07/07/2022 às 23h24min - Atualizada em 07/07/2022 às 23h24min

​Impactos de empreendimento no Morro do Querosene são discutidos em Audiência Pública

A construção de um empreendimento no bairro da Previdência entre a Rodovia Raposo Tavares e Avenida Corifeu de Azevedo Marques no “Morro do Querosene” foi discutida em Audiência Pública pela Comissão Extraordinária do Meio Ambiente da Câmara Municipal de São Paulo. Enquanto a construção civil procura novos espaços para empreendimentos imobiliários em regiões valorizadas da zona oeste, cidadãos procuram manter a vegetação e a fauna remanescentes, além da abertura de novos espaços de lazer.
De acordo com a Câmara de Vereadores, na abertura da audiência, a vereadora Luana Alves explicou que no local previsto para o projeto há questões ambientais que impedem as obras. “Tem uma nascente embaixo de onde se quer construir esse prédio. Então, tendo uma nascente, é lei municipal, não se pode construir. Não é uma questão de opinião”. Outro ponto destacado pela vereadora é que a região do “Morro do Querosene” está inserida em uma “Zona Especial de Interesse Social. Um empreendimento imobiliário que vai ter um condomínio alto, não é interesse social em nenhum lugar”.
Também participou na audiência o vereador Professor Toninho Vespoli (PSOL). Entre as contribuições feitas pelo parlamentar, ele reiterou que o empreendimento não irá atender os interesses de moradia social. “O problema é que ali não vai morar na periferia. O padrão de apartamento não atende a principal reivindicação da sociedade”.

Sociedade civil
Maria Cecília Pellegrini representou a ‘Associação Cultural da Comunidade do Morro do Querosene’ . Ela apresentou slides com informações da região, e defendeu a preservação do meio ambiente e dos animais. “Se trata de um bairro estritamente residencial. Não se vê nenhum edifício alto, nenhum arranha-céu nessa área. No máximo, são casas com dois andares, muitas árvores frutíferas e pássaros que se alimentam dos seus frutos”.
Edimara Rodrigues mora no bairro há 30 anos, também fez uma apresentação com fotos e informações da região. Ao final da fala, deixou uma mensagem. “Esta paisagem e este ambiente é o que queremos preservar”.
Também moradora do local, Sonia Salem ressaltou as manifestações artísticas do bairro e se manifestou contra a construção do prédio na região: “Arranha-céu no Morro, não”.

Executivo
Joseane Possidonio é a subprefeita do Butantã. Segundo ela, além do meio ambiente e das normas de licenciamento, é importante estudar os impactos que o local poderá sofrer com a mobilidade urbana. “Na Avenida Corifeu de Azevedo Marques não pode estacionar, ela é faixa de ônibus. Onde essas pessoas vão colocar os carros?”.
Em nome da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento, o engenheiro Everton Wilson considerou positivo o debate e afirmou que “a legislação permite a utilização do lote para a construção de um edifício vertical”. No entanto, Everton se colocou à disposição para analisar eventuais irregularidades. “Vamos verificar aqui se existe alguma situação em desconformidade com a legislação”.

Ministério Público
O geólogo Rodrigo Spindola representou o Núcleo do Meio Ambiente do Ministério Público do Estado de São Paulo. Para ele “os impactos são diversos, desde o aspecto visual da paisagem, a questão urbanística, e uma série de elementos que devem ser levados em consideração, principalmente a questão da nascente”.
Rodrigo acrescentou ainda que “essa nascente dá início a um curso de água que passa pelo terreno do empreendimento. A área de preservação permanente engloba o terreno”.

Construtora se defende
A Ivory Incorporadora responsável pela construção do Address Butantã localizado à Rua Afonso Vaz, n. 321, na Vila Pirajussara informa que o empreendimento preenche todos os requisitos previstos na legislação.

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