reprovou Sarmento.
Representante da VivaMoema (Associação dos Moradores de Moema), Claudia Cahali chamou a atenção para o fato do aeroporto estar localizado no perímetro urbano. “O aumento no movimento implica no aumento no número de passageiros, obviamente, e aumento no número de deslocamentos para o aeroporto, e temos um traçado viário já saturado”.
Também se manifestaram e relataram problemas causados pelo aeroporto de Congonhas: Maria Helena do Amaral Osório Bueno, da Associação de Moradores do Alto Pinheiros; Paulo Uehara, da Associação de Moradores da Vila Nova Conceição; Marcelo Torres, da Associação Viva Paraíso; Tamara Capeto, diretora jurídica do Amigos do Novo Mundo Associados; Manoel Fonseca, representante da Associação dos Amigos do Bairro do Itaim Bibi; Denise Delfim, representante da Associação dos Moradores da Vila Mariana; João Carlos Maradei Junior, da AME Jardins (Associação dos Moradores dos Jardins América, Europa, Paulista e Paulistano); e Nelson Cury, morador do Jardim Luzitânia.

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