08/12/2022 às 23h12min - Atualizada em 08/12/2022 às 23h12min

​Acreditem! Pinheiros é o bairro que mais corta árvores. Verticalização indiscriminada e licenças supostamente irregulares

A arborização é muito importante dentro da configuração do espaço urbano. Os benefícios ambientais proporcionados, tais como a diminuição da poluição, diminuição do calor e do ruído, embelezamento e maior permeabilidade do solo são essenciais à qualidade de vida. Moradores de Pinheiros, Vila Madalena e do Butantã, comentam sobre cortes de árvores cinquentenárias, dentro dos bairros atingidos pela verticalização indiscriminada de incorporadoras, que conseguiram autorização dos órgãos públicos, nas 'brechas' da atual Lei de Zoneamento, de construção de centenas de novos predios e da autorização e licenciamento 'duvidosos' da CETESB e órgãos públicos, sem estudos adequados. Veja o caso do bosque na frente do Estádio do Morumbi de 300 árvores cortados pela Sabesp, e até as milhares de árvores derrubadas pelo Instituto Butantan. Verdadeiros crimes ambientais, segundo ambientalistas, com processos morosos ajuizados pelo Ministério Público no Tribunal de Justiça, que não concedeu limitar para interrupção de obras.  Acreditem!

Depoimentos apontam cortes de árvores
"Pinheiros nunca teve supressão de tantas árvores cinquentenárias, para estacionamento de máquinas e obras para construção de verdadeiros 'arranha-céus', que foram 'legalizados' pelo 'criminoso' PDE- Plano Diretor Estratégico". W.L.

"Até o Instituto Butantan e a SABESP conseguiram licenças da CETESB para 'derrubar' milhares de árvores. Verdadeiros crimes ambientais contra a comunidade". F.D.

“É para evitar abusos é que a Prefeitura tem que voltar a podar. É simples: plantou, cuida! As arvores precisam desse cuidado para crescerem saudáveis e ordenadamente. Para não se deformarem, e aos poucos se transformarem em transtorno para a vizinhança. Sem esse cuidado, as arvores podem causar transtornos, e com podas a cada ano (ou a cada 2 anos) elas crescem saudáveis e lindas! E ninguém vai pedir para cortar!” T.P.S.

“Nessa estatística deve estar um monte de árvores condenadas no bairro. Estranha está pesquisa”. M.M.

"Onde mais se cortam árvores em São Paulo?” A.M.

“Onde não tem árvore, não tem como cortar. Estatísticas podem ser traiçoeiras. Alto de Pinheiros é um dos bairros mais verdes da cidade”. J.R.R.

“É importante lembrar que muitas das árvores que foram plantada há décadas atrás em São Paulo, foram feitas quando alguns bairros como o nosso tinham poucas residências e de forma amadora. Acontece é que sem estudo e planejamento, isso pode virar catástrofe. Preservar o máximo possível do verde, porém sem colocar em risco pessoas. O pior é que ainda tem muita gente (que com a melhor das intenções) vai nas praças e planta uma “mudinha” o que é proibido, justamente porque precisa ter conhecimento , planejamento , estudo e autorização para que não se tornem um enorme problema daqui ha algumas décadas”. F.Z.

Pinheiros é o que mais tem corte
A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal das Subprefeituras (SMSUB), informa que foram removidas 2.973 'árvores adultas' na Subprefeitura Butantã, de 2019 até outubro deste ano, 2.565 na Subprefeitura Santo Amaro e 4.333 na Subprefeitura Pinheiros. No mesmo período foram plantadas 'mudas de árvores pequenas'na Subprefeitura Butantã, 315 , na Subprefeitura Santo Amaro foram 878 e na Subprefeitura Pinheiros 1.722.
'Plantios de Compensação Ambiental, com mudas pequenas', geralmente com licenciamento sem estudos aprofundados  da CETESB e órgãos públicos,  totalmente inadequados e sempre fora dos bairros, em parques da Cantareira e outros que não necessitam cobertura vegetal, pois já possuem em excesso. – TCA (de janeiro de 2019 a novembro de 2022): Subprefeitura de Pinheiros: 4.738; Subprefeitura do Butantã: 15.330; Subprefeitura de Santo Amaro: 7.217

Solicitação de Poda
As solicitações de avaliação de árvores em área pública, como calçada, canteiros ou praças devem ser feitas nas Praças de Atendimento das Subprefeituras, no Descomplica SP ou por meio do Portal 156, que conta com site, aplicativo para celular e atendimento telefônico.

Defenda SP trouxe críticas
O Movimento Defenda São Paulo (MDSP) e outras entidades da sociedade civil e da população, entendem que a legislação é nociva ao meio ambiente urbano, contrariando todos os princípios da COP 26 em relação ao compromisso de redução do desmatamento. O Movimento  protocolou representação na Promotoria de Justiça do Meio Ambiente do Ministério Público do Estado de São Paulo, em razão do teor do Projeto de Lei 391/2021, com elevado potencial de prejuízo ambiental irreversível para a cidade. Em decisão de 17 de novembro de 2021, o Juiz de Direito da 7ª Vara de Fazenda Pública, Dr. Emílio Migliano Neto concedeu medida liminar nos autos da Ação Civil Pública nº 1069752-48.2021.8.26.0053, promovida pela Promotoria de Justiça do Meio Ambiente, para que não fosse sancionasse o Projeto de Lei n. 391/2021  que altera substancialmente o alcance protetivo da arborização urbana na cidade de São Paulo, caracterizando retrocesso ambiental.
O Movimento  Defenda  São  Paulo  se  insurgiu  contra esse  projeto,  “que pode ocasionar  efetivo prejuízo ambiental irreversível para  a  cidade”,  como  a  possibilidade  de  supressão  e  transplante  de espécimes  de  vegetação  de  porte  arbóreo  quando  se  tratar  de  espécies invasoras e/ou propagação prejudicial aos biomas existentes no Município e  quando  o  espécime  for  de  porte  incompatível  com  o  local  onde  foi implantado  (art.  14,  incisos  VIII  e  IX  do  Projeto  391/2021). 

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