30/09/2022 às 00h21min - Atualizada em 30/09/2022 às 00h21min

Barulho intenso de Congonhas tem ‘Audiência Pública’ na Câmara Municipal

O impacto do aumento no fluxo de aeronaves do Aeroporto de Congonhas em seu entorno, nos bairros de Moema, Brooklin, Pinheiros, Butantã, Morumbi, Santo Amaro e na região da Avenida Paulista, bem como os ruídos excessivos provocados pelos voos, foram tema de ‘Audiência Pública’ realizada pela Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente da Câmara Municipal de São Paulo, no último dia 20, que ouviu especialistas, autoridades, entidades e moradores que estão sendo cada vez mais prejudicados. Fluxo vem aumentando O objetivo foi ouvir as queixas de moradores, associações e empresários que têm se incomodado com o barulho das decolagens, pousos e sobrevoos diários dos aviões, cujo fluxo vem se intensificando desde dezembro de 2020. A audiência também ouviu representantes de órgãos ligados à aviação civil e às empresas aéreas, que falaram sobre medidas para mitigar o problema. Saúde da população vai piorar pelos ruídos “Nós sabemos que o ruído provoca problemas extremamente sérios com relação à saúde. Então é importante que nós possamos combater. E ouvindo o pessoal, e eu acompanhei locais onde a rota [dos voos] foi alterada, e realmente o barulho é muito intenso, parece que você está do lado do aeroporto”, disse Aurélio Nomura (PSDB), que presidiu os trabalhos. “Medir níveis de ruído” Primeiro a ser ouvido, o superintendente do Meio Ambiente da Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), Fued Abrão Júnior, comentou. “Com a retomada regular dos voos, a população desacostumou com o barulho. A Infraero já contratou um serviço de monitoramento, para medir os níveis dos ruídos gerados pelos aviões”, concluiu. Aeronaves mais tecnológicas Na sequência, o Secretário Nacional de Aviação Civil, Ronei Saggioro Glanzmann.“O futuro de Congonhas é muito promissor e tende a oferecer, dia após dia, aeronaves mais tecnológicas, mais modernas e bem mais silenciosas, que emitem menos resíduos de combustível”, frisou. Levantamento técnico de ruídos Representando o CRCEA- -SE (Centro Regional de Controle do Espaço Aéreo Sudeste), Mauro Carrinho de Moura ressaltou a importância do debate. “Levantamento técnico dos pontos de ruído é fundamental para que a Comissão de Gerenciamento de Ruído Aeronáutico possa tomar as devidas ações”. Ruídos precisam ser medidos “ontem’... Fábio Scatolini, da Engenharia de Infraestrutura Aeronáutica do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), fez uma apresentação sobre o histórico das reclamações, desde 1970. “Não se pode mais fugir dessa responsabilidade. O ruído em Congonhas precisa começar a ser medido ‘ontem’... Por lei, ele deveria estar sendo monitorado há cinco anos. E não é só o ruído do avião, é tudo”, frisou. “Moradores merecem qualidade de vida” Presidente da Comissão de Meio Ambiente da OAB Pinheiros (Ordem dos Advogados do Brasil), Raphaela Galletti contrapôs. “Nós temos recebido diversas reclamações sobre ruído aéreo, e que independem da questão dos outros ruídos poluentes em determinados momentos. Não queremos atrapalhar a aviação civil, mas temos que ter em mente que a cidade é dos seus habitantes. E que eles merecem qualidade de vida”, acrescentou Raphaela. Aeronaves mais modernas Já Ruy Amparo, diretor de Segurança e Operações de Voo da ABEAR (Associação Brasileira de Empresas Aéreas), explicou que os aviões e seus motores precisam ser cada vez mais modernos. “Precisamos medir, saber o quanto efetivo estamos sendo e o quanto isso melhora para a comunidade ou não”, citou Amparo. OPINIÕES DA POPULAÇÃO “Problema meramente político” Presidente da Associação dos Moradores do Entorno do Aeroporto de Congonhas, Edvaldo Sarmento criticou a dificuldade do Poder Público propor uma resolução para o problema. “Desde 2007 estou nessa luta, não começamos hoje. Os problemas de Congonhas, dos moradores aos gestores, à justiça, o poder municipal, o Executivo, todos estão cansados de saber que ele é meramente político. São as forças políticas que colidem, uma em cada interesse”, reprovou Sarmento. “Traçado viário saturado” Representante da Viva- Moema (Associação dos Mo- radores de Moema), Clau- dia Cahali chamou a atenção para o fato do aeroporto estar localizado no perímetro urbano. “O maior movimento [do aeroporto] implica no aumento no número de passageiros e temos um traçado viário já saturado. Então, esse é um ponto que temos que nos ater para pensar sobre como lidaremos com isso”, pontuou. Muitas entidades se manifestaram Também se manifestaram e relataram problemas causados pelo aeroporto de Congonhas: Maria Helena do Amaral Osório Bueno, da Associação de moradores do Alto Pinheiros; Paulo Uehara, da Associação de Moradores da Vila Nova Conceição; Marcelo Torres, da Associação Viva Paraíso; Tamara Capeto, diretora jurídica do Amigos do Novo Mundo Associados; Manoel Fonseca, representante da Associação dos Amigos do Bairro do Itaim Bibi; Denise Delfim, representante da Associação dos Moradores da Vila Mariana; João Carlos Maradei Junior, da AME Jardins (As- sociação dos Moradores dos Jardins América, Europa, Paulista e Paulistano); e Nel- son Cury, morador do Jar- dim Luzitânia.

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