09/12/2022 às 00h15min - Atualizada em 09/12/2022 às 00h15min

​Número de voos em Congonhas vai aumentar barulho com mais perigo

Em leilão, gestão do aeroporto de Congonhas foi concedida este ano para a empresa espanhola 'Aena’. O edital de concessão prevê melhorias de infraestrutura e várias ampliações. Movimento deve aumentar de 22 milhões para 35 milhões de passageiros ao ano – o que significa mais tráfego aéreo. O número de voos diários deve passar de 41 para 44, e o barulho ensurdecedor, além do permitido pela legislação, vai aumentar. E com mais aviões, a possibilidade de maior perigo e acidentes nas curtas áreas de pouso. E vem aí mais voos internacionais!

Associações e moradores protestam
“A previsão é de que o fluxo de aeronaves aumente, sim. Várias associações de moradores estão fazendo reuniões com a Infraero para tentar ao menos reduzir o problema. Mas qualquer um pode apresentar queixa formal. A SAAP - Associação dos Amigos de Alto dos Pinheiros, já fez. Seguimos acompanhado se as janelas terão que ser triplas com cortina acústica para reforçar. Ótimo ter registrado a queixa. Quanto maior o volume de reclamações, mais as associações de moradores se fortalecem nas discussões com a Infraero“ E.O.
Em 2019 – portanto antes da pandemia –, Congonhas recebeu cerca de 22 milhões de passageiros. Os números despencaram em 2020 e 2021, durante a pandemia (para 6,8 milhões e 9,4 milhões), mas devem ultrapassar os 35 milhões após a concessão, com uma média de 44 voos comerciais por hora.
Na prática, o que isso significa para os moradores de Moema, Brooklin, Butantã, Pinheiros, de Alto dos Pinheiros e vizinhos ao aeroporto? Para quem for pegar voos em Congonhas, provavelmente um aeroporto mais bem-estruturado. Para quem trabalha em home office ou em escritórios nos bairros, mais barulho durante o dia.
Associações de bairro têm feito reuniões com a Infraero, para falar sobre os ruídos aeroviários. Mudanças nas trajetórias de alguns voos aumentaram a quantidade de aviões que sobrevoam nossa região. Apesar da louvável iniciativa de organizar os encontros, até agora não há sinais de que as queixas dos moradores estão provocando alterações de planos.

Tema já foi debatido na Câmara
O impacto do fluxo de aeronaves do Aeroporto de Congonhas em seu entorno e na região da avenida Paulista, bem como os ruídos excessivos provocados pelos voos, foram tema de Audiência Pública realizada pela Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente da Câmara Municipal em setembro.
Presidente da Associação dos Moradores do Entorno do Aeroporto de Congonhas, Edvaldo Sarmento criticou a dificuldade do Poder Público propor uma resolução para o problema. “Desde 2007 estou nessa luta. Os problemas do aeroporto todos, dos moradores aos gestores, à Justiça, o poder municipal, o Executivo, todos estão cansados de saber qual é o problema: é meramente político”, reprovou Sarmento.
Representante da VivaMoema (Associação dos Moradores de Moema), Claudia Cahali chamou a atenção para o fato do aeroporto estar localizado no perímetro urbano da cidade. “O aumento no movimento implica em maior número de passageiros, obviamente, e aumento no número de deslocamentos para o aeroporto, e temos um traçado viário já saturado. Também pensar no entorno, quais os limites que tolera para esse ruído que temos sentido?”, finalizou Claudia.
Também se manifestaram e relataram problemas causados pelo aeroporto de Congonhas: Maria Helena do Amaral Osório Bueno, da Associação de moradores do Alto Pinheiros; Paulo Uehara, da Associação de Moradores da Vila Nova Conceição; Marcelo Torres, da Associação Viva Paraíso; Tamara Capeto, diretora jurídica do Amigos do Novo Mundo Associados; Manoel Fonseca, representante da Associação dos Amigos do Bairro do Itaim Bibi; Denise Delfim, representante da Associação dos Moradores da Vila Mariana e João Carlos Maradei Junior, da AME Jardins (Associação dos Moradores dos Jardins América, Europa, Paulista e Paulistano).

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