20/05/2021 às 22h57min - Atualizada em 20/05/2021 às 22h57min

Aumentam as críticas sobre a verticalização desenfreada em Pinheiros e Vila Madalena

O processo urbanístico de São Paulo, mais precisamente em Pinheiros e Vila Madalena, vem sofrendo uma verticalização sem precedentes. A região oeste, por sua localização e infraestrutura, está tendo um volume enorme de substituições de casas por grandes edifícios. Moradores apontam seu descontentamento e criticam a investida das incorporadoras, que não medem os problemas que estão causando em toda a região. A Zona Oeste de São Paulo, deve dobrar a sua população, se continuar o número de grandes prédios que estão surgindo na região. A localização é valorizada, ainda tranquila e possui bairros de classe média e alta, com maior valorização em todo o município. Também tem um farto repertório de atrações culturais e é uma das mais diversificadas da cidade. Conta com estádios de futebol, inúmeras estações de metrô, diversos museus, shoppings, Memorial da América Latina, praças e parques tradicionais. Andando pelas ruas da região, podemos desfrutar de muitas opções de passeios, diversão e cultura. Moradores apontam aumento de prédios “Adensamento com planejamento é aceitável, destruição do bolsão de ar que ventila essa área entre as Ruas Mateus Grou, Pascoal del Gaizo, Virgilio de Carvalho Pinto e Estela Sezefreda, não é aceitável. E também destruir o lençol freático, a descida de água do Rio Verde, não é possível. Vai aumentar as áreas de alagamento e enchentes. Essas pequenas vielas charmosas, podem ser demolidas para mais edifícios com empreendimento Lavvi/Cyrela. A Rua dos Pinheiros é atualmente um canteiro de obra. Não há nenhum estudo de impacto nas redes públicas, com tantos arranha céus próximos às zonas de transporte de metrô e corredores de ônibus, prédios cheios de garagens! Por que?”.R.B. “Com tantas mortes e perdas financeiras, quero ver quem vai comprar esses apartamentos, que estão destruindo a história do bairro e transformando o bairro com esses prédios horrorosos.” M.C. “Vai explodir de tantos imóveis no mercado, os investidores, que não tem onde aplicar o dinheiro agora, vão ter que alugar seus imóveis a preço de banana.” R.B. “Vamos dizer BASTA a verticalização de Pinheiros! Basta de incorporadoras e construtoras! Chega de bullying, de calúnias de que os vizinhos já venderam, não acreditem! Tripliquem os valores de seus imóveis. Haja gente, o transito já era caótico antes da pandemia, redes elétricas e pluvias, excesso de gente e de carros. Sem os preparativos da prefeitura para essa mudança do Plano Diretor, da zona de construção, por causa do metrô! Incorporadoras, nos deixem em paz! Seus interesses megalomaniácos vão muito além do interesse comum da vizinhança. Estão demolindo o charme de Pinheiros, casinhas, lojinhas, ruas arborizadas, vilas...  Os trabalhadores de obra são imunes ao vírus da covid? São os únicos que não pararam de trabalhar. O que há de essencial nessa área profissional? Quem garante a saúde deles? Se voce concorda, por favor adicione seu apoio.” R.B. “Plano Diretor 2014 - prevê adensamento urbano, maior aproveitamento de regiões com infra estrutura já pronta, verticalização em massa, fim das áreas exclusivamente residenciais, predominância das áreas mistas, dentre outras medidas. Vem aí a Revisão do Plano, interessados devem participar dos debates públicos, se querem mudanças.” L.L.A. “A infraestrutura, fornecimento de água, energia, esgoto e locomoção viária, não estão dimensionadas para tanto.” H.P. “Falem isto para o Haddad, que achou a ideia maravilhosa...Esse Plano Diretor foi muito criticado, e aprovado a toque de caixa...Mas falta a muitos brasileiros o dever de exercício de cidadania, se organizar como sociedade civil e reivindicar...Somos tímidos ainda nesse processo. É preciso maior participação da sociedade, principalmente das áreas onde políticas públicas que impactam mais.”L.A.L. “Prédio da Rua Oscar Freire com a Galeno de Almeida, Metrô Sumaré! Fico imaginando como morar numa esquina barulhenta de tráfego, sem recuo!  Isso será viver no inferno”. D.B.M. “Rua Oscar Freire/Galeno de Almeida! Construção de prédio de 30 andares, com dois menores, alto padrão! Sem recuo da rua e laterais! Espremido! Tática das construtoras para dizer que estão suprindo o déficit habitacional e perto do Metrô Sumaré!” D.M. “Me coloco no lugar de quem tem uma casa, paga IPTU alto, não consegue manter a casa , falta de segurança, acaba se rendendo às construtoras , se o Governo já fez conchavo com eles, o que poderemos fazer ?” K.C.S. “Sim, tem várias questões, mas uma casa não é muito menos segura que um prédio. Eu acho um abuso, um excesso, esses investidores estão enlouquecidos e não devemos nos entregar essa destruição. A prefeitura não está nem aí, não tem uma organização, um plano arquitetônico, só visam lucros, sem consciência. Em vez de vender as casas, melhor se unir aos que tem os mesmos interesses, solicitar juntos