19/05/2022 às 22h03min - Atualizada em 19/05/2022 às 22h03min

​Pancadões voltam a todo vapor na região oeste

Festas de rua podem estragar noites de sono e atrapalhar a rotina de uma vizinhança. Moradores do Butantã, Morumbi, Vila Sônia, Rio Pequeno e outros bairros, reclamam do barulho que se prolonga em madrugadas, e informam que os ‘pancadões’ continuam ocorrendo na região quase todos os finais de semana. Jovens drogados perambulam pelas ruas nos domingos pela manhã e a PM anuncia a ‘Operação Paz e Proteção’, mas não intervém tecnicamente nos eventos iniciados. Nas comunidades de Paraisópolis, Jardim Colombo e São Remo, onde se realizam eventos, desaprovam e também pedem providencias.

População traz depoimentos
“Hoje estou exausta de chamar a polícia todo domingo. Aqui não tem mais jeito. O povo vem literalmente infernizar a vida de quem mora aqui. Tenho uma bebê de dois meses que sofre  com o barulho constante. Tenho 27 anos, moro aqui desde que nasci e exijo respeito. Já cansei de fazer B.O. Não adianta, pois a polícia não vem nas imediações do Rio Pequeno. Está cada dia mais complicado!” J.A.

“Todo fim de semana, após o relaxamento da pandemia, dentro das comunidades de Paraisópolis e Jardim Colombo, o som é infernal por toda a madrugada. A PM afirma que nada pode fazer e nós ficamos à mercê dos barulhentos carros de som.” A.M.

“Ha duas horas do maior ‘pancadão’ e agora as motos. Policiamento folga aos domingos  aqui perto do Rio Pequeno”. Y.C.

“A moça está reclamando das badernas no bairro. O assunto não e política, e enquanto toda a comunidade não se unir para um propósito, vai ficar nisto. A polícia não resolve e não atendem as ocorrências.“ S.L.

“No Morumbi o som ecoa por muitos quilômetros. Sabemos que a PM não intervém nas madrugadas sofridas de som alto. A Lei existe para ser cumprida, mas não é. Um caos.” M.L.

“Tenho o mesmo problema aqui com vizinhos, música alta e barulheira até a madrugada. Nossa polícia não serve para nada. Você chama, e quando eles vem, o barulho para só na hora. Depois que eles vão, ligam de novo. O problema é a falta de respeito com o outro, falta de empatia, individualismo e falta de punição, afinal perturbação é crime.” S.S.

“Quando a polícia vem e acontece alguma coisa contra os bandidos, as pessoas se voltam contra a PM, e defendem os marginais, porque depois que morre, o bandido vira ‘santo’, e a polícia vira o ‘diabo’. Então entendo que os policiais se arriscam para nada e nunca são defendidos pela população.” D.V.

“A polícia não faz nada, porque a população é a primeira a denuncia-los. Não temos leis. Quando a polícia prende, a Justiça solta. É ridículo! Porque educação e respeito eles não vão ter.” V.N.B.

“Já tem 3 semanas que aqui no ‘Princesinha’ (Km 15 da Raposo) não fazem mais baile, porque a polícia vem e manda fechar tudo e toda sexta e sábado ficam com base no local. Este inferno acontecia há mais de 15 anos.” L.O.

Operação Paz e Proteção
A PM informa que realiza ‘Operação Paz e Proteção’, principalmente aos finais de semana, visando a coibir a aglomeração de pessoas para a formação de ‘pancadões’. Os locais são mapeados e, dentro do critério técnico, direcionadas as viaturas para impedir sua instalação. Quando já iniciado, a PM mantém o policiamento nas imediações para evitar crimes e garantir a segurança dos moradores do entorno. Neste ano, a PM realizou mais de 39 mil operações, com 17,5 mil pessoas presas, sendo destes mais de 4 mil procurados recapturados.

Legislação
Uma lei de autoria do então deputado Coronel Álvaro Batista Camilo, hoje Secretário Executivo da Polícia Militar, que proíbe a emissão de som alto proveniente de veículos ou equipamentos estacionados em vias públicas, sancionada pelo governador Geraldo Alckmin em 2015, prevê multa de R$ 1 mil ao dono do veículo, valor que pode quadruplicar em caso de reincidência. A lei também estabelece a punição em espaços particulares de acesso ao público, como postos de combustível, áreas livres e estacionamentos.

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