24/11/2022 às 22h15min - Atualizada em 24/11/2022 às 22h15min

​Caminhada observa destruição da ZEU de áreas de Pinheiros pela verticalização desenfreada

No próximo sábado (26), a partir das 10 horas, ocorre a caminhada com professores e alunos da FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Mackenzie, para observação da destruição da ZEU-Zona Eixo de Estruturação e Transformação Urbana, nos eixos da Avenida Rebouças. Com organização do Movimento Pró-Pinheiros e do Estúdio de Urbanismo 7 da FAU-Mackenzie, ocorrerá visita aos empreendimentos em implantação em Pinheiros, a partir das normativas do PDE-Plano Diretor Estratégico de 2014 e da LPUOS-Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo de 2016. “Foi permitida alta taxa de adensamento e alturas edificadas, ocasionando alteração drástica na ambiência urbana, sem a devida consideração pela manutenção das atuais sociabilidades ou sua história.”
O Movimento Pró-Pinheiros conduzirá a visita mostrando, nos locais respectivos e emblemáticos, sua leitura dessa situação. O ponto de encontro será às 10 horas no início da Rua Artur de Azevedo. A inscrição pode ser feita em https://5qr6.short.gy/caminhada26NOV. A saída é da Oscar Freire com Artur de Azevedo e a chegada por volta das 13 horas, na Estação Fradique Coutinho do Metrô.

Movimento Pró-Pinheiros
Pinheiros figura entre os bairros do Centro Expandido de São Paulo com sua destacada diversidade, uma paisagem e um conjunto urbano marcados pela variedade de usos, tipologias arquitetônicas e população - moradora e flutuante, composta de trabalhadores e visitantes -. Tal diversidade vem sendo apagada nos últimos anos, a partir das transformações incentivadas pelo Plano Diretor vigente, que estimula o adensamento construtivo próximo aos eixos de transporte. Essa proposta bem-intencionada, que visava ao adensamento populacional por classes de mais baixa renda em áreas bem dotadas de infraestrutura, está sendo deturpada em um processo de verticalização exacerbada, que não respeita as especificidades locais do tecido urbano, nem a diversidade de conjuntos arquitetônicos pré-existentes.
Vilas, predinhos e construções tradicionais, testemunhos de diversos períodos da urbanização do bairro e da cidade, estão sendo sistematicamente demolidas. Em seu lugar, surgem torres, geralmente de altíssimo padrão, que impactam no meio local e nas redes de infraestrutura. Moradores e observadores urbanos veem a destruição de referências e paisagens urbanas com a sua substituição por edificações novas que refletem uma cultura urbana e arquitetônica que não reconhecem e indagam - sem resposta - sobre que São Paulo está sendo construída e a quem ela serve.
Esse panorama motivou a organização de um grupo de moradores que vem se mobilizando para interferir nesse processo e garantir a preservação das qualidades ambientais do bairro. O movimento Pró-Pinheiros surgiu assim, em 2021, para tentar interferir no processo de revisão do Plano Diretor Estratégico da cidade por meio de melhor participação dos cidadãos e corrigir as distorções dos instrumentos que incentivam essa transformação radical do território e da paisagem.
Colaboraram no texto, prof. Mauro Claro, Michel Chauí e Rosanne Brancatelli que são integrantes e coordenadores do movimento Pro-Pinheiros

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