decréscimo do IPTU...e muitas outras coisas, que sozinhos não conseguimos.” B.R. “Vamos escrever no site da Prefeitura, fazer o cadastro com o CPF e pedir, escrever várias vezes. Chega de prédios nos quadrilátero do Metrô Fradique. Não comporta mais.” V.S. “Quando será feita essa revisão? Você conseguiria saber? Talvez seja nossa chance, vamos lá, podemos nos organizar e colocar faixas nas ruas, escrever no site, telefonar, colocar nas redes sociais, Twitter, WhatsApp, Facebook...Tudo que podemos para gritar, talvez contatar SPTV e que surjam mais ideias!” P.M. “Na gestão do prefeito Haddad foi feito o Plano Diretor que permitia a construção próxima à linha do metrô. Até que demorou para chegarem no bairro, pois se você for até o Brooklyn,  Tatuapé e outros bairros, vai ver a mesma coisa !” B.B. “Concordo plenamente, mas vi com meus próprios olhos em audiência sobre o Plano Diretor que a voz do morador/contribuinte de IPTU é a última a ser levada em conta. Lamentável.”S.S. “Pagamos os impostos, temos direito de nós expressar e reagir contra e não ceder as pressões. Qualquer casa será melhor vendida para particulares, que para incorporadoras que nos enrolam e reduzem o valor de nosso patrimônio.” S.S. “As incorporadoras Lavvi,  Cyrela, Tegra dentre outras, estão destruindo as características do nosso bairro de Pinheiros. Estamos virando um paliteiro de concreto. Temos que nos unir e nos organizar contra esta verticalização desenfreada, que colocará todas as pessoas empilhadas em edifícios...Precisamos de áreas verdes e agradáveis a todos, do comércio de lojas de ruas.” M.I. “O bairro inteiro esta sendo destruído pelas incorporadoras vorazes. São como grileiros na floresta. É urgente a revisão dos horários de trabalho, pois ninguém aguenta 6 empreendimentos de uma vez, batendo martelo na nossa orelha as 7 horas da manha” M.M. Verticalização é antiga A pesquisa sobre verticalização começou na Prefeitura de São Paulo, em 1977, no Grupo de Pesquisa sobre preços fundiários do professor Gabriel Bolaffi, na gestão de Candido Malta Campos Filho, na Secretaria Municipal de Planejamento. Nadia Somekh, em 1978, começou seu mestrado sobre o tema na FAU-USP que resultou na dissertação “A (Des)Verticalização de São Paulo de 1987”, em que conclui que São Paulo é vertical, mas não densa, por causa da opção pelo transporte individual e a redução do coeficiente de aproveitamento na legislação urbanística. Neste trabalho, a pesquisa aponta um panorama da verticalização de São Paulo, estabelecendo períodos em que a possibilidade de adensar é reduzida. Guilherme Gagliotti, em seu mestrado no PPGAU-Mackenzie, estendeu a pesquisa até 2014. O primeiro período da verticalização de São Paulo e a relação com o urbanismo, pesquisado por Nadia Somekh, resultou em dois livros sobre o processo: “A cidade Vertical e o Urbanismo Modernizador”, em 1997, e a segunda edição revista e ampliada, de 2015. Prefeitura afirma que Eixo da Transformação Urbana influencia no crescimento do bairro Questionado recentemente, de acordo com o Executivo Municipal, a atual Lei de Zoneamento e o Plano Diretor incentivam o desenvolvimento da cidade de acordo com os princípios urbanísticos contemporâneos, evitando o crescimento desordenado, preservando a qualidade urbana e ambiental e a dinâmica de vida nos miolos dos bairros. Qualquer intervenção local, seja ela de pequeno ou grande porte, deve seguir estritamente as legislações condizentes com a preservação ambiental e de patrimônio local, garantindo uma cidade mais moderna, equilibrada, ambientalmente responsável, inclusiva e com qualidade de vida. Tanto o Plano Diretor Estratégico (Lei nº 16.050/2014), quanto a Lei de Zoneamento (Lei nº 16.402/2016), redefiniram os coeficientes de aproveitamento, gabaritos (altura das edificações) e demais parâmetros de parcelamento, uso e ocupação do solo por toda a cidade de São Paulo, com o objetivo de ordenar o crescimento imobiliário do município nas zonas de estruturação urbana (ZEU) e preservar as características de zonas estritamente residenciais (ZER) e zonas mistas (ZM). Para a região de Pinheiros não foi diferente, por ser uma área com diversas zonas de uso, a altura e densidade construtiva das edificações variam. É possível conferir o gabarito e os demais parâmetros de ocupação do solo de acordo com cada zona no Quadro 3 da LPUOS. Com relação ao Eixo da Transformação Urbana, a Prefeitura afirma que tanto a Estação Fradique Coutinho do metrô, quanto a Avenida Rebouças (que tem um corredor de ônibus já implantado), seguem os critérios estabelecidos no artigo 76 Plano Diretor Estratégico (Lei nº 16.050/2014), que na Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo (Lei nº 16.402/2016) são indicados como Zonas de Estruturação Urbana (ZEU). São as áreas da cidade aptas a receber o adensamento construtivo e populacional em função da presença do transporte público coletivo de média e alta capacidade.


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