29/11/2019 às 15h38min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h38min

Plano de despoluição do rio Pinheiros é apresentado na Câmara

Detalhes dos planos de despoluição do rio Pinheiros foram apresentados por representantes da SABESP (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e da EMAE (Empresa Metropolitana de Águas e Energia), em reunião da Subcomissão Permanente de Fiscalização do Projeto do Rio Pinheiros, realizada na Câmara Municipal. Anunciado em agosto passado pelo governador João Doria (PSDB), sob a coordenação da Secretaria Estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente, o projeto Novo Pinheiros prevê a despoluição até 2022. Já a subcomissão foi criada no dia 17 de agosto, com o objetivo de fiscalizar a execução das obras. De acordo com Daniel Monteiro, da redação da Câmara Municipal, na reunião, o presidente da Sabesp, Benedito Braga, afirmou que serão investidos R$ 1,5 bilhão na despoluição do rio Pinheiros, montante obtido por meio de empréstimo junto ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Estão previstos ainda 14 editais para contratação de empresas responsáveis pelas obras nas áreas das sub-bacias do rio. A expectativa da SABESP, segundo destacou o presidente da empresa, é de que o índice de coleta de esgoto no rio Pinheiros e seus afluentes suba de 89% para 94%. Ao menos 1,5 milhão de pessoas deverão ser beneficiadas com as obras, com a geração de cerca de 3,7 mil empregos diretos. Segundo Braga, as intervenções da SABESP deverão começar no segundo trimestre de 2020, com o objetivo de retirar 2,8 mil litros por segundo de águas poluídas dos afluentes do rio Pinheiros. As ações contemplam a coleta e tratamento de esgoto das sub-bacias; o aumento da coleta de lixo e a eliminação de lançamentos de dejetos em córregos. Além disso, haverá a instalação de estruturas não convencionais de tratamento de água e esgoto em comunidades não regularizadas às margens dos afluentes. De acordo com o presidente da SABESP, o objetivo é eliminar totalmente os odores ruins do Pinheiros. “Queremos garantir que o rio e seus afluentes tenham a quantidade mínima de oxigênio necessária para estabilizar a matéria orgânica, garantindo condição aeróbica 100% do tempo. A água não seria própria para nado ou consumo, mas eliminaremos o mau cheiro. Dessa forma, as pessoas poderiam ocupar o entorno do rio com qualidade”, enfatizou Braga. A despoluição do rio Pinheiros, de 25 quilômetros de extensão, é uma continuidade do Projeto Tietê, iniciado em 1992. As ações abrangem todo o estado de São Paulo, tendo já diminuído a mancha de poluição aquática do rio Tietê, de 530 para 122 quilômetros. “O desafio é mostrar que todo o esforço do Projeto Tietê não foi em vão. Como? Mostrando que um ícone da cidade de São Paulo, como o rio Pinheiros, pode ser revitalizado e ter sua água tratada em um curto espaço de tempo”, explicou Braga. Já o assessor-executivo da presidência da EMAE, Sérgio Bresser Pereira, explicou que as ações da estatal para a despoluição do rio Pinheiros focarão cinco áreas: tratamento de água dos afluentes, desassoreamento, coleta e destinação do lixo, revitalização das margens e comunicação e educação ambiental. De acordo com o representante da EMAE, o objetivo é atrair o interesse da iniciativa privada na região do entorno do rio Pinheiros. “Parte das ações previstas, como a criação do Porto São Paulo, virá por meio da iniciativa privada, que também poderá financiar obras e construções, bem como trazer dinheiro, oportunidade de negócios e tecnologia para o processo de despoluição do rio”, afirmou Pereira. Segundo o representante da EMAE, a primeira iniciativa da empresa no projeto, de retirada de areia do leito do Pinheiros, já foi iniciada. “No começo de 2019, assinamos um contrato de um ano para retirada de 500 mil metros cúbicos de areia, como parte das ações de desassoreamento. E 80% da areia retirada, inclusive, é reaproveitável, e estamos colocando-a no mercado”, destacou Pereira.


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