27/10/2022 às 23h36min - Atualizada em 27/10/2022 às 23h36min

​Verticalização descontrolada no Jardim dos Jacarandás

Pinheiros já foi um bairro horizontal, com sobrados e casas. Assim, a iluminação era bem distribuída, com uma boa vegetação, ventilação e estrutura que favorecia a quantidade de famílias que viviam ou trabalhavam na região. Porém, nos últimos anos, a intensa verticalização tem adensado e a quantidade de prédios prejudicado a qualidade de vida. Um novo trecho do distrito corre perigo.

Jardim dos Jacarandás
O Jardim dos Jacarandás, pertencente ao distrito do Alto de Pinheiros, apresenta características residenciais e horizontais próprias de um bairro jardim, com praças e ruas com um traçado que respeita a morfologia do terreno e cria ruas com curvas sinuosas e com rampas suaves e com pouco aclive, entremeados por áreas verdes de pequeno e de grande porte. A Associação Amigos do Jardim dos Jacarandás aponta que a ocupação do bairro é predominantemente residencial com ruas largas e bem arborizadas, com presença de residências unifamiliares de médio e de alto padrão, e apenas um condomínio residencial de 4 andares e o antigo Colégio Hugo Sarmento situados em duas glebas do bairro previstas e presentes no loteamento de acordo com o projeto urbanístico definido para a Companhia City para o loteamento em 1959.

Verticalização
“Os impactos ambientais de vizinhança potenciais a serem causados durante a construção da edificação com 8 Pavimentos, 24 metros de gabarito de altura máxima, 37 metros de altura total, e dois pavimentos de garagens, já foram detectados mesmo durante a demolição do Colégio Hugo Sarmento, a qual não utilizou procedimentos mínimos de redução de incômodos e impactos de vizinhança”.
“Realça-se o impacto ambiental permanente do sombreamento e risco de subsidências nas casas e edificações vizinhas todas com mais de 40 anos de construção, bem como, os efeitos permanentes de alteração do lençol freático em uma área rica de drenagens superficiais e subterrâneas, um bosque de árvores importantes nos fundos do terreno, e com a presença há menos de 20 metros da tubulação do córrego das Corujas, que causarão a desvalorização dos imóveis residenciais unifamiliares, em particular a Vila de casas todas com 10 metros de altura a partir do número 161 da Dom Rosalvo, situada ao lado do edifício com cerca de 36,72 metros de altura, e situadas há menos de 10 metros da edificação”, concluem.

Requisição foi julgada procedente
“A Associação Amigos do Jardim dos Jacarandás - AAJJ criada em 2020,  entrou com uma ACP contra a implantação de um prédio de uso misto na área do antigo colégio Hugo Sarmento. O principal argumento é que o projeto fere as restrições convencionais do loteamento, que apresenta importantes características urbanística e ambientais, a exemplo de localização das cabeceiras do córrego das Corujas, nascentes e áreas verdes.
Foram realizados laudos urbanísticos e ambientais, e jurídicos que embasaram a inicial da ACP. Também diversas manifestações contrárias dos moradores com o apoio do Defenda São Paulo e do Movimento Pro Pinheiros. No último dia 06  foi julgada a ACP e o pedido de suspensão de alvarás de Projeto e de Execução considerado procedente pelo Juiz
“Diante do exposto, JULGO PROCEDENTE a presente ação para declarar a vigência das restrições convencionais em relação aos lotes objeto do empreendimento indicado na exordial. Em consequência, reconheço a nulidade dos atos administrativos consubstanciados nos alvarás de aprovação de obra nova n. 2021-03437-00 expedidos no processo administrativo 2020-0.007.436-3 e atos subsequentes.”

Prefeitura terá medidas judiciais
A Procuradoria Geral do Município (PGM) foi notificada do processo de cassação do alvará e está analisando as medidas judiciais cabíveis, no prazo judicial que dispõe a municipalidade.

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