04/11/2022 às 01h04min - Atualizada em 04/11/2022 às 01h04min
Verticalização desenfreada faz mais vítimas e continua em toda a região
Pinheiros já foi um bairro horizontal, com sobrados e casas. Assim, a iluminação era bem distribuída, com uma boa vegetação, ventilação e estrutura que favorecia a quantidade de famílias que viviam ou trabalhavam na região. Porém, nos últimos anos, a intensa verticalização tem adensado também a Vila Madalena e o Butantã, e a quantidade de prédios prejudicando a qualidade de vida.
Depoimentos apontam problemas
“Em breve só sobrarão arranha-céus envidraçados, pombais com 15m2 por habitação, farmácias de rede e mercados 'express'... “ M.A.
“Muito triste. Os bairros perderam sua identidade” B.B.
“Eu tenho muita vontade de criar um núcleo de pesquisa, documentação e experimentação audiovisual com o tema "Desmemória" (do bairro). Mas, ainda não encontrei tempo hábil e parcerias que se disponibilizassem a tocar o projeto comigo... ”M.A.
“Falta tempo mas devemos fazer algo. Vamos juntar um grupo”. A.R.
“Em reportagem ‘Vila abaixo’, sobre inúmeros prédios que estão sendo demolidos pelas incorporadoras, SPTV mostra mais um imóvel antigo da Vila Madalena, na Rua João Moura, posto abaixo (foto ao lado).” A Voz da Vila.
“O bairro acabará em anos... A especulação imobiliária e corrupção impedem o planejamento urbano. Triste!” A.V.
“A banca de jornal ficava na rua Macunis, esquina com a Jubiabá. Bem no finalzinho da Vila Madalena, antes da subidinha para a Praça Pôr do Sol. Uma banca pequena e magrinha. O jornaleiro era o Fernando, um querido, dono de um papo alegre. O que eu comprava na banca? Informação impressa em jornais e revistas. Foi assim por mais de 15 anos. Mas, é claro, a internet se consolidou como veículo de total atração. Apesar de muito digital, eu seguia comprando notícias impressas. Daí aconteceu: faz dois meses, uma grande farmácia, dizem que de manipulação, alugou a casa em frente à banca. Para construir a área de estacionamento era preciso retirar a banca do meio do calçada. O dono do imóvel fez uma proposta de compra. O Fernando ‘chutou’ um valor e o cara aceitou. Isso tem a ver com mudanças radicais e aceleradas. A luz elétrica também derreteu a lamparina, o carro pôs a carroça no museu. Quando a demanda vê o benefício, começa um novo jogo. Mas essa reflexão não impede a emoção da perda. Ao derrubarem a Banca da Macunis, derrubaram um pouquinho de mim. Tem jeito? Não tem jeito. Um dia – que talvez eu não alcance ver – alguém fará uma crônica: ‘Era uma vez o Facebook, o Instagram, o Google”. E a vida seguirá impermanente e mortal” F.P.
“Eu fazia parte da meia dúzia que ainda comprava revistas nessa banca...Pinheiros, Vila Madalena, Vila Beatriz e outros, vão sobreviver apenas nas fotos”. P.R.
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