15/09/2022 às 23h49min - Atualizada em 15/09/2022 às 23h49min

​Obras contra enchentes próximas ao Estádio do Morumbi vão começar o ano que vem

A Prefeitura e o Governo do Estado detalharam as obras de combate às enchentes na bacia do Córrego Antonico. As intervenções visam os alagamentos que ocorrem no local há mais de 40 anos. O evento ocorreu no Estádio Cícero Pompeu de Toledo (Morumbi), na última segunda feira (12/9),  a convite do presidente do São Paulo Futebol Clube, Julio Casares.
De acordo com a Prefeitura, as intervenções irão reduzir em 87% a mancha de alagamento da região, beneficiando diretamente os quase 90 mil moradores da subbacia do Córrego Antonico. As obras irão combater as recorrentes enchentes na Avenida Jules Rimet, Praça Alfredo Gomes e todo entorno do Estádio do Morumbi.
Em seu detalhamento, o prefeito, citou não só as obras, mas a remoção de mais de 1,5 mil famílias que moravam no entorno do Córrego Antonico. “Todas receberam e receberão uma indenização de R$ 60 mil ou auxílio-aluguel mensal de até R$ 600. Além disso, estamos fazendo 364 apartamentos na região.”, explicou o perfeito. Desde o início do ano, 268 famílias já foram retiradas do local. “É importante falarmos das obras complexas que serão feitas para acabar com os alagamentos, mas também da preocupação com a dignidade das pessoas que moravam no local”, afirmou Ricardo Nunes.
Segundo o presidente da Câmara Municipal, Milton Leite, a parceria do legislativo e dos governos municipal e estadual para uma obra que melhora a qualidade de vida dos moradores de Paraisópolis. “A Câmara fez sua parte quando foi chamada para mudar a lei e garantir a indenização às famílias que moram na região”, afirmou Leite.
Os investimentos da Prefeitura e do Estado nas obras somarão mais de R$ 500 milhões e devem durar dois anos. A maior parte dos recursos sairá dos cofres municipais. “Teremos o custo da remoção, da canalização do Córrego, dos piscinões, da construção do parque linear e das habitações”, completou o prefeito.
Já Júlio Casares, lembra que “essa é uma demanda da sociedade de mais de 40 anos. Pedimos, fizemos diversas reuniões, e hoje se tornou realidade”, afirmou o presidente do São Paulo FC.  

Obras
O projeto para as obras foi contratado em agosto de 2021 pela Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (SIURB). Os projetos contemplam a construção de dois reservatórios, sendo um na Praça Alfredo Gomes (capacidade de armazenar 44 mil m³ de água), e outro na Praça Roberto Gomes Pedrosa (capacidade para armazenar até 133,5 mil m³ de água). Ainda dentro dos projetos desenvolvidos, serão implantadas novas galerias na Av. Jules Rimet, entre a Rua Adelino Aschar e Praça Alfredo Gomes; canalização aberta do Córrego Antonico, na altura do Colégio Visconde de Porto Seguro, entre a Praça Alfredo Gomes e Rua Eng. João Ortiz Monteiro; e mais um trecho de novas galerias na Rua Senador Otávio Mangabeira, entre as ruas Eng. João Ortiz Monteiro e Dr. Flavio Américo Maurano. Ao todo, serão construídos aproximadamente 1,9 mil metros de novas galerias e canal para o Córrego Antonico.

Execução
A execução das obras será dividida entre a Prefeitura de São Paulo e o Governo do Estado. Pelo município, a SIURB estará responsável pela construção do reservatório na Praça Roberto Gomes Pedrosa, o trecho de canalização aberta do córrego, e a implantação das galerias na Rua Senador Otávio Mangabeira, entre as ruas Eng. João Ortiz Monteiro e Dr. Flavio Américo Maurano.
O processo para contratação das obras já está em tramitação na Siurb. A previsão é que, nas intervenções sob a responsabilidade da Prefeitura, sejam investidos aproximadamente R$ 152,5 milhões. Os trabalhos devem ter início no primeiro semestre de 2023.
UR Antonico tem controvérsias
O Ministério Público definiu a autorização de construção de empreendimento da Unidade de Recuperação do Córrego Antonico, defronte ao Estádio Cícero Pompeu de Toledo, na entrada do Morumbi, sendo “além de ilícita, por causar evidente dano ambiental, é claramente ilegal”. Entre as justificativas estão a supressão de 213 árvores e os impactos causados na região, por licenças supostamente irregulares da Cetesb, autorizadas para as obras da Sabesp, no ‘Projeto Novo Rio Pinheiros’.
A Sabesp reitera que a obra e o processo de licenciamento atendem a todos os requisitos legais e ambientais e esclarece que as questões jurídicas serão tratadas no processo judicial.

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